segunda-feira, 14 de abril de 2025

corações partidos

"A dor do fim de uma relação, seja ela qual for, é uma das experiências emocionais mais intensas e desorganizadoras que uma pessoa pode viver. É um processo de luto. Quando estamos apaixonados ou emocionalmente ligados a alguém, o nosso cérebro liberta neurotransmissores como a dopamina e a oxitocina. Estas, são substâncias associadas ao prazer e apego. Quando a relação termina, há uma rutura abrupta desse sistema de recompensa, criando sensações semelhantes a uma síndrome de abstinência. Além disso estudos de neuroimagem mostram que a dor emocional ativa as mesmas áreas cerebrais da dor física. Ou seja, sentimos mesmo um vazio no peito, uma pressão, uma angústia profunda. É uma dor não só emocional, como física. É a perda de uma rotina, de uma fonte de afeto, de um futuro imaginado, quebra de expectativas e, por vezes, de uma parte de nós mesmos. 

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Sim, subestimamos frequentemente a dor de um coração partido. Existe uma certa banalização do sofrimento amoroso, como se fosse algo que devêssemos “ultrapassar rapidamente” ou “resolver com distração”. Muitas vezes há quem diga “isso foi só um término”, sendo que a palavra “só” desvaloriza o processo de luto que a pessoa passa. Mas a verdade é que a dor de amor pode ser tão ou mais intensa do que a dor provocada por outras perdas significativa. Ignorar essa dor pode ser perigoso. Pode levar à ansiedade, à depressão, à perda de autoestima e/ou ao isolamento social. O problema não está no tempo em si, mas no que fazemos com ele. É algo que digo no livro: Há quem diga “não te preocupes, o tempo cura tudo”, mas eu nunca vi o tempo curar. Eu já vi sim o que as pessoas fazem durante esse tempo fazer a diferença. Agora o tempo sozinho, não. É preciso um trabalho ativo, e é aí que este livro pretende ajudar."

Joana Gentil Martins, Psicóloga Clínica  




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2 comentários:

Este blogue não é uma democracia e eu sou um ditador'zinho... pelo que não garanto que o comentário seja publicado. Mas quem não arrisca...