Sempre tive um sonho:
comprar a minha casa. Um devaneio que já passou por diversas fases, desde “apenas
comprar ” um apartamento até como construir algo de raiz. Neste projeto,
sempre me imaginei sozinho, talvez demonstrando o egoísmo que sempre me
disseram ter. Contudo, há uns anos a ideia mudou. Pensei nesse projeto como
algo partilhado, conjugando as vontades de dois, construído um ninho que
fundisse a essência de cada um. E comecei seriamente a ponderar essa hipótese
como a única alternativa que faria sentido. A verdade, é que embora concordando
comigo, ele nunca quis fazê-lo. A boca dizia que sim, as atitudes nunca
demonstraram o contrário. A verdade, é que acabou por ser a melhor “não decisão”
que podíamos ter tomado, porque senão, a esta altura, estaríamos a partilhar o
mesmo espaço o que seria muito penoso para mim. E tendo em conta a desilusão
que se apoderou de mim, e que se apodera todos os dias mais um bocadinho,
voltei a assumir a ideia da “minha casa”, do ”meu espaço” e da “minha vida”,
como sendo essencial ao meu percurso terreno.
É curioso (deve ser da idade), mas eu estou a mudar em direcções radicalmente opostas às que defendia aqui há bem pouco tempo. Via-me com alguém, tendo um ou dois filhos, biológicos ou adoptados (a ideia 'barriga de aluguer' chegou a pairar nos meus pensamentos. Afastei-a porque seria um acto de egoísmo, prejudicando a criança, que não teria culpa, e a mulher e mãe que, mesmo sob dinheiro, entraria num esquema injusto por minha causa).
ResponderEliminarO tempo passa e deixo progressivamente de acreditar no 'amor'. Os pais, as pessoas que eu conhecia que mais se amavam, terminaram abruptamente. Nunca namorei e a ideia de ficar sozinho deixa de me incomodar. Vi uma entrevista do Herman há dias em que ele diz que "ter filhos é uma responsabilidade enorme" e que "não há nada pior do que ter a responsabilidade de criar e educar uma criança, alguém a depender de nós". Tem imensa razão no que diz. Aos poucos, a par de me conformar que estou sozinho, deixo de querer ter filhos e assim encaminho-me para uma quase inevitabilidade de ser um solteirão de 'canudo' e um dia, daqui a décadas, um quarentão / cinquentão culto e interessante. LOL Há por aí tantos.
Amar é uma fragilidade constante. Uma dependência. É lindo quando duas pessoas se amam, de facto, adorando ver um casal feliz. O pior é quando acaba. Somos os nossos melhores amigos, por que não poderemos ser os nossos melhores namorados? É tudo tão relativo.
Penso, sim, em comprar a minha casa. Ainda ontem estive a ver sites de apartamentos em Lisboa. Quero continuar na cidade. Visto que estou a terminar o curso, já penso nessas coisas. E penso fazendo-o sozinho. Já não me incomoda mais. :)
Mark, percebo a pontinha da tua desilusão em relação ao amor, mas ainda és tão novo e ainda vais conhecer tanta gente. Eu gosto de acreditar no destino e que as "coisas" aparecem no momento certo. Não se costuma dizer, que enquanto não a parece o Mr. Certo, vamos divertido-nos com os errados? Tu apenas queres o certo e não perder tempo com gente idiota. Só te posso receitar calma, mesmo vivendo uma fase de profunda desilusão com as pessoas, porque a vida não é estanque, as pessoas não são todas más, os erros existem, o perdão também e acima de tudo a nossa felicidade começa em nós ;)
Eliminaralgo que seja feito em conjunto deve ser bom para os dois, e não só para um. por isso essa "não decisão" foi a melhor decisão :)
ResponderEliminarr: obrigado, e estamos a pensar em repetir, mas ainda está por definir o tema e o quando disso. Abraço ;)
Gonçalo a verdade é que todas as decisões em conjunto são melhores (divide-se a responsabilidade lolol) e cimentam uma relação... mas quando um decide coisas importantes, isso também poderá revelar algum sintoma de alguma coisa. Não sei talvez. E tudo isto para dizer que tens razão. A "não decisão" revelou-se a mais acertada no caso em apreço ;)
Eliminarr. foi muito bom! :D
ResponderEliminarFaço ideia o que fizeste menino Kyle :P
EliminarTudo depende da pessoa que tenhas ao teu lado, de qualquer forma o teu canto é sempre o teu canto e podes dar os peidos que quiseres e ninguém te chateia lololololololololololololol
ResponderEliminarlolololol Francisco, não vejo só essa vantagem. A verdade é que quando as coisas acabam não tens que sair do teu espaço. Da tua casa. Do teu mundo.
