domingo, 27 de janeiro de 2013

inícios

Visitei alguns blogues, neste domingo cinzeiro e de chuva, e apercebi-me, que o tema do namoro, da solidão e da incerteza sobre o amanhã ganham algum relevo. Também já passei por algumas coisas, que os meus similares já passaram, e tive as mesmas dúvidas e alguns comportamentos iguais. Lembrei-me do meu antigo espaço de escrita e fui relê-lo. Embora esteja fechado ao público, estará sempre presente para mim, para que nunca me esqueça de uma fase da minha vida, que me ajudou a moldar naquilo que sou hoje. É engraçado perceber como evoluímos, como as coisas acontecem e se desenrolam. Resolvi republicar agora neste espaço, um texto que desenhei quando me apaixonei pelo miúdo.

"Pedem-me para esperar. Para ter calma. Mas não consigo. Sinto-me a ferver por dentro. Sinto-me sequioso da sua presença. Sinto-me a pairar nas nuvens, mas sempre agarrado à terra com o pensamento: “não vai dar em nada e vou sair magoado”. Mas mesmo assim, mesmo sabendo que irei sofrer, consigo adormecer com um sorriso aberto e acordar feliz. Não me recordo dos sonhos que tive, se os tive, mas consigo estar tranquilo de olhos fechados. Já há algum tempo, que não vivia isto. Esta “coisa” reconfortante, desconcertante, importante e gigante, que não tem forma, mas que existe. Flagelo-me para não ser mais do que sou. Para não exigir mais do que tenho. Para não pedir mais do que me oferecem. Mas a verdade é que me sinto feliz. Gosto deste jogo, desta aventura, desta capacidade de viver acompanhado. Mas tenho medo. Tenho receio de ficar sozinho num qualquer canto, de uma qualquer sala perdida, de uma casa assombrada por fantasmas do passado recente, que deixa de ser uma qualquer, a partir do momento, que essas presenças espectrais nascem de mim. 

Dizem vozes afáveis, que estou apaixonado. Diz a minha, que não posso estar. Que é impossível. Que não. Que não devo. Que não devia. Que espere. Que me acalme… Mas continuo a não conseguir ouvir… o que quer que seja."

23 comentários:

  1. As vozes afáveis tinham razão, e ainda bem :)
    Eu estou nessa fase completamente descente, muito magoado e com dificuldade de acreditar nos outros e até em mim. Espero que como tu também consiga me apaixonar de novo.
    Abc e felicidades

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  2. Identifico-me parcialmente com o teu belo texto! ^^

    O importante é vivermos um dia de cada vez, não é mesmo? ;)

    Abraço e bom domingo :P

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  3. É a crise e o tempo tb não ajuda em nada :(

    Abraço

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  4. É tão bom estar apaixonado e sentir essa urgência com que o amor se impõe entre duas pessoas. Parece que não há mais ninguém no mundo. Isso vale por todos os medos, todos os riscos e todas as vertigens que nos assaltam.
    Abraço.

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  5. Oh, esse texto reflecte o que sentias: o encantamento tão normal em quem está apaixonado. :)

    O amor, assim como deste conta, é sempre um tema recorrente...


    '-'

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    1. Porque é aquilo que nos atinge mais?

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    2. Não podíamos viver alheados disso? Aliás, não há quem viva? E não consegue?

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    3. Eu acho que viver sem amor, ad aeternum, deve ser horrível e demasiadamente doloroso. Viverão mesmo alheados ou numa extrema e permanente angústia, muitas vezes maquilhada? :|

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  6. As relações interpessoais, a solidão e o futuro são assuntos sobre quais as pessoas sempre se hão-de debater e acabam por estarem todos relacionados. Na adolescência/fase jovem adulta têm uma importância grande no processo de construção de identidade mas hão-de continuar presentes pelo resto da vida já que estamos constantemente sujeitos a forças modeladoras que nem sempre controlamos e volta e meio voltamos a sentir-nos desamparados e a recear o futuro.

    Fico contente por as coisas terem corrido bem com o miúdo. Por saber que a sensação de pairares nas nuvens se tornou realidade ;)

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    1. Sim :) As coisas vão correndo :P e é preciso pensar num dia de cada vez :)

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  7. É estupendo olhar para essas memórias e sentir de novo esses sentimentos que te dominavam na altura e ver aonde o destino te trouxe. Por isso, regista também como te sentes hoje, para que nunca venhas a dizer que não vale a pena, porque vale sempre a pena.

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    1. Sim, vale sempre a pena :) mesmo! Nada compra o amor que sentes por alguém! Ou a reciprocidade do mesmo!

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  8. Olá, passei metade da manhã a ler o teu blog. Gostei imenso do que li. E não parei de me rir sozinho. LOL
    Quero mais! :)

    Abraço.

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