domingo, 31 de janeiro de 2016

a rapariga dinamarquesa

Faz hoje uma semana, que fui ver o filme "A Rapariga Dinamarquesa". Inicialmente, não tínhamos planos para esse filme, mas quando chegámos ao cinema, e fomos ver o que estava em cartaz para escolher o que iríamos ver, o namorado fixou-se nesse cartaz e disse "quero ir ver aquele"Eu pretendia um filme mais "plástico", até porque ando menos feliz que o habitual, e não queria ficar a pensar na vida, e confesso que a muito custo acordei por concordar. 

Comprámos pipocas, uma garrafa de água (não fosse dar-me um ataque de tosse a meio do filme) e entrámos às 00h15m para a sala. Estava quase deserta, e quando o filme começou, contei 5 pessoas (connosco incluídos), sendo que o menino que nos vendeu os bilhetes, deveria de estar com medo que tivéssemos frio,  e colocou-nos todos juntos. Ou isso, ou estava com receio que viesse um autocarro cheio de gente da Pampilhosa da Serra e enchesse o cinema assim de repente. 

Como seria de esperar, achei o filme "pesado", fiquei a pensar na vida, e nem o facto de ter assistido à película de mão dada, atenuou os efeitos. Obviamente que projetei em mim, algumas das dúvidas, dos receios, dos medos que o protagonista sentiu. E saber que o filme deriva de uma história real (muito adaptada, por sinal) deixou-me ainda mais pequenino. A Gerda (mulher do protagonista), deixou-me sentimentos mistos, porque se por um lado percebia a sua angústia de perder o amor da sua vida, por outro lado, ficava desconfiando do seu apoio à mudança que crescia em Einer (o protagonista), mais tarde Lili. Até a cena, onde vemos a pilinha do Eddie Redmayne, e que poderia ter um momento de "nham nham", é demasiado séria para uma pessoa ser pecaminosa. De facto, há vidas difíceis, cuja palavra de ordem é sofrimento. 

Fonte: Universal Pictures Portugal


Na segunda-feira passada, estava no café a contar o que tinha achado do filme, a duas colegas minhas do trabalho, quando uma delas se vira e diz: 

- Realmente é uma vida de sofrimento. A irmã gémea do meu afilhado também nasceu rapaz, e só aos 25 anos é que arranjou forças para lutar e mudar. Hoje está uma mulher linda, alta, e que deixa os homens de boca aberta... mas a mãe nunca a aceitou e nem sequer lhe fala. Aliás, o irmão é que a ajudou e lhe deu guarida, porque caso contrário estaria na rua. Não tem sido fácil, já fez imensas operações, mas ao contrário do que era aos 24 anos, agora está uma pessoa feliz, sorridente, super extrovertida e acima de tudo, mais verdadeira. 

Eu e a minha colega estávamos de boca aberta. Não estávamos chocados, não é isso, mas de um momento para o outro, ficámos com a realidade nas mãos e sentimo-nos um bocadinho tontos com os nossos dramas.

8 comentários:

  1. Bem, os nossos dramas são nossos, os dramas de cada um têm a proporção que queremos que tenham, até por que não é por saberes que há pessoas que passam fome que vais deixar de te sentir mal quando comes demasiado.

    Tenho curiosidade em ver esse filme embora não seja, de todo, fã do Redmayne...

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    1. Logan, vale a pena, até porque ficamos a saber coisas que não conhecemos. Depois de ver o filme fui procurar a história "verdadeira"!

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  2. Lá está todos temos problemas na vida. alguns terão problemas mais complexos e complicados de resolver do que outros. Acima de tudo temos que saber viver, aproveitar os bons momentos e tentar ver as coisas sob diferentes perspectivas. Acho que dessa forma conseguimos realmente aproveitar melhor tudo o que a vida tem para oferecer.

    O filme é muito bom, eu quando o fui ver gostei imenso.

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    1. Mikel também gostei muito de ver o filme, mas não sei se ganhará algum Óscar.

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  3. Não vi o filme, e pode ser que venha a ver, por isso só li os primeiros paragrafos.
    E percebi que querias dar umas beijocas no cinema... LOL

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    1. Olha Horatius, é super interessante. Eu acho que vale a pena.

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  4. Tinha tanta expectativa com o filme, que me soube a pouco. Problema da expectativa ou do filme? Não sei...não sei mesmo. Mas não amei o filme.
    Quanto à Gerda, não acho que tenha sido apenas uma vitima. A Lili também lhe foi útil profissionalmente.
    Mas claro que foi doloroso para ela.

    Quanto à história da tua colega, essa história é-me familiar. Não sei é de onde...

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    1. Anfitrião, claro que a ela também lhe deu jeito, mas duvido que ela soubesse o preço que teria de pagar. Ela não é inocente, mas vê o lado dela... perdeu um grande amor, mas ainda assim não fugiu. Ficou ao lado da Lili.

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