EliminarAcho muito bonito, que quando encontraste alguém especial o teu sonho alterou-se para incluir o outro. Assim é que é :)
ResponderEliminarAté ao dia que tudo muda novamente Ricardo lolololol
EliminarAte ao dia que mudará outra vez e voltes a incluir alguém :)
EliminarTalvez. Não sei.
Eliminar'quem casa quer casa, não não casa casa quer' é o meu lema. adoro o meu canto, não sendo perfeito, por vezes desejando partilhar a minha vida, já o fiz e reflectindo esses anos, já passaram alguns, estou melhor agora, muito melhor.
ResponderEliminarnão sei se terei a mesma opinião daqui a uns anos.
Sabes o que acho Margarida, é que ganhando o hábito de morar sozinho, dificilmente se volta atrás depois. Fica mais difícil compartilhar o mesmo espaço com outra pessoa. Talvez com o tempo e com algumas cedências, se crie a necessidade efectiva de construir um espaço dos dois... mas quando as coisas acabam é uma chatice. Tenho um amiga minha, que foi viver com o namorado e compraram uma casa através de empréstimo bancário. Este ano separam-se e ficaram com uma casa que não querem e com um empréstimo que não sabem como vão pagar. E não quero isso para mim. Como diz uma grande amiga minha "a comprar uma casa, compra-a sozinho, porque as relações duram o que duram, e assim ninguém te coloca fora de casa". Terá razão? Não sei. Mas para já parece-me acertada.
EliminarConcordo em absoluto com a tua visão sobre o nos habituarmos a viver sozinhos. Eu vivi cinco anos sozinho, e hoje digo-te que tenho saudades de poder não jantar em casa sem ter de me preocupar em avisar, entrar à hora que quiser, sem preocupações com o barulho, poder andar nu em casa ou deixar os sapatos ao fundo da cama. Não há nada que pague o nosso próprio espaço.
EliminarMas vais voltar Horatius. A crise não irá durar para sempre. Mas a liberdade que se conquista é impagável.
EliminarEu fui muito diferente disso até há poucos anos atrás. Desde que saí da aldeia que vivi em residências ou casas partilhadas, e sempre achei que seria um desperdício o investimento numa casa. O que eu queria (e continuo a querer) é viajar, e esse é que era o investimento verdadeiramente importante. Tudo funcionou até começar a namorar com o P, o primeiro mais novo que eu, a acabar a faculdade... de repente senti-me como 'pai de família', sem condições para lhe dar. Morar com ele e outros amigos era divertido, mas no final já cansava o número de esperar que todos fossem para os respetivos quartos para ele vir para o meu ou vice versa. De repente, surgiu a oportunidade de comprar esta toca, que eu já conhecia e que até já tinha sido a minha casa de sonho quando eu tinha uns 12 anos - é em Lisboa, mas afastada da confusão, com excelentes acessibilidades, sem aviões a passar (o drama da casa anterior). Comprei-a eu, mas não acho que seja apenas minha, é minha e do meu gajo. E por mim vai ser sempre assim.
ResponderEliminarFoste muito fofinho agora Coelhinho :) Gostei de ler este comentário.
EliminarEu em relação a este assunto ando dividido, por um lado não gosto da ideia de viver sozinho, queria partilhar a minha vida com outra pessoa que me amasse, por outro lado, os homens são quase todos uns merdas, portanto, mais vale só que mal acompanhado...
ResponderEliminarenfim...
Gosto do "quase todos uns merdas" Miguel LOL Isso quer dizer que há esperança? llloooollll
EliminarA esperança é a última a morrer namorado... =p
EliminarJá acreditei mais nisso Miguel lololol
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