terça-feira, 29 de abril de 2025

2025

Bem-vindos a 2025.

Mais uma vez. 

sábado, 26 de abril de 2025

constatações

Ontem de tarde, fui beber um copo com um amigo. Ao percorrermos as redes, percebemos que um conhecido nosso estava num local, onde costumávamos ir, e dissemos ao mesmo tempo "ainda bem que não tivemos a ideia de ir ali". Foi tão imediato o comentário, que até ficou um ambiente estranho. Como se fosse algo esotérico, sei lá. 

Continuámos na nossa, a falar da nossa vida e dramas pessoais, quando o meu amigo resolver mandar umas mensagens mais atrevidas ao tal conhecido, a dizer que estava comigo, e se ele tinha capacidade disto e aquilo, e mais não sei o quê. Como o rapaz nunca me interessou, para além da conversa de circunstância, embora tenta percebido sempre as subtilezas dos convites, sendo que falo com ele nas redes, por cortesia (by the way, ele é casado, mas faz cenas a 3+ com o marido), não dei a devida importância à coisa. 

Passados uns minutos, o meu amigo recebeu uma mensagem, e voltou logo o telemóvel. Eu percebi que era do tal rapaz, e perguntei: estás a esconder isso para quê? Ele, um bocado atrapalhado, tentou desviar a conversa, e eu disse-lhe taxativamente: já percebi de quem é a mensagem, o que ele quer? "Ah não interessa, parvoíces", respondeu-me. Fiquei ainda mais em broa, porque percebi que era algo, que ele não queria que eu soubesse/lesse. E voltei a insistir, e insisti, até ele me mostrar o que o outro tinha escrito. Basicamente, era algo do género: "tu sabes que a minha panca sempre foi pelo namorado* dele...". Ou seja, sim, sim, estava disponível para maluquice com todos, mas o objetivo principal foi, e era só um. 

Vi a cara de preocupação do meu amigo, porque deve ter pensado que aquilo me iria ferir o ego, ou o caralho. Bom, não posso dizer que fiquei surpreendido, porque não fiquei, e o tal rapaz sempre que metia conversa comigo, eu sabia muito bem que eu apenas era um meio para atingir um fim. E como ele, tantos outros, no passado, tentaram fazer o mesmo. A verdade é que os homens são tão previsíveis, que é fácil apanhar os seus esquemas. Aliás, não havia alguém que dizia que "os homens são todos iguais"? Claro, pensar com a cabeça da pila, deixa-nos sempre básicos na abordagem. Também acho que não podemos criticar ninguém por tentar, porque o ónus ficará sempre da parte de quem é tentado, e cabe sempre ao outro lado, esclarecer e colocar cada um no seu devido local. E esta, era uma crítica que fazia sempre o meu ex-namorado, ou seja, que o facto de ele gostar de ser apreciado, bajulado, engatado por outros gajos, porque isso o fazia sentir vivo, era um problema para mim. Para nós. Porque nunca estabelecia limites, e deixava sempre entrar pessoas em espaços que eram nossos, e que não fazia sentido estarem por lá.  


*ele não sabe que acabámos. 

quinta-feira, 24 de abril de 2025

amor ou solidão?

Ontem na SIC, vi uma reportagem sobre um esquema, onde sacavam milhares de euros a pessoas, através de um burla bem montada por moçambicanos. Um dos casos apresentados, era relativo a um senhor de 80 e tal anos, que tinha perdido mais de 30 mil euros, porque se "apaixonou" por uma moçambicana - que adotava várias características conforme o diálogo -  e queria casar com ela. Conheceram-se no Facebook, e a moçoila era tudo aquilo que o outro lado precisava. Ora era enfermeira, ora estava a precisar de companhia, ora estava doente no hospital, ora afinal era menor, e o senhor se não pagasse não sei quantos euros, iria preso. E melhor de tudo: a pessoa não existia. Óbvio. 

Não vou julgar quem foi enganado, até porque sei que a carência afetiva é tramada e todos nós, em maior, ou menor, escala já fizemos coisas estúpidas porque estávamos apaixonados. Encantados. Iludidos. Carentes. Whatever

Ultimamente, tenho pensado muito nisto, até porque tenho algumas pessoas que me dizem que tenho de arranjar outra pessoa. Mas arranjar como? Tipo obrigação? E como farei a distinção entre um qualquer sentimento ou apenas uma carência qualquer? Sei lá. Não acho que as coisas são sejam assim tão automáticas, rápidas ou fatais. Para mim não são. Nunca foram. E tudo que envolve sentimentos é uma treta. Portanto, cá continuo na minha rotina casa-trabalho-ginásio, às vezes quebrada com amigos e algumas aventuras das quais me arrependo quase imediatamente, e . Não sei se estou numa fase, assim tão emotiva, que me agarre já a qualquer homem que me apareça à frente, até porque estou tão desiludido com as pessoas, que quero distância do mundo. Mas consigo perceber, e consigo encontrar pontos de toque, com todos aqueles/as que se encontram numa fase da vida, que pretendem partilhá-la com outro/a, e assumo que por vezes apenas conseguimos ler os sinais da forma como os queremos ler, e não da forma que eles são. A propósito do date, do jantar que mencionei aqui, e que referi ter desmarcado, a pessoa mostrou-se preocupada comigo e voltou a perguntar-me se não estava disponível para algo mais que uma amizade - mesmo quando já lhe tinha dito que não. Claro que expliquei, de uma forma muito sucinta, o que se tinha passado comigo, em que fase estava e o porquê de querer só apostar em amizades neste momento. Acho que a pessoa acabou por ficar desiludida com o que leu, e talvez tenha percebido que a "vibe é só de amizade", era mesmo uma "vibe só de amizade", e portanto deixou de interagir. Compreendo. Mas eu fui honesto com ele, desde o primeiro dia que se avançou com convites. Não iludi. Não menti. E não deixei a coisa avançar no vácuo. 

Claro que sobre os casos denunciados na reportagem acima mencionada, a história cheirava a esturro desde o primeiro minuto, mas quando nos sentimos mais frágeis é quando as coisas acontecem. E por mais atentos que estejamos, há sempre um risco real de cometermos erros. De não querermos ouvir as nossas pessoas, que estão fora do enredo, e portanto, conseguem ver as coisas com outros olhos. Que conseguem produzir uma análise fria, isenta e capaz de nos salvar de fazer (mais) merda. E mesmo sabendo isto, nos momentos (mais fortes e mais fracos) do nosso percurso humano, porque é que existem vezes, que vamos em frente, mesmo sabendo que vamos embater com a tromba numa parede e ficar feridos? 

televisão invertida

Sempre quis fazer mais coisas, para além deste local de escrita. Quem tiver coragem, tempo e paciência, para lamber este blogue de uma ponta à outra, verificará isso mesmo. Já quis produzir uma revista com bloguers (chamada "Invertido", de forma a transformar um termo pejorativo, em algo banal), um podcast também com bloguers e tantas outras ideias, que só de me relembrar de todas, fico cansado. Hoje, estava para aqui a arrumar umas coisas, e pensei "olha, giro, giro, era existir uma televisão tuga, assim virada para um público LGBTI+, onde uma pessoa pagava uma subscrição e via online". Vai daí, e em vez de esperar pelos outros, resolvi fazer uma cena-parecida-com-um-canal-de-televisão, e criei a Televisão Invertida. Claro que a minha maior referência será o Tal Canal do gigante Herman José, sendo que não será um projeto humorístico. Terá humor, claro e óbvio, mas será uma cena séria. À séria.

Mas vamos por partes. Ou se preferirem, por questões que provavelmente são ser frequentemente formuladas

O que é a Televisão Invertida?
Bom, este novo projeto deste blogue, é um agregador de coisas que vou encontrando por aí, e em vez de ficarem apenas na minha memória, ou guardadas nas minhas redes sociais, vou partilhando por aqui, e disponibilizar numa espécie de diretório organizado como um "Guia TV"

Quanto custará a subscrição da Televisão Invertida? 
Duas nudes. Uma de frente e outra de costas. Será uma cena gratuita, pah. E sim, vou ter cuidado com os direitos de autor.  

