Continuo, sozinho, nesta saga de reler o meu blogue todo, e é interessante perceber, que há coisas que não mudaram com o tempo. Outras sim, como seria natural. Muitos "preconceitos" que tinha, desapareceram. Outras "verdades absolutas", que assumia, deixaram de existir, até porque vida tem muitas nuances. Em 12 anos (que este espaço foi fundado em 2012), aprendi a ver as coisas de forma mais ampla, mais descontraída e mais liberal. Embora, politicamente falando, permaneço de centro-esquerda. Fiel.
Mas, sobre as coisas imutáveis, ou que continuo de alguma forma agarrado a elas, é o facto de não conseguir estar com alguém só para esvaziar os "tins tins". Aliás, como escrevia em 2013, "Parece tão, mas tão fácil. Tão alcançável. Mas não. Eu não sou assim." (ler aqui), é algo que continua bastante atual. Para o bem e para o mal.
Ao passar o que passei, cego pela raiva, tentei elaborar uma lista de pessoas com quem me devia envolver sexualmente, de forma a sentir-me desejado. Valorizado. Vivo. Nem me reconheci na postura. Nem na forma como me "ofereci", assim sem pudor. Mas eu não sou assim, caramba. Não gosto de quecas marcadas, de chegar, fazer e sair porta fora. Gosto de conexões. Gosto de me relacionar com pessoas. De conhecer. De "engatar". De ter uma conversa decente, com alguma subtileza pelo meio, que me provoque ereções envergonhadas.
Não vou mentir, e dizer que não estive com ninguém nos últimos dias. Estive. Com duas pessoas. Com uma, que tem uma relação aberta, e que desde 2020, andava atrás de mim, mas que sempre recusei - uma vez que o meu relacionamento não funcionava nesses moldes. Mas aconteceu agora. Sexualmente foi bom. Mas saí de lá com um sentimento de vazio e que aquela pessoa não era eu. Não me reconheci. Não irei repetir, mas admiro a espera de tantos anos, só para me dar uma queca. Não merecia tanto empenho.
Já a outra pessoa com quem estive, e quem tem sido muito importante nesta fase da minha vida, a coisa aconteceu de forma mais natural. Foi a primeira pessoa que conheci em 14 anos (começámos a falar pelo Instagram). Combinámos beber um copo numa esplanada, e estivemos horas na conversa. Percebi que agradei, fisicamente falando, e que me enquadrava no "tipo". Mas acabou por ser mais do que isso. Existiu conexão física entre os dois, mas ao mesmo tempo mental. E aconteça o que acontecer, é uma pessoa que espero manter na minha vida. Até porque não devo nada a ninguém neste momento. E os termos e condições estão bem definidos para ambos - até porque a minha psicóloga me aconselhou a explicar a situação em que me encontrava - e está tudo bem. É algo que me tem deixado menos infeliz, nestes dias que teimam em marcar-me a pele.
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