obrigado

Só para dizer que recebi o e-mail e agradeço as palavras de carinho, embora tenha que reconhecer, que possam ser um bocadinho exageradas em relação à minha pessoa (sou um tipo perfeitamente normal, ou seria, se a normalidade existisse). E irei responder convenientemente, como é óbvio.  

Sobre o facto de se ter 37 anos... bom, temos apenas dois anos de diferença e conheço pessoas bem mais novas que eu, que parecem bem mais velhas. A idade está na atitude com que se encara a vida e na forma como trabalhamos/preparamos o nosso corpo (e mente) para o futuro. 

Em relação a Lisboa. E sobre a facilidade de ser gay em Lisboa. Depende. Acho que depende muito do que se pretende na vida, sabes? - a pergunta sobre o tratamento por "tu", fica respondida. Será mais fácil, sim. De certa forma. Em conhecer mais pessoas, em existir mais engate ou mais disponibilidade (ou variedade), mas para quem é de Lisboa (ou arredores), mora em Lisboa, tem a família e amigos em Lisboa e ainda "não saiu do armário" a dificuldade em arriscar é parecida (lembro-me que o meu ex-namorado n.º 2 encontrou o professor de matemática no Trumps). Em menor escala é certo, mas parecida. No outro dia falava disso com um amigo meu (que mora perto de Lisboa) e dizia-me ele, que o primo do interior do país que veio para cá estudar (e que por cá ficou entretanto) teve mais facilidade em "ser gay" do que ele. Porque a família estava longe, ninguém o conhecia e controlava. E sim. É possível, que numa cidade de 500 mil pessoas (já que falamos de Lisboa) e numa área metropolitana de 3 milhões, muitas pessoas se conheçam, se reconheçam e comentem. Aliás, como costumamos dizer que "este" mundo é pequeno, é porque é. Já encontrei o meu primo, que mora a 100 metros da minha casa no Trumps também... (ou terá sido ele que me encontrou? #ficaadúvida). 

Sobre a questão dos relacionamentos duradouros... temos tantos exemplos por ai. Temos o Richard Zimler e o Alexandre, o do Arrakis, o do Bratz, o dos Coelhos...tantos e tão bons exemplos, que provam inequivocamente, que um relacionamento monogâmico gay é possível, existe e consegue ser duradouro. Basta querer (ok, e ter um bocadinho de sorte talvez!).