Os dias não têm sido iguais aos outros, porque me tenho obrigado a fazer coisas novas, diferentes e de forma autónoma. Tenho evitado cair em rotinas, e tenho começado a cortar laços. Não é fácil passado tanto tempo, sentir-me solto, mas estou aqui, nesta posição, porque assim fui colocado. Não a procurei. Portanto só me resta organizar a cabeça, desta vez com ajuda profissional, e fazer o que faço desde sempre, que é: sobreviver.
Talvez daqui a um ano, volte a reler isto tudo e conclua, que fui demasiado dramático ou reativo, mas a verdade é que, o que sinto neste momento não me permite ser, ou estar, de outra forma. Só sei que ter 44 anos não é o mesmo que ter 30, e muitos dos planos que tinha aos 30, têm de ser diferentes aos 44. Têm de ser mais rápidos, sem questões inúteis que prolonguem a sua concretização. Porque o tempo não para. E eu já não tenho tanto tempo como tinha.
Não quero passar a ideia de coitadinho, ou que escrevo isto para terem pena de mim, mas como complemento à terapia que me encontro a fazer, não vejo melhor forma de me "consertar", do que voltar a hábitos antigos, que me fizeram tão bem e tão feliz. Mesmo que nada seja igual ao que foi. Mesmo que a blogosfera esteja quase morta. Mas não estou bem de momento - e de há uns anos a esta parte, verdade seja dita. Assumo que estou profundamente infeliz, numa infelicidade que perdura há demasiado tempo.
Já me senti culpado, apesar de não ter culpa nenhuma. Já me senti uma merda, sem ter motivos para isso. E já me senti o gajo mais feio, disforme e horrível do mundo. São fases. São processos de luto, que erradamente, procuram respostas em nós, quando o problema sempre esteve nos outros. Não sou melhor que ninguém. Mas também não sou o pior da humanidade. Sou diferente. E é nessa diferença, que muitos valorizam, acolhem e gostam, que me sinto especial. E também é aí, que o foco tem de incidir.
« ...E já me senti o gajo mais feio, disforme e horrível do mundo.»
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De ti apenas conheço as palavras que costumavas escrever, mas é com base nelas que me atrevo a dizer que não és nada disso!... Vá, olha para além de ti próprio e recorda-te desse gajo que nunca se foi embora.
Por isso é que a terapia também é importante. Para nos fazer pensar nas coisas e obter conclusões.
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