Porquê o nome de Televisão Invertida?
É assim, já tinha pensado neste nome para uma revista digital, e resolvi aproveitar o mesmo. É um termo utilizado de forma pejorativa, ofensiva e muitas vezes dissimulada, quando alguém quer dizer que outro alguém é gay. Portanto, há que desconstruir a cena, para lhe tirar força e torná-la banal. AS palavras têm peso, mas esse mesmo peso pode ser adulterado a favor do bem. E nós estamos cá pelo bem. Além disso, a própria ideia é uma inversão daquilo que é o conceito de televisão, sendo que este projeto não é um canal televisivo, não terá apresentadores, diretos e afins. No fim de tudo, é baralhar e inverter a lógica das coisas. 

E onde se poderá "assistir" à Televisão Invertida? 
Além das publicações temáticas no blogue, podem encontrar tudo aqui!

coisinhas

 Acho que nunca baixei tão rápido as calças a um homem como ontem.* 


*A fazer um Raio X e por indicação médica. 

la det swinger | let it swing







"Conheci" esta canção num especial da BBC sobre a Eurovisão. Embora velho, em 1985, tinha 5 anos e sabia lá eu, o que era a Eurovisão - sim, já fui, miúdo, jovem, adolescente, trintão, etc. A verdade, é que nos últimos tempos, tenho adorado conduzir ao som desta canção das Bobbysocks, que ficou em primeiro lugar no festival, precisamente em 1985, representando a Noruega. Não sei, transmite-me tanta energia positiva, que apenas consigo sorrir, e fingir que sei norueguês, quando tento cantar a versão original. 

Portanto, andei meses a fingir que tinha "estudos", e que falava um norueguês fluente, principalmente nas partes onde era cantado "melodier", "fantasier" e "rock'n'roll". Mas a realidade, é que não sabia nada do que estava escrito na letra, e desconhecia totalmente, a sua mensagem. Portanto, por mim, podiam-me estar a mandar à merda, ou a dizer-me que sou um idiota, que nada disso importava. O que era essencial para mim, era a sensação que a canção me transmitia. Os tais "feelings" que falava Salvador Sobral. E sobre isso, "apenas" ficava feliz. 

Ao descobrir a versão desta canção em inglês, e a tradução da sua letra da tal língua que "dominava", fiquei espantado com a correspondência com a fase atual da minha vida. Continuo a acreditar, que não há coincidências, e que "lá em cima", existe algo, alguém, alguma coisa, que nos manda sinais, que nos espicaça, que nos empurra na direção certa, mesmo quando no momento, pensamos que tudo está errado, que mais vale atirar a toalha ao chão ou apenas desistir de viver - e passar a um modo mecânico de rotina quotidiana. Só sei, e apenas sei, que nesta fase dos 44 - quase 45, depois de tudo o que passei desde sempre, já me podia ter tornando numa pessoa má, vingativa, um filho da mãe sem escrúpulos, uma pessoa asquerosa, que apenas quer o mal dos outros, só porque sim. Mas não. Por mistérios da vida, estou a conseguir conservar a decência, a honestidade, a alegria e a capacidade de me preocupar com os outros. Talvez a inocência de criança, ainda arda em mim, com o objetivo de evitar que me torne numa pessoa horrível. Talvez. Nunca o saberemos. 

Fra en radio strömmer gamle melodier
Look at me, I'm climbing up a ladder
Og jeg våkner opp og spör meg hva som skjerAnd 
I'm half-way bound with reaching for the stars
Er det bare dröm og fantasier
No, I don't have time to swing, no time for laughter
Når jeg föler at det swinger mer og mer
But a voice inside my head keeps singing loud

La det swinge la det rock'n'roll
Let it swing and let it rock and roll
La det swinge til du mister all kontroll
Let it swing and let the feeling take control
Oooh, ah, oooh
Åh hi åh la det swinge la det rock'n'roll
Let it swing and let it rock and roll


Playlist atualizada AQUI!

quarta-feira, 23 de abril de 2025

passados

Há 15 anos, andava interessado num rapaz do ginásio. Era giro, tinha um corpo fixe, dizia umas piadas, e dava-me corda q.b. (bola, etc). Isto tudo, proporcionalmente à sua estupidez, enquanto pessoa. Saímos uma vezes para a praia, beijámo-nos no carro, e pronto, andava iludido, vá. 

Uma noite, saí com o NA para o Trumps, e estava lá a admirar a fauna e flora local, quando vi o tal rapaz. O meu pescoço ganhou dimensão, abri os olhos, como se estivesse a dizer "estou aqui, pah", e esperei. Ele viu-me, segredou qualquer coisa para a pessoa com quem estava, essa pessoa olhou para mim com um ar de desprezo, agarrou o rapaz e começaram-se a beijar/comer à minha frente, fazendo questão que eu visse. Que ficasse incomodado. Que saísse da pista de dança. Percebi mais tarde, que essa pessoa, de sobrenome qualquer Perdigão, estava super interessado no mesmo rapaz que eu e achava que namoravam. Seja como for, foi desnecessário. Foi triste. Deixou-me derrotado nessa noite. E fez-me odiar os gays. Talvez um pouco como hoje. Mas seja como for, começo a ver aqui um padrão. Ou como diz a minha psicóloga: "já vi que tem um tipo de homem". Yeap. Confirmo. Os cabrões. 

terça-feira, 22 de abril de 2025

tempos idos

 Não sei. Mas fiquei com saudades do tempo onde tudo era mais fácil. 

segunda-feira, 21 de abril de 2025

homens bons

Não me considero católico, mas fui educado na cena. Acho que já fui agnóstico, ateu, e mais um par de coisas, mas desde que fui à Terra Santa, e visitei locais históricos - e comprovadamente históricos - assumi para mim mesmo, que sou um Cristão-Histórico-Crente. Ou seja, acredito que as pessoas mencionadas nalgumas partes da Bíblia, existiram mesmo, independentemente dos seus feitos, sendo que aquilo que mais interessará, é que aquelas pessoas tentaram sempre mostrar-se disponíveis para o próximo, para ajudar o próximo, para entender o próximo, para levantar o próximo, para não deixar o próximo cair numa espiral destrutiva, e mostrar que apesar das diferenças, somos todos iguais. Com fraquezas. Com erros e acertos. E que isso não deve invalidar-nos de forma alguma, porque seremos sempre um somatório das coisas boas e das coisas más. 

A mim, não me interessa saber, se a água foi transformada em vinho, ou se a cura de uma patologia foi um milagre ou não. A mim, o que importa saber, é que haverá sempre pessoas boas, pessoas que se interessam, pessoas que apesar de tudo, conseguem ver nos outros, coisas boas. E isto, colide com o que acredito verdadeiramente: faz aos outros, aquilo que gostariam que te fizessem. Porque um gesto bonito, gera outro gesto bonito. Um sorriso provoca outro sorriso. Um obrigado cria uma sensação de realização. E uma disponibilidade nunca se esquece. 

Assim, considero, que a pessoa que hoje morreu, líder de uma das maiores religiões do mundo, e de seu nome adotivo, Francisco, pensava um pouco assim. Era muito assim. Não se limitava a propagandear os cânones católicos, mas alertava para o óbvio. Para a nossa essência enquanto humanos. Para as nossas fragilidades, mas também para as nossas forças. Puxando por tudo aquilo que temos de melhor, mas criticando sempre que fosse necessário. Evidenciando, por vezes, a nossa falta de empatia com aqueles que nada têm, ou elogiando aqueles que simplesmente dão, mesmo que isso implique repartir o pouco que têm. De notar, os seus apelos mais sinceros, dos grandes aos pequenos gestos, puxando por vezes as orelhas àqueles que produzem a crítica fácil sobre os outros, mesmo desconhecendo a sua história ou percurso. Ao fim ao cabo, era parte da nossa consciência coletiva. Hoje morreu, acima de tudo, um homem bom. E é isso que devemos relembrar, daqui para a frente.      

pseudo-dates

 Acabei de cancelar o jantar. 

