terça-feira, 17 de janeiro de 2017

comportamentos

Quem me conhece sabe que tenho muita garganta, mas que depois na "hora H" fujo sempre com o "rabo à seringa". Também quem me conhece bem, sabe que tenho uma autoestima muito baixa, embora faça tudo por tudo, para dar a ideia que sou muito convencido e que me acho muito gostoso. Se nunca me senti giro quando novo, agora que caminho a passos largos para os 37 anos, sinto que a minha chance de ser "a última bolacha do pacote" é, cada vez mais, ténue e difícil. E depois para quem namora com uma pessoa que é constantemente assediada, olhada, comentada, chamada e provocada também não ajuda nada

O verão passado estive em locais onde existia uma grande concentração de gays por metro quadrado. Sinceramente, devo dizer que nunca me senti tão mal em toda a minha vida. Não estava à espera de ser comido e lambido com os olhos a cada 30 segundos, mas confesso que também não estava à espera de ser tratado com tanta indiferença, mesmo perante o meu namorado e mesmo as pessoas sabendo que eu estava ali ao lado. Mais do que me sentir ignorado, senti-me como se estivesse a mais, e essa sensação não a desejo a ninguém. 

Obviamente, que se quisesse arranjar alguém para pinar nesses sítios, não ficaria sozinho - julgo eu - mas a questão é mais profunda. É sentir que não pertencemos ali, e começamos a duvidar se o nosso namorado "não será areia em demasia para a nossa camionete". Não pretendo com este texto fazer-me de coitadinho, ou até mesmo fazer com que me enviem mensagens condescendentes a dizer "que sou gostoso e me comiam de 4", mas sim alertar, que por vezes, quando não estamos bem (psicologicamente falando), há situações que não ajudam, e que todos os gestos - por mais pequenos que sejam - contam. As pessoas que estão perto de nós, e que gostam de nós, têm um papel importante nesses estados de espírito porque nos ajudam a perceber que não estamos sozinhos. É fundamental perceber contudo, que outros pequenos gestos - e por vezes inocentes - têm um papel devastador em nós e nos atiram para situações de insegurança e de dúvida. Aliás, como li algures por aí "um homem inteligente não faz a/o sua/seu namorada/o sentir ciúmes, mas sim as/os outras/os terem inveja". 

Fonte: Namoro com um PopStar

2 comentários:

  1. «...É fundamental perceber, contudo, que outros pequenos gestos - e por vezes inocentes - têm um papel devastador em nós e nos atiram para situações de insegurança e de dúvida.»

    ...

    Vou partir do princípio de que não estás a brincar e, ao mesmo tempo, de que não és, de facto, a última bolacha do pacote!...

    Seja como for, que tal se fizeres um esforço, mesmo pequenino, para colocares em prática aquele conselho ali de cima, da autoria de Cynthia Kersey:

    Acredita em ti próprio e chegará
    um dia em que os outros não
    terão outra escolha senão
    acreditar contigo.

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    Respostas
    1. Nem sempre temos a força necessária e o discernimento para sermos fortes, por vezes sentimo-nos pequeninos por diversas vicissitudes da vida, e ficamos vulneráveis. Acontece.

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