Ontem de tarde, fui beber um copo com um amigo. Ao percorrermos as redes, percebemos que um conhecido nosso estava num local, onde costumávamos ir, e dissemos ao mesmo tempo "ainda bem que não tivemos a ideia de ir ali". Foi tão imediato o comentário, que até ficou um ambiente estranho. Como se fosse algo esotérico, sei lá.
Continuámos na nossa, a falar da nossa vida e dramas pessoais, quando o meu amigo resolver mandar umas mensagens mais atrevidas ao tal conhecido, a dizer que estava comigo, e se ele tinha capacidade disto e aquilo, e mais não sei o quê. Como o rapaz nunca me interessou, para além da conversa de circunstância, embora tenta percebido sempre as subtilezas dos convites, sendo que falo com ele nas redes, por cortesia (by the way, ele é casado, mas faz cenas a 3+ com o marido), não dei a devida importância à coisa.
Passados uns minutos, o meu amigo recebeu uma mensagem, e voltou logo o telemóvel. Eu percebi que era do tal rapaz, e perguntei: estás a esconder isso para quê? Ele, um bocado atrapalhado, tentou desviar a conversa, e eu disse-lhe taxativamente: já percebi de quem é a mensagem, o que ele quer? "Ah não interessa, parvoíces", respondeu-me. Fiquei ainda mais em broa, porque percebi que era algo, que ele não queria que eu soubesse/lesse. E voltei a insistir, e insisti, até ele me mostrar o que o outro tinha escrito. Basicamente, era algo do género: "tu sabes que a minha panca sempre foi pelo namorado* dele...". Ou seja, sim, sim, estava disponível para maluquice com todos, mas o objetivo principal foi, e era só um.
Vi a cara de preocupação do meu amigo, porque deve ter pensado que aquilo me iria ferir o ego, ou o caralho. Bom, não posso dizer que fiquei surpreendido, porque não fiquei, e o tal rapaz sempre que metia conversa comigo, eu sabia muito bem que eu apenas era um meio para atingir um fim. E como ele, tantos outros, no passado, tentaram fazer o mesmo. A verdade é que os homens são tão previsíveis, que é fácil apanhar os seus esquemas. Aliás, não havia alguém que dizia que "os homens são todos iguais"? Claro, pensar com a cabeça da pila, deixa-nos sempre básicos na abordagem. Também acho que não podemos criticar ninguém por tentar, porque o ónus ficará sempre da parte de quem é tentado, e cabe sempre ao outro lado, esclarecer e colocar cada um no seu devido local. E esta, era uma crítica que fazia sempre o meu ex-namorado, ou seja, que o facto de ele gostar de ser apreciado, bajulado, engatado por outros gajos, porque isso o fazia sentir vivo, era um problema para mim. Para nós. Porque nunca estabelecia limites, e deixava sempre entrar pessoas em espaços que eram nossos, e que não fazia sentido estarem por lá.
*ele não sabe que acabámos.
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