Acredito que foi pelo melhor.

more matches

A pessoa faz match com outra pessoa no Tinder. A pessoa diz olá e deseja uma Boa Páscoa. A pessoa bloqueia a outra, e não se sabe bem o porquê. Ainda bem que os gays não mudaram nada desde 2010. Ou melhor, mudaram. Estão mais divas, mais parvos e mais idiotas. 


Ainda assim, boa semana para todos.


Sim, hoje estou aqui a fazer cenas várias, mas contrariado. 

quinta-feira, 17 de abril de 2025

fetiches

Nunca tive fetiches por profissões (acho!), mas que este bombeiro, levava-me ao altar. Ai levava, levava. Ao altar e não só. A Bali. Às ilhas Phi Phi. E à minha cama - AHAHAHAH. Tenho uma alta crush por ele, e sigo-o religiosamente (dizem que a malta com a idade, começa a voltar-se para a religião... e eu já sou velhinho), nas redes sociais. Ter os olhos claros ajuda... bom... e o resto também. Aquele corpinho... ui ui. Só espero que não seja homofóbico. Porque já tenho o plafond das desilusões esgotado até 2089. 

match

Continuo a usar o Tinder, principalmente quando estou na casa de banho. Ao invés de ler uma revista de consultório, perco tempo a arrastar para um lado, depois para o outro. Há uns dias, dei match com um rapaz, mas como depois não ligo muito àquilo, porque vou respondendo com a mesma frequência que acontecem as Festas da Nossa Senhora do Cabo - ou seja, de 25 em 25 anos, pensei que iria ser, como é sempre. Ou seja, a interação acabava por morrer ali, de forma natural, como tantas outras. Aliás, nunca conheci ninguém ao vivo através daquela aplicação. Mesmo assim, e não sei como aconteceu, o rapaz convidou-me para jantar na próxima terça-feira. E eu fiquei amarrado a um sim, muito pouco convincente. 

Parece-me estruturado, tem duas profissões e 39 anos... e correndo o risco de ser básico, "o problema não é ele, sou eu". Isto é, não estou com a mínima disponibilidade mental para dates... e tive que reforçar a ideia que "só procuro amigos, amigos e nada mais que amigos" - em linha com o que tenho escrito no meu perfil, para ver se a cena acabava por si só. Mas não, ele agradeceu o aviso e perguntou-me se preferia jantar em Lisboa. Merde. Não se como se vou safar desta. É que não estou mesmo com vontade nenhuma, só me apetece estar em casa. Sozinho. 

segunda-feira, 14 de abril de 2025

corações partidos

"A dor do fim de uma relação, seja ela qual for, é uma das experiências emocionais mais intensas e desorganizadoras que uma pessoa pode viver. É um processo de luto. Quando estamos apaixonados ou emocionalmente ligados a alguém, o nosso cérebro liberta neurotransmissores como a dopamina e a oxitocina. Estas, são substâncias associadas ao prazer e apego. Quando a relação termina, há uma rutura abrupta desse sistema de recompensa, criando sensações semelhantes a uma síndrome de abstinência. Além disso estudos de neuroimagem mostram que a dor emocional ativa as mesmas áreas cerebrais da dor física. Ou seja, sentimos mesmo um vazio no peito, uma pressão, uma angústia profunda. É uma dor não só emocional, como física. É a perda de uma rotina, de uma fonte de afeto, de um futuro imaginado, quebra de expectativas e, por vezes, de uma parte de nós mesmos. 

[...]

Sim, subestimamos frequentemente a dor de um coração partido. Existe uma certa banalização do sofrimento amoroso, como se fosse algo que devêssemos “ultrapassar rapidamente” ou “resolver com distração”. Muitas vezes há quem diga “isso foi só um término”, sendo que a palavra “só” desvaloriza o processo de luto que a pessoa passa. Mas a verdade é que a dor de amor pode ser tão ou mais intensa do que a dor provocada por outras perdas significativa. Ignorar essa dor pode ser perigoso. Pode levar à ansiedade, à depressão, à perda de autoestima e/ou ao isolamento social. O problema não está no tempo em si, mas no que fazemos com ele. É algo que digo no livro: Há quem diga “não te preocupes, o tempo cura tudo”, mas eu nunca vi o tempo curar. Eu já vi sim o que as pessoas fazem durante esse tempo fazer a diferença. Agora o tempo sozinho, não. É preciso um trabalho ativo, e é aí que este livro pretende ajudar."

Joana Gentil Martins, Psicóloga Clínica  




Ler a entrevista toda aqui

domingo, 13 de abril de 2025

domingos

Cada vez mais, tenho menos vontade em sair de casa. Não sei. Não tenho grande vontade de estar com pessoas, ver pessoas, interagir com pessoas, falar com pessoas, assim-e-coiso, pessoas no geral. Contudo, hoje, domingo, acabei por sair. Não só, porque já tinha combinado com o M. faz semanas, mas também, porque tinha os bilhetes do teatro comigo. 

E assim foi, fomos ao teatro. Rimos imenso. E senti, mais uma vez, aquele interesse subtil, mesmo quando ele me contava, que estava mal de amores por um rapaz do ginásio. Não sei. Apesar de ele me dizer mil vezes, que somos amigos e pronto, eu fico sempre nervoso com a situação, e ando sempre a desviar a minha boca da dele. Se somos amigos, não quero que as coisas fiquem demasiado confusas. Para mim. Mas especialmente para ele. 

Acabámos de ver a peça de teatro, demos uma voltinha pela cidade e acabámos a jantar no "American Disaster". Vi por lá um rapaz que sigo no X, que estava com uma crush, e fingi não o ter visto. Não, porque estivesse com vergonha de alguma coisa, mas porque achei que iria parecer demasiado intrusivo. Demasiado confiante, de que poderia falar a alguém, com quem troquei apenas uns tweets, numa qualquer rede social. Também acho que ele não me reconheceu, e acho que foi o melhor. Para ambos. 

Quando o rapaz e o crush dele saíram do restaurante, o M. perguntou-me:

- Aquele não era o não-sei-quantos-do-x? 

E eu respondi:

- Sim, era ele sim. 

E ele retorquiu: 

- Ele mete lá a vida toda dele. 

E eu fiquei... pois. Ainda bem que o M. não sabe que tenho este blogue. E acho que nunca lhe vou contar… não porque tenha problemas com isso, mas porque não quero perder aquela cena, que é minha, só minha e onde posso ser eu, e apenas eu. 


Apesar de tudo, foi um bom domingo. Foi um dia feliz. Um dia que fugi da minha realidade de merda. E sentado na mesa do restaurante, a olhar para o Marquês de Pombal, e para o pôr-do-sol no topo do Parque Eduardo VII, pensava: onde está aquele rapaz de outrora, que apesar de ter medo de tudo, já sabia que era gay, que sonhava, e que acreditava nas pessoas? Estaria apenas adormecido ou morto de vez?  

terça-feira, 8 de abril de 2025

perguntinhas

Onde andam os gays nascidos em 1980 até 1990? Casados com Senhoras da sociedade? Virtuosas? Com filhos? Ou simplesmente emigraram? Ou será ainda, que nesta década não se fabricaram homens que gostam de homens, em número suficiente?

Tantas questões, tão pouco tempo para as analisar. E eu a fazer um esforço enorme para ter os olhos abertos, devido ao relaxante muscular que tomei. 

terça-feira, 1 de abril de 2025

decisões

 Finalmente decidi mudar de vida e vou emigrar para a Bulgária


Farto de homens e fartinho de gays


Adeus.

abril

"Em abril, águas mil!"

