"conversas"

Não tenho problemas em falar seja do que for. Se me apetece falar de política falo, se desejo dialogar sobre sexo, faço-o sem pudor, e se quero ser fútil, sou. Normalmente estou sempre a brincar e a mandar bocas sobre todos os assuntos”. Para mim não há tabus. É claro que tudo depende dos intervenientes, do contexto e acima de tudo da vontade. Mas gosto de pensar que tenho essa liberdade libertina e estou-me a marimbar para outros (acaba por não ser bem assim, mas pronto lolol). 

Admito porém, que algumas pessoas possam pensar outras coisas, ou até mesmo ficar melindradas… mas sobre isso pouco, ou nada, posso fazer. Consigo porém, quando as pessoas o demonstram, pedir desculpa e evitar que isso aconteça no futuro. Não o faço por mal, mas quando tenho, o à-vontade suficiente, por vezes, estico-me na “coisa”. Talvez por ser do signo gémeos, pareço um cata-vento, que agora fala de verde, daqui a cinco minuto estou no vermelho e passados outros tantos, já estou na Constituição da República.

Obviamente, que esta problemática trás dissabores. Estava a falar com um rapaz há uns meses no Facebook, uma conversa inocente (se é que as há) e fiz um comentário sobre a minha preferência sexual, através de uma piada (que agora vejo que foi “parva”). Asneira. O rapaz pensou que queria ir para a cama com ele, e partir daí não consegui ter mais nenhuma conversa “normal”. Queria conhecer-me ao vivo, queria ir para a cama comigo, falava-me dos sonhos húmidos que tinha e acima de tudo, perguntava-me se já estava solteiro, porque só assim me poderia conhecer. Como deixei de lhe dar conversa sobre isso, e principalmente porque me recusei a ir ter com ele para tomar café, eliminou-me do Facebook. Ficou muito zangado comigo. Tentei fazer a emenda e expliquei-lhe as coisas. Não percebeu. Ou não quis perceber. Deixou-me de falar [ponto]. 

Já este ano mandou-me mensagem a desejar um bom ano. Respondi-lhe nos mesmos moldes e depois a conversa voltou a girar sobre “cafés ao vivo”, do “não me queres conhecer”, “então porque falas comigo” e acima de tudo “quando é que acabas o namoro”. Eu tenho a perfeita noção que a culpa é minha, porque com desconhecidos, não posso brincar com certos assuntos e acima de tudo, não posso falar sobre determinados temas. E não. Não tenho paciência. Mas vou ter que ganhar um maior auto controlo sobre o instrumento “conversas”.