Já tinha prometido a mim mesmo, que não voltaria a falar de política de uma forma entusiástica neste blogue, nem demonstraria a minha opinião de uma forma apaixonada e cega, até porque como as pilas, nas opiniões, cada um tem a sua. Mas há coisas que leio e que me deixam a ferver por dentro, e por mais que queira respirar fundo e ser uma pessoa calma e pragmática, não consigo ficar caladito no meu canto a fingir que não é nada comigo.
Depois do anunciado acordo à esquerda, tudo é válido para justificar posições da PàF, da direita, dos mercados, da autoridade, da consolidação das contas públicas e das políticas europeias. Admito que o calor da discussão, por vezes os argumentos extravasem para o insulto fácil, ou para as explicações mais idiotas, ou apenas para uma revolta interior porque não se percebeu o resultado de determina acção. Eu próprio, sobre o vencedor das eleições de Outubro último e dos seus votantes, já disse que tinha a dizer e talvez tenha sido um pouco violento da forma como o escrevi, mas lendo as reações ontem, aqui e ali, em blogues e "feiceboques", percebi várias coisas. Percebi que agora "os gays vão conquistar o país e vão colocar a sua "agenda" em prática. Vão obrigar as crianças a ser adotadas e vão subir em flecha as violações de rapazes". Ou seja, os gays são conotados como "esquerdistas" e são conotados como comunistas e bloquistas.
Apesar de ser muitas das vezes inflexível, julgo que consigo ser um bom democrata. Falo, reclamo, bato o pé, expludo, digo mal, mas sei viver com a vontade da maioria. Vivi com um Sr. Aníbal Cavaco Silva durante dois mandatos presidenciais, embora não tenha votado nele. Aguentei a austeridade, aliás como todos nós, e apesar de não ter votado nela, aceitei-a como algo que traduzia a vontade da maioria da nossa sociedade. Não me recordo nas alturas mais extremadas, ter ouvido/lido que as mulheres ligadas ao PSD/CDS fossem "esganiçadas" e "que não serviam para nada". Desta vez ouvi. Aliás, não foi só sobre as mulheres. Diz o Pedro Arroja que "o aborto, o casamento gay, a adoção de casais homossexuais... divide". E afirma isto, porque na direita portuguesa, como em muitas direitas atrasadas deste mundo, a mulher é para estar em casa a cuidar dos filhos e os gays são projetos de homens que falharam. Aliás, um casamento é entre um homem e uma mulher.
Se algumas dúvidas tive sobre onde se poderia incluir as questões LGBTI, ontem tive certezas. Tive certeza que para uma grande parte dos portugueses, a esquerda, ou a esquerda radical, apenas se preocupa com os "paneleiros, o aborto e legalização das drogados" e que isso não é importante. E na altura dos argumentos, políticos ou não, como tentativa de ofender, surge agora a velha nova máxima "não sou drogado, prostituto ou paneleiro". Curiosamente, também não sou nenhum desses estereótipos, mas ainda assim, mesmo se fosse drogado ou prostituto ninguém teria nada a ver com isso desde que não colidisse com a liberdade dos outros. E paneleiro... bom, como dizíamos na escola preparatória: "paneleiro é quem faz panelas".
Se algumas dúvidas tive sobre onde se poderia incluir as questões LGBTI, ontem tive certezas. Tive certeza que para uma grande parte dos portugueses, a esquerda, ou a esquerda radical, apenas se preocupa com os "paneleiros, o aborto e legalização das drogados" e que isso não é importante. E na altura dos argumentos, políticos ou não, como tentativa de ofender, surge agora a velha nova máxima "não sou drogado, prostituto ou paneleiro". Curiosamente, também não sou nenhum desses estereótipos, mas ainda assim, mesmo se fosse drogado ou prostituto ninguém teria nada a ver com isso desde que não colidisse com a liberdade dos outros. E paneleiro... bom, como dizíamos na escola preparatória: "paneleiro é quem faz panelas".
Eu estou farto mas mesmo farto deste novela politica. O problema é que mais parece uma novela mexicana sem fim à vista.
ResponderEliminarLimite eu confesso (aqui que ninguém nos lê) que também já começo a ficar farto.
EliminarDe facto estamos a viver um período de indignação muito grande. Promessas de aumentos das reformas e ganhas 60 Cêntimos enquanto que os migrantes levam casas e outros benefícios. O Estado habilita-se a pagar indemnizações pela não venda da TAP. Deveria ser este milhão a chegar-se à frente (antes deste circo, eu já defendia a venda da TAP e do Metro)
ResponderEliminarA Promessa da Esquerda, mostra que afinal alguém ainda irá pagar uma factura mais alta... digo eu
Francisco mas concordo contigo nisso. Também defendo a venda da TAP, da parte da SATA que pertence ao Governo Regional dos Açores e defendo a privatização da RTP. Sobre o metro já não concordo contigo. Acho sim, que as génese da empresa deve ser mudada para impedir aquelas greves dos maquinistas quase que criminosas, porque ganham bem e uns talvez, demasiado bem. Posso posicionar-me mais à esquerda na maioria das situações, mas isso não significa que noutras matérias concorde em tudo. Aliás, tanto que não concordo que não sou militante de nada.
EliminarOlhem, eu sou contra a privatização da TAP. Se aquilo não desse dinheiro, ninguém a queria. Vejam lá se alguém fala em privatizar a CP passageiros?
EliminarTambém sou contra a privatização da RTP, porque ainda é o canal televisivo menos parcial, e se é privatizado... é que vai de vez...