 

Entrámos num novo mês, mas para mim, está a ser totalmente indiferente - a não ser quando recebo o salário. Posto isto, quero apenas dizer-vos que estamos no mês da Liberdade, e das conquistas que individuais que garantimos enquanto democracia, mas que nos arriscamos a perder - de um momento para o outro -, devido ao que se passa no mundo. Por isso, há que ficar vigilante, e acima de tudo, capazes de não deixar que a história se repita. Mesmo que andemos descrentes com as pessoas, com a sociedade e/ou a vida. 

E neste mês também, homenageamos mais um bloguer, que ainda está no ativo, continua no ativo, e esperemos que continue ativo - embora viva noutro país. Mas a gente não discrimina, né Mark'zinho

sexta-feira, 21 de março de 2025

constatações

- Mas achas* que aos 50 anos, os gays ainda querem esse tipo de vida, de engate? Não estarão mais calmos, a querer outro tipo de relacionamento?

Devo ter feito uma cara de "a sério que estás a dizer isso?", e "os gays só acalmam quando morrem", que levei logo um complemento:

- Pois, aos 50 anos, talvez ainda não. 


Atenção: a publicação contém a ironia necessária, face à seriedade do assunto. 


*A minha terapeuta já me trata por "tu", e não me choca. Desde que não queira apresentar-me nenhum amigo gay

sexta-feira

Está a chover ("Lá fora a chuva cai, lá lá lá"), estou muito cansado, ia levando com o portão nos cornos hoje de manhã, ao sair de casa, e apanhei uma molha para o fechar. Entretanto, estou quase de fim de semana, comprei francesinha para jantar hoje, e vou ver a nova série da STARlife, "High Potencial", baseada numa série francesa-belga que passa no AXN. Espero deitar-me cedo, porque já tenho uma certa idade, e vou aguardar descontraidamente pelo sábado, onde de tarde vou ao ginásio com o M. e depois jantar com um casal de amigos. 

Sem muita emoção? Bom, há vidas piores. 


Ah, e talvez para a semana tenha um date. Date de amigos, mas um date. Qual Grindr, qual quê. Abençoado Instagram


quinta-feira, 20 de março de 2025

terapia

 Para quem não tinha nada para falar, não se calou durante 45 minutos. 

relacionamentos

E hoje, vou ter mais uma sessão de terapia, sendo que a sensação que tenho, é que não tenho nada para dizer. Está tudo igual ao que estava, e basicamente a minha vida é ginásio, trabalho, casa, casa, ginásio e trabalho. Bem sei que há vidas mais interessantes, mas também existem piores. Estou agora focado, em coisas simples, que quero resolver este ano, e o resto... bom, o resto é o resto. Estou a refazer os meus planos a longo prazo. 

Entretanto, troquei mais umas mensagens com o Terrivelmente Giro, pelo Instagram, e fiquei parado no que ele me disse. Ou seja, que não conhecia nenhum relacionamento longo, onde a monogamia ainda existisse. Que o máximo, que ele tinha conhecimento, era um namoro de 12 anos, e que depois acabou, porque era mais amizade do que outra coisa. E que as relações gays, mais tarde ou mais cedo, têm sempre esse desfecho. Ou acabam, ou ficam abertas, ou existem traições de um dos lados, ou até mesmo dos dois, e que não existem compromissos homoafetivos duradouros.  


Não foi um discurso muito animador. 


Afinal, terei que mudar a minha perspetiva sobre as coisas?    

sexta-feira, 14 de março de 2025

coisinhas

 Estou super gelado, mas estou aqui a aguentar, só para não ligar o aquecedor e gastar eletricidade. 

quarta-feira, 12 de março de 2025

mais péter sándor

Também gosto muito de musicais, mesmo que não perceba um boi do que estão a cantar.



E não consigo concentrar-me... a ver este vídeo... porque os meus olhos só se focam no umbigo, ou nos pêlos do peito. Ainda não me decidi bem pelo motivo.

péter sándor

Nem gosto assim tanto de ópera, mas até tenho um amigo que gosta.

prova de vida

Recebi uma mensagem através do blogue, que tenciono responder brevemente, que me dizia: "não obstante os teus 44 anos, pareces mais um adolescente, perdido nas próprias franjas do vazio". Embora consiga perceber o ponto de vista, quem é que não se considerava "perdido", mediante um falhanço monumental de um projeto de vida? Quem é que não questionaria tudo, e mais um par de botas, quando percebe que as coisas correram mal? Que as decisões tomadas, acabariam por se tornar erradas, no fim do caminho? 

Não sei. Ou melhor, só sei que isto de ser gay, é um caminho penoso. É algo que nos exige sempre demasiada avaliação, e nos coloca uma pressão social, que nem todos têm capacidade para aguentar. Se somos bonitos ou feios, se temos um bom corpo ou não, se temos um determinado estilo de vida ou apenas nos limitamos ao quotidiano baço e invisível. Ao fim ao cabo, vivemos numa constante competição entre nós próprios, os outros, as ideias que temos de nós, e que os outros têm sobre nós. 

Ser gay, quase que automaticamente nos "obriga" a ser modernos. A ter relações abertas ou semi. A ter a capacidade de sermos socialmente aceites, e não provocar uma qualquer exclusão, só porque não nos encaixamos nos padrões estabelecidos. Porque aí, seremos sempre proscritos da comunidade. Da importância dos círculos. Do "mercado da carne", que tanto se valoriza em diversos perfis de redes sociais, que republicam as nossas fotografias, e nos fazem competir entre gajos, com o objetivo de lustrar o ego alheio. Será que caminhamos para o vazio das relações entre pessoas? Bem sei - e não vou ser hipócrita - que todos nós gostamos de ser apreciados, gostados, engatados, etc, por terceiros, mas será isso efetivamente saudável? Ou apenas nos derruba, mais tarde ou mais cedo? Ou apenas nos enganamos, porque não queremos morrer sós? 

Hoje, no Instagram, ao estar nas parvoíces com um rapaz terrivelmente giro - que já conhecia de vista, dos tempos que ia ao Bairro Alto, em 1842 - fiquei a saber que estava solteiro, após um relacionamento de anos. Acabou por me confessar, que estava desorientado, que os amigos que tinha, eram os amigos em comum, e que sentia um vazio profundo, porque não sabia muito bem como viver a partir de agora. Ou seja, está um pouco... lá está, perdido. Também lhe disse que estava solteiro, desde o ano passado, e que o melhor que ele tinha a fazer neste momento, era dar tempo ao tempo. Fazer coisas. Conhecer realidades diferentes. 

Contudo, tudo isto, ainda me reforçou mais as convicções que (ainda) tenho. Ou seja, que todos nós, mais tarde ou mais cedo, acabamos por passar pelos mesmos problemas, pelas mesmas dúvidas, pelas mesmas encruzilhadas. Sejamos nós, terrivelmente giros, ou fora dos padrões que a sociedade nos impõe e/ou exige. 

sábado, 1 de março de 2025

março

"Março, marçagão, manhã de Inverno, tarde de Verão!"

E se o blogue do Miguelito, tinha o singelo nome de "Cansei de ser Hétero", eu confesso nesta data, que estou fartinho de ser gay. Just Saying.

Bom, tenham mas é um excelente março, que daqui a nada já estamos em junho. E não se esqueçam de ir desfilar no Carnaval já na próxima semana! 

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

aniversários

O M. fez anos este mês e convidou-me para o aniversário dele. Bom, dizer "convidar", é uma forma mais simpática de dizer que praticamente me "obrigou". E eu só fui porque era ele. Porque a minha vontade em sair de casa, é cada vez menor, e se for para sítios onde existam muitos gays por metro quadrado, ainda pior. Não é que fosse o caso, porque era um jantar, num restaurante "familiar", mas a minha cabeça - como sempre - começou logo a viajar na maionese, e teci cenários de "bairros""Trumps" e coisas conexas. E para isso, não estou disponível. Se é que alguma vez estarei. Não só, porque já tenho 44 anos, e logo, pouca paciência, mas também, porque vivo com uma vergonha permanente do que me aconteceu. Não é que eu tenha de a ter, mas tenho. E muita. 

