Além da história, da qual será profissão mais velha do mundo, existem questões que persistem na nossa memória coletiva, como por exemplo, a questão da idade nos relacionamentos. Pessoalmente, não tenho nada contra (nem nada a favor) porque considero, que o que interessa é que as pessoas sejam felizes. A verdade também, é que já escrevi muito sobre isso, neste blogue, quer através de casos que conheço, quer através das considerações dos outros sobre o assunto, quer através da minha própria opinião ou ainda, daquilo que a sociedade determina como "aceitável".
O meu percurso foi/é semelhante a tantos outros... quando despertei para a questão dos relacionamentos queria alguém da minha idade. Evoluí mais tarde, para o pessoal mais velho do que eu e acabei por namorar sempre rapazes mais novos (com um máximo de 7 anos de diferença). Quando achava que deveria ter alguém da minha idade, pensava como o Aaron. Achava que deveria partilhar o mesmo caminho, que a minha alma gémea, de forma a conseguirmos construir algo os dois, sobre a premissa das mesmas experiências. Depois, nunca consegui arranjar ninguém de 1980, que quisesse ter algo comigo, mais do que umas aventuras casuais. Segui em frente. Procurei malta mais velha. Mas também a coisa não correu bem, porque muitos deles já tinham tido relacionamentos longos e queriam era brincadeira. Conheci casados, que obviamente queriam outras coisas mais "escondidas". Acabei por desistir de procurar (até porque dizem que não se procura, simplesmente, se encontra) e comecei a assumir que iria ficar sozinho. Quando me emancipei (aos 27) resolvi dar uma oportunidade a pessoas mais novas. E aos 28 comecei a namorar um rapaz de 21. Não houve um choque muito grande (a não ser na minha cabeça preconceituosa), considerando a diferença de idades, porque ele tinha uma história de vida intensa, já tinha tido muitos dramas na vida e trabalhava desde os 16. E assim a coisa deu-se. Talvez me sentisse próximo da idade dele, porque mentalmente, e embora tivesse já 28, era muito imaturo. Nunca tinha namorado, tinha pouca experiência sexual e parecia um adolescente nos assuntos do coração. Acabámos (ele acabou) porque me dizia que eu queria estar em todo o lado, com toda a gente e que isso era impossível - mas isso é outra conversa, ou não fosse a minha pessoa, um poço de defeitos.
Hoje, se tivesse solteiro, não sei se namoraria alguém de 24. Não, porque tenha preconceito com isso, mas porque tenho medo, que a questão do patamar de maturidade se assuma como uma diferença substancial. Não me incomoda os que os outros pensam, mas não sei até que ponto... poderiam existir fricções na maneira como cada um vê o mundo. Acredito piamente, que a diferença de idades não é a razão principal para que um relacionamento dê certo, ou errado, até porque somos todos diferentes. Mas lá está, uma das coisas que a vida me ensinou nestes 34 anos é que nunca devemos dizer nunca.