terça-feira, 22 de outubro de 2024

conclusões

É claro que me preocupo. E é óbvio, que me continuarei a preocupar. Tomei a iniciativa de mandar uma mensagem na quarta-feira passada, e hoje, só para saber como estava. Se estava bem, se precisava de alguma coisa. Se a cabeça estava menos "depressiva". Não ficaria bem comigo mesmo, se não tivesse a certeza que, apesar da situação, as coisas não fluíssem com a normalidade possível. Talvez por puro egoísmo, de que se acontecesse algo grave, nunca me iria perdoar, ou viver decentemente comigo próprio. Já me bastaram as mortes dos meus avós maternos, e o facto destes terem partido, sem ter esclarecido as coisas com eles, e dizer-lhes, que apesar de tudo, os amava. 

Eu sou assim. Critiquem-me. Julguem-me. Mas gosto de saber como as pessoas estão, principalmente aquelas que, de alguma forma, foram importantes para mim. Nem que seja, de vez em quando, ou de quando em vez. Gosto de saber que o ex-número 1, está bem no estrangeiro, ou que o P., apesar de me "ter feito muito mal" e de me ter partido o coração quando andava na fase de descoberta, está feliz no seu novo namoro. Eu sou uma pessoa que gosta de pessoas, e apesar de ter um ar duro e a cara fechada, não desejo mal a ninguém. Verdadeiramente. 

Ontem de noite, não sei se por ter estado a passar a ferro, a ouvir música mais down, acabei a chorar. A pensar que não me quero continuar a sentir uma fraude e que não quero continuar a viver enleado em mentiras. Que queria voltar atrás no tempo e evitar certos erros. Que apesar de tudo, teria que ser honesto, mesmo que essa ponta de honestidade não fizesse sentido neste momento. Que teria de contar, certos segredos da minha vida, porque isso seria inevitável. Isto, se quisesse garantir a permanência do M. na minha vida. 

Estava eu nesta luta interior, ao mesmo tempo que tentava agarrar as lágrimas e as convulsões, e tinha o M., a bombardear-me com mensagens: "já tenho saudades tuas", "vamos ao cinema na sexta-feira", "vamos jantar fora" e "vamos ver um filme deitados na cama e comer pipocas". Respirei fundo. Respirei muito fundo, para não o mandar à merda. Não só, porque ele não sabia como eu estava naquele momento, mas também, porque ele não tem culpa nenhuma das coisas. Da minha vida. Do meu percurso. Das minhas condicionantes. Da merda em que estou envolvido. 

Como já escrevi aqui, noutro tempo, lugar ou circunstância, a história poderia ser outra. Mas as coisas são como são. E se estas dúvidas existênciais, angústias e medos, continuarem a provocar-me ataques de pânico e ansiedade, e noites sem dormir, terei que falar com o M., abertamente. E apesar de não o querer magoar, o nosso relacionamento terá que dar um passo atrás. E ficar no degrau da amizade "não colorida". Porque pelos vistos, e afinal, ainda não estou preparado para outros voos. 

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