Antes da hora combinada, passei pela casa do M. - onde já estava um amigo, para lhe dar a prenda de anos. Estava com medo, mas ele adorou. Falhei apenas no tamanho do pé, mas nada que não fosse passível de uma resolução fácil. Dali, seguimos para o restaurante, para encontrar o resto das pessoas do M. Como é compreensível, não estava nos meus dias, e ainda estava a digerir algumas das mensagens que tinha recebido momentos antes, sobre que tinham feito isto e aquilo com o meu ex-namorado. Tentei ser simpático, cordial, contar histórias e rir. Por momentos consegui. Por momentos, sai da minha "realidade fatual", e consegui ser aquela pessoa que sou, e não fiquei agarrado à pessoa que me tornei. 

Mas ver todas aquelas pessoas que o M. adora, a mostrar afeto por ele, consideração, amizade genuína, agradecimentos profundos por tudo o que ele fez por cada um deles, com um brilho nos olhos, deu-me novamente esperança que ainda existe malta com princípios, e que os gays, principalmente os gays, não são todos uma merda. Aliás, como lhe disse na mensagem que lhe enviei logo de manhã: a tua existência na minha vida, serve para me mostrar que ainda existem boas pessoas, e acima de tudo, faz-me acreditar que não são todos iguais. 

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

vale tudo

Sobre o ícone da teledramaturgia brasileira, a novela Vale Tudo, tenho fragmentos de memória, porque ainda era muito miúdo na altura - sim, já fui uma criança. Mas lembro-me perfeitamente da personagem da Regina Duarte, a vender sanduíches na praia, da "velha má" e do genérico com a canção "Brasil", interpretada pela Gal Costa - só mais tarde é que conheci a cantora. 

Agora que a TV Globo "fajános", para comemorar a data, surge um remake dessa novela, com estreia já para março. Confesso que já não vejo novelas há anos, mas estou com curiosidade em relação a esta versão. Além disso, transporta-me para um tempo, onde acreditava no mundo e nas pessoas, e em que vivia entre a casa da Avó Maria e Avó Glória, e ainda, da Avó Margarida. 

E meus senhores, respeitável público, e demais entidades, que por aqui passam... o Cauã Reymond... está que está! 


Fonte: TV Globo


constatações

Li em tempos, no X, que a única forma de se ultrapassar um relacionamento, é com tempo, música e terapia. Efetivamente, julgo que quem escreveu isso, tinha razão. Já se passaram quase 6 meses, e embora muitas coisas ainda pareçam estranhas, já não estou, como estava em setembro. Estou a ver as coisas com mais clareza, ou de outro prisma. Quem sabe, a ficar ainda mais maduro. Ou indiferente. 

Só sei, que a cada dia que passa, há sempre alguém que me vem contar alguma coisa, enviar-me um print de uma conversa, ou fazer questão de me dizer, que fodeu com o meu ex-namorado (mesmo quando já não tenho nada a ver com isso). Não sei qual é a necessidade destas merdas, mas sinceramente, também prova aquilo que já sabia: que Lisboa é um penico e que os gays são maus - e sem noção. Mas quem me mandou a mim, namorar um Pop Star?

Claro que as coisas são o que são, e a vida não pára, mas isso não quer dizer que não custa. Claro que custa. Custa muito. Não é fácil. Também não é fácil discutir com a minha mãe, por uma merda que ela fez - e eu não gostei - e ela atirar-me à cara "que os teus amigos fazem de ti gato-sapato". Aquilo atingiu-me de tal forma, que não chorei por vergonha. Porque sei que é verdade, porque sei que tenho esse tipo de personalidade, e porque ao fim ao cabo, foi o que meu ex-namorado me fez.  

Hoje, começo a entender certas coisas de outra forma. As "bocas" que eram apenas brincadeiras, a minha diminuição enquanto pessoa (física e psicologicamente, falando - que me fez duvidar de tudo, até de mim), as mentiras, os enganos, o beber sem controlo (em jantares com amigos, porque me queria sentir "bem", mesmo quando não estava), ou até mesmo, quando ouvia "não tens de ter ciúmes ou de te preocupar", porque "é só falar", mesmo quando não era/foi. Aliás, houve muitas coisas ditas, que me balançaram. Críticas subliminares, que não tinham uma ponta de verdade, mas que faziam o seu propósito. Faziam-me sentir a pior pessoa do mundo. O "não merecedor" de ter um namorado assim. Cometi tantos erros, que vejo que deixei de ser eu próprio. Como, por exemplo, acumular dívidas colossais, para acompanhar o estilo de vida dessa pessoa, porque caso contrário "iria arranjar outro com mais poder económico e terminar tudo". Embora, no balanço final, vejo que todos os meus medos foram injustificados, porque o namoro chegou ao fim de qualquer forma - mesmo que tenha tentado, todos os dias, mantê-lo à tona.  

Hoje também, vejo que um relacionamento não é o que tive. Tem de ser leve. Sem acusações tontas, com o objetivo de desviar a atenção do que se passava nos bastidores. Um relacionamento tem de ser igual, em partes iguais, com responsabilidades iguais. Sem cobranças. Sem necessidade de criar inseguranças, ou ter atitudes estúpidas, que nos deixam tristes, perdidos no olhar, sempre a pensar, que não merecíamos aquela pessoa ou "na sorte que tivemos, e por isso, temos de aguentar tudo, porque é mesmo assim". Um relacionamento não nos deve fazer optar entre nós, e os nossos amigos, ou se preferirem, não serve para nos humilhar com discussões idiotas, em frente de pessoas, que ao fim ao cabo, são a família que escolhemos. E onde, aconteça o que acontecer, nós seremos sempre os maus da fita. Mesmo quando não o somos.


Sim, começo a concluir, que vivi um relacionamento tóxico. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

dia dos namorados

A passar no vosso ecrã, para vos desejar um Feliz Dia dos Namorados.


No que me diz respeito, bom, sempre poupo dinheiro - AHAHAHAHAH!

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

ginásio

Domingo passado, fui ao gym de tarde, fazer um cardio básico, sozinho, para pensar na vida - aliás como tem sido hábito nos últimos tempos. E até gosto - não achem deprimente s.f.f. (AHAHAHA). 

Estou a entrar nos balneários, para ir fazer um pouco de sauna, ou banho turco, ou ambos, para tomar um banho tépido de seguida, para depois, ir para casa descansar e gozar o resto do domingo, quando encontro um velho, todo nu, aos berros. "Uma vergonha" para lá, "uma falta de respeito" para acolá, um "não admito" ali, um "isto não é uma sauna gay" aqui, e uma gritaria que não se podia. Chamou o Personal Trainer da sala, continuava todo nu pelos balneários afora, a abanar a pilinha, a gesticular, a berrar, e eu, bom, eu só estava a achar aquela cena toda inacreditável. Enfiei-me no banho turco, para ver se conseguia uns minutos de sossego, mas o velho entrou logo a seguir. 

Todo nu, continuou ao berros, a contar o que tinha acontecido aos outros velhos que lá estavam. Que não era xenófobo, e não tinha nada contra brasileiros, mas desde que foram para aquele ginásio, aquilo nunca mais foi o mesmo. Que não tinha nada contra gays, mas aquilo não era uma sauna gay e tinham que se saber comportar. Que isto e aquilo, mas não tinha nada contra. E que, qualquer dia, estavam a foder no passeio, na rua. Que não havia respeito. Que isto e aquilo. Ó foda-se, eu também não tenho que estar a levar contigo, todo nu, a desfilar pelo ginásio, ou a ouvir-te aos berros, quando só quero descansar a cabeça uns minutos, e aqui estamos, não é, Manuel Acácio? 

E tudo isto porquê? Porque pelo que percebi, estavam dois brasileiros na sauna, que se tocaram ou estavam a tocar-se. Não percebi bem. Mas era preciso este festival todo? Não contente, ainda pediu o livro de reclamações, e esteve para lá escrever não sei o quê. Vão colocar um jeitoso todo nu, na sauna a controlar? Yes, please. Ao menos lavamos as vistas, que aqueles velhos só falam alto ou berram, e não há nada de jeito para se ver ali.  

