A semana passada - de quarta de tarde, a sábado de manhã - fui invadido por uma tristeza gigante, que não me cabia no peito. Algo que não consegui controlar, e que me arrastava, com o passar das horas, ainda mais para baixo - talvez como se estivesse sobre areias movediças, de onde queria fugir com todo o desespero, mas ao mesmo tempo, mais me afundava.
Embora o dia pior tenha sido, de facto, a quinta-feira (aliás, como tem estado a ser há 3 semanas), o jantar de sexta-feira, com amigos, derrotou-me por completo. Não dormi nada de jeito nessa noite, tive um início de ataque de pânico e acordei sábado de manhã às 9h, completamente arrasado. As coisas que foram ditas, e da forma como foram ditas, talvez para justificar atitudes de terceiros, além de terem sido injustas, e sem correspondência com a verdade, deixaram o meu cérebro em roda livre, e autónomo, face ao meu lado mais racional. A culpa não foi minha. Eu não controlei os eventos que se passaram. A mim, ninguém comunicou, ou perguntou nada. Eu fui colocado numa posição onde não queria estar, e que nem pedi para estar, e se ele aparecer com outra pessoa do lado, terei de lidar com isso. Aliás, como tenho estado a tentar resolver tudo até agora. Sozinho.
Assim, queria estar deitado o fim-de-semana inteiro, ao mesmo tempo que desejava que chegasse a segunda-feira logo de uma vez, para que pudesse voltar a entrar no eixo da rotina, de forma a deixar-me anestesiado disto tudo. Mas já tinha combinado ir ao gym com o M., e depois jantar fora no sábado. E assim fiz. E foi o melhor que fiz. Aliás, quando chegámos um ao pé do outro nesse dia, dei-lhe uma escova para a barba (que ele já tinha reparado na minha, e elogiado), e do nada, ele tira um saco da bagageira e diz: é para ti, e foi por isso que cheguei um pouco atrasado. Quando olhei lá para dentro, soltei uma gargalhada, porque percebi que ele andou atento às minhas stories no Instagram.* E digo-vos aqui uma coisa, que ninguém nos lê: ele é o homem mais fofo que alguma vez conheci na vida.
O jantar foi super giro. Diferente. Cozinha asiática. Onde ele cozinhou tudo no restaurante, e perguntava constantemente se eu estava a gostar e se estava bem. Sinto que a preocupação dele comigo é genuína - talvez porque nos estamos a conhecer ou porque me quer agradar. Não sei. Não quero saber. Só sei, que quando estou com ele, sinto-me especial. Bem tratado. Valorizado. Com a autoestima em cima. E porque não dizê-lo, feliz. Pelo menos não penso na vida de merda que tenho tido nos últimos tempos, ou de como estou desiludido com tudo. Com as pessoas. Com as situações.
Ainda fomos beber um copo e conversámos. Entretanto ele estava com sono, e viemos embora. A meio do percurso, até os nossos carros, puxei-o contra o meu corpo, ali, na rua, indiferente a quem olhasse, e beijei-o. Porque ele me excita. Porque ele me trata bem. Porque conheço-o há muito pouco tempo, mas sei que quero que ele fique na minha vida. Seja em que condição for.
Entretanto, voltei a ter outra sessão com a psicóloga, que me afirmou que não estava com depressão (ufa!), e quando falei do M., ela perguntou-me: não estará a projetar alguma coisa no M.? Uma necessidade de preencher um vazio na sua vida?
Eu sei, que a minha relação com o M. será sempre na base de uma amizade. Especial. Tenho a noção disso. Não só porque saí há pouco mais de 1 mês, de um relacionamento de 14 anos, mas também porque tenho a cabeça toda baralhada e não sei o que quero. Se o tivesse conhecido noutras circunstâncias, o meu comportamento seria muito diferente. Mas as coisas são o que são, e não quero magoar ninguém neste processo.
*A oferta foi Nestum Proteína e Leite Proteico. AHAHAHA
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