Cá estamos. Sobrevivendo. Gerindo um dia de cada vez, entre a absoluta tristeza, a "só" tristeza, a nostalgia ou saudade, e alguma euforia momentânea. Trocando isto por "miúdos", estou a tentar transformar o que sinto, numa amizade com o agora ex, ando a fugir do M. relativamente ao sexo, não fui sincero com um rapaz quando ele me perguntou "mas não te agradei o suficiente para pinarmos?", e ando esguio aos convites badalhocos, para dar pinocadas dignas de óscares de filmes para adultos. Ao misterioso do Grindr, que está sempre a perguntar se "sonhei com ele", apenas vou respondendo ao básico - até porque também não há matéria para mais.
O que queria mesmo, era ser rico. MILIONÁRIO. Podre de rico. Livre de homens. De preocupações, de responsabilidades, e de dependências emocionais... e fugir. Ir 4 meses o Japão, por exemplo. Até estava disponível para acompanhar o João Cajuda, e o namorado, em modo afilhado "Marco Paulo", ou um filho adotivo, mais velho que os pais, mas super dependentes deles - tipo totó americano. Se isso não fosse possível - porque voluntários para isso é coisa que não deve faltar - acho que também me conseguia aventurar, num cruzeiro de 3 ou 5 meses, por esse atlântico afora. Mas depois embato na realidade da minha conta bancária e só penso "bahhh, deixa-te lá de merdas". Só hoje na oficina, para o carro, larguei 300 mocas. Yah yah. Pior que o meu filho, Afonso Maria, que não existe.
Só sei que o tempo demora a passar. Está tudo muito lento. Os sentimentos estão lentos. Pegajosos. Parece que estou em câmara lenta. Nada muda. Nada acontece de diferente. O ainda gostar muito dele, não passa. A mágoa não desaparece. A revolta vai-e-vem, e a inexplicabilidade das coisas, teimar em vingar. Toda a gente me diz "com o tempo vais lá", e eu assumo que sim - mesmo não sabendo muito bem onde ficará o "lá". Não sei. Tudo parece levar uma eternidade. Tudo parece não ter fim.
"Não te agradei o suficiente para pinarmos?"
ResponderEliminarQue tipo de abordagem é essa?
Olha, eu já te "conheço" há muitos anos da blogo, e portanto acho que a amizade virtual que se foi desenvolvendo me permite ser totalmente sincero contigo. Achas que esse tipo de gente vale a pena? Já és um rapaz maduro. Não seria melhor procurar a estabilidade, o amor, do que sexo fácil?
Isto sou eu a ser honesto contigo. Cada um faz o que quer. Deve ser mania minha confundir idade com juízo, mas esse tipo de abordagens é demasiado 18 anos.
Mark'zinho, amor, estabilidade para quê? Para depois perceberes que nunca foram honestos contigo? Que perdeste anos da tua vida e que o tempo não volta atrás? Que já tinhas dificuldade em acreditar nas pessoas, e agora ainda mais?
EliminarAs pessoas são umas egoístas e atropelam os sentimentos dos outros só porque sim. Nem a pandemia as mudou. Os gays ampliam isto, e fazem mal aos outros, só porque sim, 1000 vezes pior que os héteros. Estou um pouco (muito, vá) desiludido com as pessoas. Talvez um dia me passe. Ou não.
Os gays são mesmo do piorzinho, sim. Sei disso e concordo contigo.
EliminarA dor de se perder alguém é real e persiste como um aviso de que precisamos dessa pessoa para viver. Ou assim nos diz a parte emocional do nosso cérebro. Mas ruminar sobre o mesmo, sobretudo se não há volta a dar, não ajuda: é viver no passado, e se calhar, truncar quem passa por ti no presente. Aceitar o que aconteceu. Eu acho grandioso quando dois ex se mantêm amigos, quando atingem aquela maturidade de se abraçarem como tal, é a forma de respeito mais bonita - sem ressentimentos, sem estarem ligados ao passado, sem ciúmes. Deixei o outro, fui deixado. Não julgo, não sou julgado. Continuo o meu caminho, abro espaço a quem vier por bem, agradeço pela vida que tenho em mim, abro espaço para construir a vida que quero. Não é preciso dinheiro. É preciso pessoas boas à nossa volta.
ResponderEliminarBom, tudo isso é verdade, tudo isso eu digo a mim próprio várias vezes. Mas a verdade é que tudo tem o seu tempo, e é um processo. Todos os dias tenho avançar um pouco no percurso, às vezes dou passos atrás, para tentar dar o dobro dos mesmos para a frente. Estou a tentar também que o amor que ainda sinto, não seja contaminado pelo ódio que tenho guardado, e estou a fazer o trabalho de transformar isto numa amizade sincera e acima de tudo, válida. Porque sei que o quero na minha vida, mas não nos termos que esteve até aqui. A responsabilidade do relacionamento ter acabado não foi minha, mas ao fim ao cabo ninguém acabou com ninguém, foram as circunstâncias da vida e as ações de uma pessoa, que geraram uma conclusão óbvia que não foi preciso ser falada para se ter tornado real. No dia X, as regras do relacionamento foram alteradas, e no dia X+1, aquele relacionamento, com aqueles parâmetros deixou de existir simplemente.
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