sexta-feira, 8 de novembro de 2024

quem me vê | luís trigacheiro







Por acaso, mas só por acaso, tenho os olhos da minha mãe. Os olhos, a boca, os dentes e a cara no geral, . E por outro grande acaso, a minha mãe, é a cara chapada do seu pai, meu avô. E há quem diga (embora discorde), que tenho um pouco do feitio do meu pai. Que não o foi buscar - de certeza - à sua mãe, minha avó.  

Mas não seremos nós, sempre, um somatório daqueles que geneticamente nos antecederam? E de todos aqueles, que embora não partilhem os nosso genes, nos moldaram ao longo da vida? 

Quem me vê não sabe bem 
De verdade quem eu sou, 
Vê o olhar da minha mãe  
Que o herdou do meu avô. 
Quem me vê, vê o meu pai 
Neste meu jeito de ser 
Que o meu pai herdou do pai 
Que herdou do pai,  
Ainda antes de nascer. 


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