sábado, 25 de janeiro de 2014

comportamentos

Com a crise económica instalada, vemos que as condutas das pessoas estão a mudar. Enquanto uma parte se torna mais solidária, outra, avança para o derradeiro egoísmo. Acho que se extremam as posições e o fosso entre elas torna-se cada vez maior. Sintomático ou não, vejo através dos meus amigos (gays e héteros), que muitos dos seus relacionamentos estão a acabar, sendo que outros estão tremidos. Nem todos terminam, ou abalam, por traições, mas por outros motivos, 1.como deixar de amar, 2.comodismo 3.falta de “novidade no relacionamento”4.não quererem esforçar-se ou simplesmente, 5.porque querem andar na “putice”. A verdade, é que uma relação dá trabalho, exige dedicação e acima de tudo: necessita de tolerância. Ou de perdão, se preferirem.

Pelo contrário, verifico que as pessoas, já não estão muito interessadas nisso. Não dá, arranja-se outro. Isto já não é como antigamente, no tempo dos nossos pais e avós, que quando uma coisa se partia, tentava-se o remedeio através do seu arranjo, e embora não voltasse a ser o mesmo, o objeto continuava lá, destinado ao seu uso quotidiano. Era a lógica de resolução prática dos problemas, sabendo diferenciar no que valia a pena manter e no que não tinha interesse em ficar.

Atualmente, considera-se que não vale a pena, seja no que for. Entra-se na loja mais próxima e compra-se um novo. É mais fácil. Mais rápido e menos chato. E com esta nova forma de “modos vivendis”, transferimos este comportamento para a nossa afetividade. Este não encaixa? Arranja-se outro. Quantas e quantas vezes, já não afirmámos, que há mais peixe no mar? Haver, há. Mas se vale a pena, já é discutível. Não digo que todas as situações são iguais, ou que todos os relacionamentos têm conserto. O que digo, é que muitas das vezes, a nossa intransigência em tentar colar as peças pode-nos valer algo novo, que não queremos, ou que nem sequer precisamos. 

5 comentários:

  1. Concordo contigo. Uma relação implica muita dedicação mas acima de tudo exige que as pessoas se entreguem, se amem e desejem partilhar a sua existência. E a malta não está para isso, hoje é tudo descartável, mesmo o coração.

    Abraço.

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    1. É que mesmo com a crise que vivemos, as pessoas, algumas vá, continuam a querer deitar fora e comprar tudo de novo. Ainda não aprendemos a dar valor :)

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  2. Sim, e preciso ceder. E temos de nos dobrar de vez em quando... e sobretudo, quando nos zangamos,e preciso ter presente o quão bom é estar com o outro,porque por norma só nos chateamos por coisas sem Grande importância....

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    1. Acho que temos de ouvir, falar e aprender a relativizar as coisas. Mas acima de tudo, ter a consciência do que queremos para via e com quem queremos fazer esse caminho.

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  3. Acho que com o tempo as pessoas têm tendência a esquecer os objectivos iniciais que levaram a estabelecer a relação, e acabam por se esquecer do que é que os levou a apaixonarem-se. Enquanto fui apenas amigo do P tinhamos uma excelente relação. Uns meses depois começámos a relação, e de repente havia discussões por tudo e mais alguma coisa. Pensei montes de vezes em acabar, mas estava tão caidinho por ele (e ainda estou, lol). Ainda bem que não desisti. :)

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