quarta-feira, 22 de outubro de 2025

meados outubro

Ultimamente só tenho feito merda. E se disser que nem me reconheço, estaria a afirmar um cliché. O pior, é que sei que estou a fazer bosta, penalizo-me por isso, e nem por isso mudo de rumo. Só me apetece fugir para longe, ou como canta a Ana Moura "voar daqui para fora". Mas se sei que estou a fazer cagada atrás de cagada, e tenho consciência dos meus atos, porque não consigo parar? Estar desiludido com o mundo é motivo mais que suficiente, para isso? Será que justifica toda esta porcaria que ando a fazer? Claro que não. Sei que não. Mas não consigo parar, como se me estivesse a vingar de alguma coisa. Como se estivesse cego pelo ódio. Como se já não quisesse saber de nada ou de ninguém, mesmo que isso não seja de todo verdade. 

Neste último ano, também perdi imensas pessoas na minha vida. Uns porque se afastaram, outros porque me afastei. Uns porque nunca mais quiseram saber de mim, porque fiquei/estou solteiro. Aquelas conversas parvas de engate do Instagram mudaram de tom, e os planos para encontros ao vivo, morreram, porque o estado civil mudou. Mas com estas decisões posso eu bem. Ao fim ao cabo, estas pessoas nunca estiveram na minha vida. O que me faz não desligar a cabeça, pensar nas coisas de forma contínua, para tentar perceber o que terei feito de errado, é o comportamento de pessoas, que de uma forma ou de outra, estavam presentes. Que tinham o meu número de telefone. Que sabiam de alguns dos meus segredos mais profundos e dos meus dramas mais dramáticos. Eram pessoas, que eu sabia que podia contar com elas, desse por onde desse, mas que me provaram que afinal... não era bem assim. Sim, algumas destas pessoas desiludiram-me bastante. Outras, tentei perceber o que se passava, e mandei mensagens pelo WhatsApp, com o objetivo de entender o que poderia ter feito de errado. Mas esses esclarecimentos ficaram no vácuo. Não houve resposta. Fui, olimpicamente ignorado, e percebi, que afinal o tipo de relacionamento que tinha com essas pessoas, apenas vivia na minha cabeça. Só vivia num dos lados. 

A verdade, é que me sinto sozinho. Mas uma solidão diferente, daquela que sentia, enquanto namorava. É um estado autónomo, mas não triste, ou depressivo. Ou sem perceber os motivos. Não é uma solidão que dói, mas uma solidão que faz entender muita coisa. Que separa o trigo do joio. Que me mostrar como as pessoas são realmente. Sem máscaras. Sem filtros. Sem dó. 

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