Cada vez mais, tenho menos vontade em sair de casa. Não sei. Não tenho grande vontade de estar com pessoas, ver pessoas, interagir com pessoas, falar com pessoas, assim-e-coiso, pessoas no geral. Contudo, hoje, domingo, acabei por sair. Não só, porque já tinha combinado com o M. faz semanas, mas também, porque tinha os bilhetes do teatro comigo.
E assim foi, fomos ao teatro. Rimos imenso. E senti, mais uma vez, aquele interesse subtil, mesmo quando ele me contava, que estava mal de amores por um rapaz do ginásio. Não sei. Apesar de ele me dizer mil vezes, que somos amigos e pronto, eu fico sempre nervoso com a situação, e ando sempre a desviar a minha boca da dele. Se somos amigos, não quero que as coisas fiquem demasiado confusas. Para mim. Mas especialmente para ele.
Acabámos de ver a peça de teatro, demos uma voltinha pela cidade e acabámos a jantar no "American Disaster". Vi por lá um rapaz que sigo no X, que estava com uma crush, e fingi não o ter visto. Não, porque estivesse com vergonha de alguma coisa, mas porque achei que iria parecer demasiado intrusivo. Demasiado confiante, de que poderia falar a alguém, com quem troquei apenas uns tweets, numa qualquer rede social. Também acho que ele não me reconheceu, e acho que foi o melhor. Para ambos.
Quando o rapaz e o crush dele saíram do restaurante, o M. perguntou-me:
- Aquele não era o não-sei-quantos-do-x?
E eu respondi:
- Sim, era ele sim.
E ele retorquiu:
- Ele mete lá a vida toda dele.
E eu fiquei... pois. Ainda bem que o M. não sabe que tenho este blogue. E acho que nunca lhe vou contar… não porque tenha problemas com isso, mas porque não quero perder aquela cena, que é minha, só minha e onde posso ser eu, e apenas eu.
Apesar de tudo, foi um bom domingo. Foi um dia feliz. Um dia que fugi da minha realidade de merda. E sentado na mesa do restaurante, a olhar para o Marquês de Pombal, e para o pôr-do-sol no topo do Parque Eduardo VII, pensava: onde está aquele rapaz de outrora, que apesar de ter medo de tudo, já sabia que era gay, que sonhava, e que acreditava nas pessoas? Estaria apenas adormecido ou morto de vez?
Hás dias assim, assim como há domingos a cada 7 dias
ResponderEliminarLOOOOL Pena que o salário só seja uma vez por mês :P
EliminarSó para dizer que tens um e-mail no e-mail do teu blogue.
ResponderEliminarJá respondi :P
EliminarE agora a pergunta que se impõe. Que peça de teatro foram ver? :D o resto da história não interessa nada... :D
ResponderEliminar"A Peça que dá para o Torto".
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