Estou bem. Quer dizer, nos últimos dois dias consegui dormir e aquela coisa de fechar os olhos apenas por uma hora e meia, aparentemente acabou. Nunca pensei que o meu trabalho fosse ter esse efeito em mim, e nunca imaginei que me conseguissem derrubar desta maneira. Talvez tenha sido uma lição da vida, para me mostrar que afinal não sou assim tão imune às coisas como pensava que seria.
Assim, em modo ultrassónico, o resumo da coisa: sofremos uma reestruturação dos serviços no início do ano e fui atirado para uma nova equipa, um novo chefe e um novo sítio, sem muito diálogo, nem sequer hipótese de dizer que queria fazer outra coisa qualquer. No fim de tudo, a nossa vontade não conta para nada. Aliás, a conversa que tiveram comigo foi bastante ridícula, fazendo-me perceber porque é que em Portugal, as corporações empresariais não se conseguem destacar mundialmente. Enfim. Sobre esses erros, as pessoas que os cometeram, irão pagá-los na altura certa.
A verdade, é que não gosto de onde estou e do que estou a fazer (sendo que atualmente isso traduz-se numa apresentação em powerpoint para o chefe mostrar um projeto no final do mês e levantamentos de rua - coisas espetaculares, portanto), e já disse que pretendo sair. Já me mostrei disponível e que estou no "mercado", e já fiz uns contactos. Como andava com um aspeto super depressivo pelos corredores, alguns dos meus colegas perceberam que não andava feliz e também começaram a perguntar junto dos seus conhecidos, se precisariam de um colaborador com o meu perfil. Aguardo algumas respostas já para terça-feira, sendo que acho que as primeiras respostas serão negativas (e isto, não querendo ser muito pessimista).
Não me recordo desde que trabalho (portanto há 13 anos a esta parte) de ter estado assim. Até no domingo passado, quando estive com duas amigas minhas, ex-colegas de faculdade, elas ficaram um bocado assustadas e disseram-me que nunca me tinham visto naquele estado. Que sou uma pessoa super divertida e sorridente, mesmo nas alturas mais graves da minha vida, e que não me estavam a reconhecer. Aliás, quando cheguei a casa nesse mesmo dia, tinha a seguinte mensagem de uma delas, no telemóvel:
"Se te conforta saber, eu sei que tens salvação, basta que queiras e creias. Não entres em desespero com o trabalho, há mais na vida do que isso. E quero que saibas que gosto muito de ti. Achei que te devia dizer isto, porque nunca te vi assim triste e não gostei do que vi. Beijinhos e vê se dormes. Tudo se resolve!"
No fim de tudo, e se este processo tiver alguma coisa de bom, é saber que as pessoas até gostam de mim e que me querem ajudar. Portanto, se tiver que aprender alguma coisa com isto tudo, que seja isso.
Bom sábado!