Eu sei que há malta que abusa. Ainda noutro dia, estava a tomar banho, e num dos chuveiros do canto, estava um velho a bater uma... tipo, menos. O espaço é partilhado, caramba. Tenham um bocado de noção. Mas também não foi por isso que chamei alguém ou pedi o livro de reclamações. Ia reclamar do quê? Assistir a uma punheta não solicitada? 


By the way, eu ia jurar que já o vi no engate, com outros velhos naquele ginásio, mas também não tenho a certeza, pelo que fiquemos no campo das hipóteses. E sem mais grandes conversas, porque eu só não quero que me chateiem. Muito. 

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

dates

Se conhecer pessoas aos 30's, quando era - e estava solteiro, já era complicado - e muito difícil, imaginem agora aos 44 anos - que estou novamente solteiro.  

Agora pensem. 

coisinhas


No ginásio: 

Senhor (que só tem mais 5 anos que eu): Então? E como é logo?

*pânico*

Eu: Logo? Como assim? 

Senhor (que só tem mais 5 anos que eu): Sim, pah! Quem ganha Porto ou Sporting? 

*respiro de alívio*

Eu: Ah isso. Não sei. Para mim acaba por se um pouco indiferente. 

Senhor (que só tem mais 5 anos que eu): Ahhhhhh já percebi que és do Benfica. 


E eu só conseguir esboçar um sorriso amarelo, ao mesmo tempo que pensava: não, é mesmo por ser gay e não ligar nada a futebol. 

sábado, 1 de fevereiro de 2025

fevereiro

 "Em fevereiro, chega-te ao lameiro!"


Vamos só passar por cima do dia 14.

Muito Obrigado. 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

dates

Acho que nunca teria um date (na vertente romântica da coisa), com uma pessoa que conhecesse pelo blogue. Não sei. Além de me sentir em desvantagem, porque saberiam muito mais de mim que o inverso, ficaria um pouco constrangido, porque exponho-me demasiado por aqui. 

ginger ale | special edition







Pronto, falei desta canção na publicação anterior, fui ouvir de novo, descobri a Special Edition, e pimbas, retomei-lhe o gosto. E esta canção já é do Festival de 2022, meu deus das canções - estou ainda mais idoso. Como o tempo passa a correr. 

E finalmente, que hoje é sexta-feira. Tenho saudades dos dias onde tudo era mais fácil, e o fim-de-semana era sinónimo de farra e descontração. Tenho saudades de dançar e beber copos. Alguém me pode indicar matinés para quarentões plus em Lisboa? Desde já agradeço. 

Bem, se calhar devia era beber um Ginger Ale, e deixar-me de merdas. Ou então, trabalhar um bocadinho, just in case. Até porque quem ganha a vida na cama, ou a olhar para o teto, é profissional do sexo - ou tem um Only Fans

Não sou gata borralheira
Mas deixei na cabeceira
Sonhos e vontades para não cumprir

Ainda nem é quarta-feira
Não sei se lá chego inteira
E se o multi-tasking nunca tiver fim


Playlist atualizada AQUI!

festival da canção 2025

Estou desde ontem a ouvir as canções propostas, para o Festival da Canção deste ano, e para já, estamos assim - mais, só depois de ver tudo ao vivo: 

coisinhas

Bem, e agora vou responder aos vossos comentários, ler os blogues suspeitos do costume e continuar a ouvir as canções para o Festival da Canção deste ano - para ver se faço uma análise das mesmas. 

o misterioso do grindr

Vi, que tinha uma chamada não atendida no Whatsapp, e mandei mensagem a perguntar se queria alguma coisa, ou se tinha sido engano. Disse-me que tinha sido engano. Óbvio. Claro que era engano. Aproveitei para perguntar se estava tudo bem com ele, respondeu-me que sim, e ainda lhe disse, que para um gajo de 34 anos, médico - com responsabilidade na vida dos outros, revelou muita infantilidade. Ou se preferirem, imaturidade sentimental. Respondeu-me que não foi nada disso, que precisou de estar mais off, e pediu-me desculpa pela ausência e falta de noção da parte dele. 

Porque é que os homens são tão imaturos, e a maioria não sabe o que quer da vida, lixando a vida dos outros? Alguém me sabe responder? 

sentimentos

Quer a minha Psi, quer uma amiga próxima, dizem que tenho de ter uma conversa, conversa e que estou a adiar a coisa. Mas caralho, toda a gente está a cagar-se para mim, para o que sinto, como fico após as situações, e eu, tenho sempre de priorizar, esclarecer, falar com os outros, de forma a não existirem equívocos, só porque os outros podem ter esses equívocos? Não me lixem, pah. Não me lixem.  

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

colegas que não se calam

Gosto muito da minha colega do lado, mas deixa-me sempre com dores de cabeça ao final do dia. A verdade é que ela não precisa de estar constantemente a berrar, para contar alguma coisa. Seja o que for. Pessoal ou de trabalho. Bem que poderia moderar o tom. Da mesma forma, que também não precisa estar, constantemente, a mostrar coisas no telemóvel, como vídeos para rir, memes, horóscopos, cães'zinhos e gatinhos amestrados, ou criancinhas irritantes, até porque quando não estou interessado em coisinhas da treta. Antes fossem gajos bons. Está mesmo velha, chiça penico. 

É claro que isto influencia o meu rendimento profissional, porque não me consigo concentrar a fazer as coisas, que tenho para fazer, só porque ela não sabe/consegue estar calada 5 minutos. Para mim, é, e tem sido, uma tortura. Também não tenho a culpa, que ela não tenha uma vida além do trabalho, e utilize a situação profissional como um escape social. Isto não é, repito, não é um centro de dia. 

Enfim. Só sei que ela já se despediu com um "até amanhã" às 17h00m, mas ainda a oiço na sala do lado na conversa. Com sorte, ainda vou sair primeiro que ela. 


Nossa Senhora dos Coleguinhas Que Não Se Calam, tende piedade de mim. 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

comportamentos

Sexta-feira passada publiquei, no meu Instagram, uma foto em tronco nu. Já sabia, que mais tarde ou mais cedo, iria receber comentários ou mensagens depreciativas - como tenho recebido aliás, nos últimos tempos, mas caguei. É pah, apesar de ter 44 anos, e alguma dificuldade em perder a barriguita, estou orgulhoso do corpo que tenho, porque o tenho, com muito sacrifício de dieta e exercício físico. Não vou mentir que me dá tusa trabalhar, para gostar de me ver ao espelho sem roupa, mas também o facto, de ter o colesterol muito, mas muito, elevado, dá-me um alento extra. Porque não quero ter outro "mini-AVC", e quero tentar ser o mais saudável possível - mesmo cometendo algumas asneiras alimentares diárias. 


Adiante.


Passados uns minutos da publicação, lá surge o primeiro comentário: "Só se vê 4 abdominais? Vê-se logo que não fazes elevações de perna". 

Fiquei ligeiramente fodido, porque o "reparo" foi produzido por antigo colega do secundário, com quem raramente falo, que não é meu amigo, que não tem confiança comigo para este tipo de observações, e acima de tudo, porque achei aquilo sem noção. Vindo do nada. Gratuito. Além disso, alguém que não é da área do fitness, nutricionista ou similar, e para concluir, alguém que não pratica exercício físico. E que volto a frisar, não tem confiança comigo para este tipo de abordagem. Portanto, só lhe respondi "que comentário de merda"

Óbvio que não gostou. E vai daí, volta à carga com um "mas não aguentas uma crítica construtiva? Querias que mentisse e dissesse que estavas em forma para concorrer na categoria de men's physique"

Não, cromo do caralho, não aguento uma crítica construtiva, quando a mesma não tem nada de construtiva, a não ser tentar diminuir o meu esforço e minha alegria de me ver ao espelho. Não, cromo do caralho, quero lá saber do men's physique ou o raio, porque não quero concorrer a nada, nem tão pouco ser capa de uma revista de fitness. Portanto, cromo do caralho, quero é que te fodas e metas a crítica construtiva no c*. 

