Uma das maiores incógnitas da humanidade é a maneira de nos relacionarmos uns com os outros. Já se sabe que o Homem é um animal social, que se agrupa consoante as suas semelhanças e que tende a promover a vida em comum como um desígnio de garantia de futuro (nem que seja assegurar a continuidade da espécie). Aliás, uma vida partilhada (e neste ponto continuo a acreditar piamente que sim) tende a ser mais recompensadora que uma isolada de tudo e de todos. Se assim não fosse, cada um viveria na sua caverna, sem contacto com outros da sua estirpe (por vezes, não sei se não seria o ideal) e morreríamos sozinhos e infelizes (ok, ok, a verdade é que muitos de nós morrem sozinhos e infelizes. Outros só sozinhos e outros só infelizes. Outros há, que andam infelizes durante a vida toda, mas vamos lá mudar o discurso porque este exercício não fala da procura pela felicidade).
Portanto, retomemos a direção desta singela comunicação. Se o Homem é o “tal” animal social (uns mais animais, outros mais sociais – como tudo na vida) porque é que coloca tantos entraves nos seus relacionamentos? Porquê tanta reticência em dizer o que se quer. Será assim tão mau, dizermos “não estou interessado”, caso se conclua isso? Ou achamos que seremos mais “bonzinhos” se deixarmos as outras pessoas pensarem que o problema delas não são elas, somos nós? Não vale mais dizermos logo "não“, do que andarmos no “é complicado” ou “não é bem assim”? Gostamos muito de rodear, rodear, rodear, e não assumir o “sim” ou o “não”. Porventura temos medo de ficar sozinhos e então deixamos marinar o “dás para amigo” – que na verdade não são nossos amigos, porque não contamos com eles para os desabafos mais íntimos, nem partilhamos com eles quando estamos cheios de gases e que não conseguimos “evacuar” há uns dias.
Mas, como em tudo na vida, no meio deste maranhar de dúvidas e caminhos cruzados, existe sempre alguém que sabe de tudo. Entende os motivos e exibe a sua sapiência como algo precioso, que deve ser explorado de uma forma comercial. Ou seja, muitas pessoas tendem a querer ensinar aos outros os segredos dos relacionamentos, em troca de qualquer coisa – de dinheiro (o mais comum), de sexo (o mais óbvio), de géneros alimentares (quando a fome aperta), de limpezas (que o orgulho com a “lida da casa”, já se foi com o Estado Novo) ou apenas de reconhecimento (se os conselhos fossem bons vendiam-se, não se davam – o que nos leva à primeira premissa). Mas no fim de tudo, acoplado ao não, à questão monetária – e de uma forma bastante redutora – muitas pessoas “apenas” querem transmitir aquilo que aprenderam (se é que aprenderam) com as suas desilusões amorosas e tentar que os seus próximos saltem algumas etapas da fase da mágoa, da desilusão e do cliché “que os homens são todos iguais” (se houver algum homem hétero por aí, é favor ler: “as mulheres são todas iguais”).
Não obstante o redigido, devo dizer-vos, que estas temporadas de lenços de papel e músicas da Whitney Houston são transversais a qualquer orientação sexual (Eu acho que sou orientado mais a norte, pelo que as músicas da senhora passam-me ao lado. Para mim, Smooth.fm em todas as situações, sejam de prazer, ou de dor – a diferença fica na quantidade de álcool a ingerir em cada uma delas). Excetua-se talvez desta “verdade universal”, o puro macho latino (homem hétero que é homem hétero, não chora por mulher nenhuma, até porque com tanto gay que há para aí, o que não falta é “peixe no mar à espera de ser pescado”).
Eu até que sou direto, mas sou capaz de andar 2 horas a falar trivialidades antes de chegar ao ponto. Não é para acharem que sou bonzinho, é porque sei que vou magoar. "Eu sou muito altruísta!"
ResponderEliminarImagino... lol
EliminarA situação anda cruel pra muitos...
ResponderEliminartenho amigos que reclamam que falta pescador.... hahahahaa
Ro, por vezes andam a pescar no sítio errado... ou com o anzol errado... ou com a minhoca errada ah ah ah :P
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