Com a crise económica instalada, vemos que as condutas das pessoas estão a mudar. Enquanto uma parte se torna mais solidária, outra,
avança para o derradeiro egoísmo. Acho que se extremam as posições e o fosso
entre elas torna-se cada vez maior. Sintomático ou não, vejo através dos meus
amigos (gays e héteros), que muitos dos seus relacionamentos estão a acabar, sendo que outros
estão tremidos. Nem todos terminam, ou abalam, por traições, mas por outros motivos, 1.como
deixar de amar, 2.comodismo 3.falta de “novidade no relacionamento”, 4.não quererem
esforçar-se ou simplesmente, 5.porque querem andar na “putice”. A verdade, é que
uma relação dá trabalho, exige dedicação e acima de tudo: necessita de
tolerância. Ou de perdão, se preferirem.
Pelo contrário,
verifico que as pessoas, já não estão muito interessadas nisso. Não dá,
arranja-se outro. Isto já não é como antigamente, no tempo dos nossos pais e
avós, que quando uma coisa se partia, tentava-se o remedeio através do seu
arranjo, e embora não voltasse a ser o mesmo, o objeto continuava lá,
destinado ao seu uso quotidiano. Era a lógica de resolução prática dos
problemas, sabendo diferenciar no que valia a pena manter e no que não tinha
interesse em ficar.
Atualmente, considera-se
que não vale a pena, seja no que for. Entra-se na loja mais próxima e compra-se um novo. É mais
fácil. Mais rápido e menos chato. E com esta nova forma de “modos vivendis”, transferimos
este comportamento para a nossa afetividade. Este não encaixa? Arranja-se
outro. Quantas e quantas vezes, já não afirmámos, que há mais peixe no mar?
Haver, há. Mas se vale a pena, já é discutível. Não digo que todas as situações
são iguais, ou que todos os relacionamentos têm conserto. O que digo, é que
muitas das vezes, a nossa intransigência em tentar colar as peças pode-nos valer
algo novo, que não queremos, ou que nem sequer precisamos.
Concordo contigo. Uma relação implica muita dedicação mas acima de tudo exige que as pessoas se entreguem, se amem e desejem partilhar a sua existência. E a malta não está para isso, hoje é tudo descartável, mesmo o coração.
ResponderEliminarAbraço.
É que mesmo com a crise que vivemos, as pessoas, algumas vá, continuam a querer deitar fora e comprar tudo de novo. Ainda não aprendemos a dar valor :)
EliminarSim, e preciso ceder. E temos de nos dobrar de vez em quando... e sobretudo, quando nos zangamos,e preciso ter presente o quão bom é estar com o outro,porque por norma só nos chateamos por coisas sem Grande importância....
ResponderEliminarAcho que temos de ouvir, falar e aprender a relativizar as coisas. Mas acima de tudo, ter a consciência do que queremos para via e com quem queremos fazer esse caminho.
EliminarAcho que com o tempo as pessoas têm tendência a esquecer os objectivos iniciais que levaram a estabelecer a relação, e acabam por se esquecer do que é que os levou a apaixonarem-se. Enquanto fui apenas amigo do P tinhamos uma excelente relação. Uns meses depois começámos a relação, e de repente havia discussões por tudo e mais alguma coisa. Pensei montes de vezes em acabar, mas estava tão caidinho por ele (e ainda estou, lol). Ainda bem que não desisti. :)
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