sexta-feira, 24 de julho de 2015

estado islâmico

"Foi em janeiro que o autodenominado Estado Islâmico (Daesh) começou a pôr na internet vídeos de homens a serem atirados de prédios. No repertório já bastante diverso da sua criatividade assassina, aquela forma de execução tem uma mensagem específica: serve como demonstração última do ódio votado aos homossexuais. A mensagem é reforçada pelas circunstâncias que normalmente acompanham a cena. No solo onde a vítima cai costuma estar uma multidão que aplaude o ato e, se necessário - isto é, caso a vítima ainda esteja viva -, conclui a tarefa utilizando pedras.

(...)

Identificado apenas como Taim, com o rosto desfocado e falando através da voz de outra pessoa para proteger a sua identidade, é um estudante médico de 24 anos. Filho de um homem profundamente religioso que se depreende ter um certo estatuto na comunidade, percebeu que era gay por volta dos catorze anos. Como achava moralmente errado, assim que entrou para a universidade decidiu tratar-se. Mas a terapeuta deu-lhe um conselho bem-intencionado que se revelaria trágico: que ele procurasse apoio junto dos amigos.

(...)

Taim tinha amigos cristãos e um outro jovem chamado Omar começou a criticá-lo. As discussões explodiram em confronto e a certa altura alguém disse a Omar para não ser demasiado duro com Taim, pois ele andava em tratamento. Tratamento para quê? Assim que Omar foi informado, a vida de Taim mudou. Primeiro foi atacado a caminho de casa. Omar e dois amigos deitaram-no ao chão e raparam-lhe o cabelo, prometendo fazer pior a seguir. Ele esteve algum tempo sem ir à universidade, mas quando voltou teve outra discussão com Omar - dessa vez sobre se os cristãos deviam pagar tributo aos muçulmanos, como o Daesh exige - e foi selvaticamente agredido na casa de banho.

Já não havia retorno. Omar acabou por aderir ao Daesh e instou Taim a acompanhá-lo, como prova de arrependimento. Taim recusou e pouco depois apareceram em sua casa recrutas do Daesh a exigir aos pais que o entregassem, pois era um infiel e homossexual. O pai disse que ia investigar o assunto e no dia seguinte daria a resposta. Chegou ao pé da família e começou aos gritos, prometendo ao filho que ele próprio o entregaria, com gosto, se aquilo que diziam dele fosse verdade. Taim ficou extremamente confuso, mas a sua mãe compreendeu logo o que tinha de ser feito.

(...)"

Notícia aqui.

12 comentários:

  1. Com esta história, todos os nossos problemas de preconceitos em Portugal têm uma outra dimensão.
    É triste mas no estado Islâmico são capazes de todas as atrocidades. Esta é "apenas" mais uma.
    Homossexuais, mulheres, religiões tudo é pretexto para matar

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    1. JJ e estamos a falar de vidas. Como é possível que quem tenha os meios não faça nada.

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  2. Quando o próprio sangue que a morte, nada a fazer. Acontece com os Hindus, Testemunhas de jeová (transfusão de sangue), não precisas de sair de Portugal sequer...

    Tanto bichedo ressabiado com os Gays. Eles até ficam com mais gajas.

    Não dá para entender

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    1. Francisco mas o Estado Islâmico continua a fazer destas coisas e ninguém parece se importar... nem sequer na denúncia. Pronto, tu falas imenso disso e chamas muito a atenção sobre este assunto, é verdade, mas devia-se fazer mais.

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  3. Tenho muito medo de como toda esta história do E.I. poderá acabar?

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    1. Goody pois... e há certos ódios que começam a ser transportados para dentro de fronteiras e a dizerem que o EI tem razão no que diz respeito a esses assuntos...

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  4. Porque estou para ir dormir e porque tu escreves muito, mas mesmo muito, fico-me por um comentário deste: não importava de me atirar de um prédio bem alto, com companhia para ficar bem agarrado. O estado islâmico tem muito que aprender.

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    1. :-) sou parvo à minha maneira e reforço a ideia, falta o prédio e o corpo a quem me agarrar :-p

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  5. O fanatismo desta gente é uma coisa grandemente ridícula. Onde iremos parar?

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  6. O problema com o EI é muito maior do que podemos imaginar. Espero que agora o ocidente aceite apoiar o Irã que atualmente é a maior força de combate à esses selvagens que se dizem estar no mundo em nome de Ala.

    E detalhe: no meu Brasil querido, os evangélicos so não tomam essa politica de exterminio para si porque seriam tachados de extremistas. Senão la também teriamos isso...

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Este blogue não é uma democracia e eu sou um ditador'zinho... pelo que não garanto que o comentário seja publicado. Mas quem não arrisca...