Ok, não respondi assim, até porque moderei o contra-comentário, mas avisei-o que iria remover do meu Instagram. Gostou? Não gostou. Foi a correr para o Facebook bloquear-me, mas antes, ainda enviou a seguinte mensagem privada: "eu também sou rápido e daqui já vais de vela". A minha reação? Mãos para cima e agradeci ao Senhor! Que já queria ter feito aquilo há décadas, mas nunca o tinha conseguido fazer, com receio da pessoa ficar chateada e armar peixeirada na rua. 


E como este cromo do caralho, tenho outros da caderneta, que me mandam mensagens fofinhas a dizer "vais tantas vezes ao ginásio e continuas igual", "o treino não está a resultar", "só levantas esse peso? És mesmo menino!" ou "tens gordurinhas ali de lado". Sério, mas qual é a necessidade? Ficam mais felizes em diminuir o outro, só porque sim? Se o motivo for esse, meus amigos, que continuem assim, porque eu quero mesmo é que as pessoas sejam felizes. 

vejam bem | gisela joão







A canção foi lançada, faz 3 dias, ouvi hoje e foi amor à primeira vista. Como declaração de interesses, aviso já que adoro a Gisela João e Zeca Afonso, portanto, a minha análise poderia ficar já inquinada, mas esta canção e interpretação, fez-me transportar para os meus tempos de criança, para os anos 80, para os cantores de intervenção e para a Festa do Avante - que ia com os meus pais e a minha bisavô, assumidamente comunista, mas não militante. Ou seja, despertou em mim, nostalgia e saudades de lugares, de pessoas, de sentimentos e de sonhos, que agora parecem distantes, ou de outras vidas passadas, mas que já foram meus.  

Ao fim ao cabo, falamos de Liberdade, pessoal e coletiva, nestes tempos que se avizinham tenebrosos. Agora, mais do que nunca, veremos o que os seres humanos valem, e quem merece caminhar a nosso lado. Que nos acrescenta. Que nos valoriza. Que não nos larga a mão.  

Anda alguém
Pela noite de breu à procura
E não há quem lhe queira valer
E não há quem lhe queira valer

Vejam bem
Daquele homem a fraca figura
Desbravando os caminhos do pão
Desbravando os caminhos do pão

E se houver
Uma praça de gente madura
Ninguém vem levantá-lo do chão
Ninguém vem levantá-lo do chão


Playlist atualizada AQUI!

idades - esclarecimento

 Atenção: não tenho nada contra as pessoas, que procuram outras na mesma faixa etária. Tudo é válido e cada um sabe de si. Só acho um bocado tonto, as conversas que acontecem, quando nada está escondido, ou quando nem sequer foram formuladas intenções, para além de uma amizade, ou de uma conversa para passar o tempo. 

Tendencialmente, prefiro pessoal mais novo que eu (máximo 7 anos de diferença), sendo que isso nem sequer é uma regra absoluta. Mas tenho essa preferência, porque apesar de já ter 44 anos, comecei tudo muito tarde (a virgindade só se foi aos 28 e o primeiro namoro aos 29), e então, mentalmente, sinto-me um pouco ainda mais "atrasado" em maturidade sentimental gay. Seja lá isso o que for. Ou melhor, com pessoas mais velhas que eu, e mais experientes, sinto-me um pouco atrás, e sem capacidade de as acompanhar, até porque já passaram mais etapas do "jogo" e avançam logo para outros níveis, que eu ainda não me sinto preparado para "jogar". Da mesma forma, que com pessoal muito mais novo que eu, 30's e por aí, coloco logo uma barreira porque são muito novos. Muitos deles nunca tiveram uma fase de putice, e há sempre o risco de isso acontecer de um momento para o outro. Se estou a ser preconceituoso? Talvez. Mas gato escaldado... 

E sim, eu sei que há pessoas com 32 anos, que têm mais maturidade do que pessoas com 44. Que tudo depende do nosso percurso de vida, das nossas experiências - sentimentais e outras, dos dramas que vivemos e da maturidade que adquirimos com isso tudo. Mas... ainda assim, eu fico sempre de pé atrás. Por isso, e por outras coisas, entendo perfeitamente a "fronteira" da idade, que algumas pessoas têm. Só não percebo a falta de coerência. E de noção.  

idades

 Demos match no Tinder, eu com 44, ele com 32, e a interação seguinte, foi mais-ou-menos assim: 


 - Ahahaha Desculpa, mas eu procuro um relacionamento e tu já és um bocado velho. 

- Percebo. Mas eu não te pedi em namoro, além que de momento só procuro amigos. 

- Sim, mas 12 anos é muita diferença de idade. Procuro relacionar-me apenas com pessoas mais novas. 

- Ok, mas eu não procuro namoros agora, nem contigo. 

- Com pessoal da tua idade, só costumo dar umas voltinhas



Sim, eu mereço. 

Estou farto de gays

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

saudades

 Tenho saudades dos tempos tranquilos, fáceis e serenos. 

amor barato | david afonso







O BenidormFest está à porta, e ando a ouvir em loop as canções a concurso. Já tenho algumas favoritas, e uma delas, é esta: Amor Barato. É uma canção, a atirar para uma rumba, boa para dor de corno (AHAHAH), e fácil de acompanhar o cantor na letra - Por una cariciaaaaaaaaaaaaa Y una noche mássssssssssssss

E sim, eu faço shows no carro quando estou a ouvir esta canção - AHAHAHAHA

Julguem-me, quero lá saber. 

Como un perro triste tras un hueso
Mendigo por un beso
Por una caricia
Y una noche más
Yo busco lo que tú me das
Lo que no me darás

Ya no quiero tu amor barato
Tus caprichos, tus silencios
No quiero ser uno de tantos
Con los que matas el tiempo
Ya me cansé de tu tеatro
No quiero estar aquí de paso
Mе niego a ser un tipo más en tu colchón


Playlist atualizada AQUI!

desabafos

 Odeio este mês de janeiro, que tem mais de 90 dias, e nunca mais acaba. 

 Ainda por cima, só recebo o salário para a semana. Na terça-feira.


#desabafos 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

revoltas

Esta semana ando cheio de revolta. 

Espero não agredir ninguém entretanto.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

planos

No turbilhão da vida, que nos últimos tempos só me tem entregado merda, vivo um dia de cada vez. Contudo, nos últimos dias, tenho pensado no meu futuro. De momento, não quero relacionamentos, e quero viver um pouco da "solteirice", que já não tinha há décadas, e talvez um bocadinho de "putice". Não era a canção da outra que dizia "eu quero ser puta, ohohohoh, eu quero ser puta ohohoho" ? - eu sei que não é, é mesmo "eu quero ser tua", larguem-me, e please, deixem-me fazer algumas piadas parvas, que continuo combalido do coração. 


Mas avancemos. 


Este ano farei 45 anos. Estarei velho, mais velho, mas espero que em bom. Um velho da lancha, vá. Mas sem lancha. E sem dinheiro. Pobre. Falido. Um daddy, mas sem filhos. Solteiro, mas não sozinho. Destruído, mas não derrotado. 

Seja como for, a vida é muito curta (ainda ontem tinha 30) e eu preciso de um plano de ação rápida. De decisões. De ações. De concretizações. De atalhos, para uma qualquer felicidade.  

Embora, quando questionado pela psicóloga, de como me via daqui a 10 anos, tenha ficado sem resposta, sei que não vou conseguir estar assim para sempre. Perdido. Desorientado. Apenas a viver o momento, esperando pela hora de dormir, para acordar depois e repetir tudo novamente. 

Bom, mas voltando ao meu futuro, quero antes dos 46, ter estabilizado o coração. Ter tido diversão sexual q.b., e ter reduzido as dívidas para metade. Ter encontrado alguém decente, "conservador" como eu, e que queira casar. Sim, agora quero muito casar, e apresentar uma pessoa que seja excecional, fora da caixa e com responsabilidade sentimental assumida, aos meus pais. E quero, no máximo, até o final de 2026, decidir se os filhos vão acontecer, ou não. Eu quero encontrar alguém que queira o mesmo. E que queira ter uma casa comum. Uma responsabilidade comum. Uma vida em comum. Bem sei, que fazer planos e correr tudo mal, é o meu mantra, mas sem objetivos é que nada acontece mesmo. E farto de gente que não vale nada, de gays, de Popstar's, de gente que vive só de engates, estou eu. Quero algo diferente, e para isso, vou ter que fazer algo diferente. Tenho neste momento, um ano e meio - sim, estou tipo relógio pólis -  e tenho de ir a correr atrás do prejuízo. Mas sem desespero. Até porque me sinto tranquilo e nada desesperado. E como acredito que "quem procura, acha", e que "quem muda, Deus ajuda", estou na fé e no foco. Veremos. 


Posto isto,  no final do ano, vou começar a distribuir uns panfletos a dizer "quem quer casar com a carochinha". Vou fazer o layout e abrir castings em dezembro. 

janeiro

 "Janeiro fora, mais uma hora!"


Assumo o atraso, mas não tenho tido tempo para nada. Mas ainda estamos em janeiro, e ainda venho muito a tempo. Até porque este mês tem mais de 90 dias. A minha conta bancária que o diga. Berra todos os dias, como uma cabra perdida na serra, porque o dinheiro cada vez é menos. 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

gajos

Seguia um dentista muito giro, de olhos claros, no Instagram. De vez em quando, metia-me com ele, e reagia a algumas stories, sendo que ele nunca me dava grande conversa - verdade seja dita. Está no direito dele e eu aceito isso. Até porque não sei se estava solteiro, ou não, se achava piada às minhas parvoíces, ou não, ou se tinha algum tipo de interesse em manter contacto comigo, ou não. Também nunca levei, ou tentei levar, a conversa para dates e assim, para a badalhoquice ou para a minha versão + atrevida.

Contudo, ontem, estava aborrecido e resolvi abrir o Tinder. Arrasta para a esquerda, arrasta para a direita, perfil vazio, perfil sem interesse, e esbarro no tal dentista e pensei: que se foda, vou dar "like". E dei. E ao dar, deu "match" - e eu fiquei surpreendido. Tipo, wowwwwwwww. Quem diria? 

Como não gosto de colecionar correspondências no Tinder, mandei mensagem a dizer: "olá, tudo bem?", tendo recebido como resposta um "block" ou a anulação do "match". Ainda não percebi qual foi. E eu pensei para mim próprio, "tudo bem, deve ter-se enganado, acontece".  O importante é estarmos felizes e assumirmos as nossas escolhas. 

Então, também resolvi ir ao Instagram e removê-lo de seguidor, tendo deixado também, de o seguir. Não sei se vou dar um ar de ressabiado, ou ofendidinho, mas acho que se não se sentiu confortável - e atenção, está no direito dele - não precisa de colecionar fãs. Muito menos eu, que sou um mini-milk de gente. 

o misterioso do grindr

Pronto. E assim termina a "história" com o Misterioso do Grindr, só porque fui passar o ano ao estrangeiro e fui a uma festa. Ou seja, deixou-me de falar porque não devia ter ido. Porque ele não queria que eu fosse estar com "gajos"

Estamos a falar de uma pessoa que:

- Não me é nada - nem sequer amigo se pode considerar; 

- Está dentro do armário e não me deixar segui-la nas Redes Sociais; 

- Manda fotografias cortadas da cara e em modo temporário no WhatsApp

- Exige coisas, que nem os meus amigos exigem; 

- Tem medo de falar ao telefone; 

- Só quer que eu me comprometa com coisas e que vá ter com ele não sei onde. 


Foda-se. 

Odeio gays

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

calendário blogosférico | 2025

Com um ligeiro atraso, e com as minhas mais sentidas desculpas, chega hoje, e finalmente, o Calendário Blogosférico de 2025!

Como já expliquei, noutras publicações, este Calendário traz apenas uma referência a uma gigante blogaysfera, que outrora existiu por aqui. Por ali. Em todo o lado. Ao mesmo tempo. Ou seja, "uma vez que, por aqui, o ambiente está quase "morto", resolvi destacar os projetos que foram muito importantes para mim em 2012 (e anos seguintes), que me ajudaram a crescer enquanto pessoa, que alinharam nas inúmeras iniciativas que criei, e ainda, todos aqueles que me permitiram de certa forma, sair mais do armário e a ser "mais" gay. Este espaço foi, e julgo que ainda continua a ser, o meu lugar seguro. O meu porto de abrigo. A minha verdade". 

Assim, escolhi 12 blogues que foram importantes para mim, e que sempre estiveram comigo nos momentos mais intensos e crazy's da cena blogo. Outro dos critérios, e que também serviu de desempate, foi o facto de alguns destes projetos, embora abandonados há décadas (AHAHAHA, QUEM SOU EU PARA JULGAR), ainda estão online! Portanto, ainda podem ler lidos (ou relidos)! Enjoy - para quem ainda não conhece.

Sobre o conteúdo escolhido, optei por transcrever publicações, ou partes destas, que considerei  que caraterizavam mais os autores de cada blogue. Ou pelo menos a ideia que tenho deles. O mesmo se passou com as canções escolhidas, e que até podiam dar uma playlist simpática - ainda vou pensar no assunto. 

Devo alertar apenas para o seguinte: a alguns dos autores destes blogues, perdi-lhes o rasto, e como tal, nada sei deles. De outros sei, porque os acompanho noutras redes sociais. Seja como for, espero que estejam todos bem, saudáveis, e felizes. Sozinhos ou acompanhados. 

E sem mais demoras, aqui fica a capa do Calendário para 2025, com os blogues por mim escolhidos - na segunda parte da publicação têm os meses todos à vossa disposição



janeiro
good friends are hard to find

fevereiro
Dois Coelhos 

março
Cansei de Ser Hétero

abril
As Aventuras de Mark 

maio
Um Deus Caído do Olimpo 

junho
No Limite do Oceano

julho
Uma Outra Face

agosto
Blog do Silvestre 

setembro
enfim! é o que tem pra hoje ...

outubro 
Anfitrião de Lisboa 

novembro
Aqui do Campo

dezembro
I Love my Shoes 


2025

Bom, cá estamos, não é verdade? Mais um ano, mais resoluções e tal (não fiz nenhuma), e mais drama. Much more drama. Pensei, muito sinceramente, que isto com o tempo fosse mais fácil, mas não está a ser. Estou mais confuso, mais perdido e mais caótico. Mais baralhado, mais sem foco e sem a concentração necessária, para tentar perceber o que quero afinal para a minha vida. Sim, os nossos sentimentos não acontecem através de um botão de ligar/desligar, nem se conseguem arrancar do coração de um dia para o outro, ou até mesmo, fabricar à pressão por outra pessoa. 

Resumo da minha vida nos últimos meses, foi a minha passagem de ano. Ou seja, e numa única palavra: caos. Podia ter tudo corrido tão mal (para a minha integridade física), mas que no final, acabou por correr tudo bem - não fiquei sem rins, não levei um soco, não fui assaltado, e as figuras tristes que fiz, aconteceram num país estrangeiro, sem ter ninguém conhecido a assistir. Meu Deus que degredo. Também não me lembro de tudo o que fiz, mas também não me quero lembrar - ou relembrar. Credo. Não sou aquela pessoa. E não estou assim tão carente. Estou "apenas" triste. 

Mas pronto. Passou. Fez-se. E espero não voltar a repetir. 


Seguimos agora na programação habitual. 


Feliz 2025 para todos! Que tenham muito sucesso e alegria nas vossas vidas! 


Nota: Vou tentar acabar o Calendário Blogosférico esta semana, que ficou em stand by, porque não apanhei o autocarro para a Vila Nova da Noção.