Fonte: Namorado
Há pessoas que escrevem ao som de música. Sentem-se inspiradas e conseguem rendilhar as palavras de uma forma única. Por vezes, também o faço. Gosto de me sentir preenchido e lançar conceitos, que enlaçados, fazem sentido. Fazem diferença a quem lê e a quem se propõe pensar mais para além do óbvio.
Neste dia, tão especial para este blogue, trago mais uma peça da minha rubrica do "7... e ponto final!". Confesso que não a tinha pensado executar para a iniciativa das "Festas em Honra de S. Namoradinho", mas uma das participações que recebi, questionava-me porque é que nunca o tinha entrevistado (hoje à noite vão perceber quem foi. Não foi o entrevistado... mas...). E aquela abordagem deixou-me a pensar. Deixou-me a matutar na pertinência daquela provocação e fez-me concluir que faria todo o sentido avançar com esta proposta decente. E assim foi. E assim aconteceu. Além de inaugurar o novo "banner" (de acordo com a linha gráfica adoptada), tornou-se "especial", saindo excepcionalmente ao sábado e no dia de aniversário deste humilde projecto.
Sobre a pessoa em si, e como não tivemos um artigo introdutório, apenas vos digo que é alguém que tem tanto para dizer que não se esgota neste exercício. Bem sei que corro o risco de transformar este rubrica, em entrevistas a bloguers, mas quando gostamos, gostamos. E quando faz sentido, faz. E confesso também, que quando lancei as perguntas fiquei com algum receio. Estava num dia destemido e julguei ter ido mais além do que devia. A intimidade é algo demasiadamente sensível para ser tratada com leviandade, devendo ser sempre respeitada, até porque se queremos que o façam connosco, também devemos fazê-lo com os outros. E se assim é, passados uns minutos, disse-lhe: "respondes ao que quiseres. O que não quiseres e achares um abuso, diz-me. Pergunto-te outra coisa". Mas como se combate a impertinência? Com sinceridade. E ele respondeu-me a tudo. Espero que gostem. Eu gostei, até porque nunca o vi tão despedido de si próprio.
E esta foi a música em qual me inspirei para escrever esta nota inicial:
Bom sábado!
Fonte: Limite do Oceano | Namorado |WordFoto
Namorado à Segunda-feira: Costumas dizer que as segundas-feiras não são um bom dia. Porquê?
No Limite do Oceano: As segundas-feiras são o regresso à rotina, acordar cedo e ir trabalhar (apesar
de que acordo sempre cedo independentemente de ir trabalhar ou não). Para
mim há um corte, no fim-de-semana “sonho” e durante a semana “acordo” para
a realidade. Já as Bangles cantavam “Manic Mondays” mas ao contrário delas
detesto o domingo a partir da tarde, é o mesmo que estar a fazer castelos na
areia sabendo que no dia a seguir o oceano irá tomar conta deles.
Namorado à Terça-feira: És um dos bloguers portugueses que costuma “dar a cara” e o nome. Portanto leva-me a pensar que não tens medo de te mostrares. Ou o verdadeiro motivo dessa exposição é para esconder o que se passa no teu coração? Ou alguma coisa no passado que queres deixar escondida?
No Limite do Oceano: Claro que tenho medo de me mostrar, mas quando criei o meu blogue, como sabes, fiquei durante um tempo sem a opção de o comentarem, e mesmo nessa altura partilhava fotos minhas, pois se dizem que uma imagem vale por mil palavras, as que tenho partilhado ao longo destes anos todos têm um motivo e nem sempre o explico por palavras…nem quem as tirou, onde foram tiradas e o motivo. Não acho que por “dar a cara” seja uma forma de camuflar o que verdadeiramente sinto, pois já escrevi tanto sobre um determinado tema que acho que apenas uma pessoa entendeu o que queria dizer. Por vezes nas entrelinhas estou a jogar às escondidas e nas metáforas a verdade está soterrada na areia. Ou julgas que o nome do meu espaço foi criado ao calhas? Tudo pensado! A linha que conduz o que escrevo não pode ultrapassar o limite que estabeleci, e há coisas que nunca as irei escrever e sim falo algumas do passado. Da blogoesfera estão escondidas, mas já as partilhei de uma outra forma, frente a frente.
Namorado à Quarta-feira: Estás sempre a referir que nunca namoraste e que sentes que isso nunca irá acontecer. É um desejo guardado a sete chaves ou vives do medo de te tornares “vulnerável”?
No Limite do Oceano: Um desejo guardado a sete chaves? Longe disso, cada vez mais os meus desejos estão espalhados no que escrevo. Já fiquei algumas vezes vulnerável por confessar certas coisas, noto logo no olhar das pessoas, e detesto a sensação que sou estranho para eles. Tenho medo desse sentimento e é esse medo que me acompanha todos os dias e é ele que ainda me dá força para ser do contra e de não me importar de remar contra a maré. Longe de ser perfeito, sou diferente.
Namorar?! Se nunca sabemos o que o dia de amanhã tem reservado para nós, eu aguardo pacientemente mas sem grande esperança, pois a desilusão mora já aqui ao lado.
Namorado à Quinta-feira: As transformações físicas que tens implementando em ti nos últimos tempos (as tatuagens, a barba) é um grito de revolta para dizeres ao mundo que estás cá? Ou uma tentativa de não permanecer invisível? A opinião dos outros sobre ti é assim tão importante?
No Limite do Oceano: Curiosa esta tua pergunta…cresci a sentir-me invisível, e ainda sinto isso em certos momentos, com determinadas pessoas e aí vou-me abaixo, mas aos poucos e poucos esse vazio está a desaparecer. Gostava que o mundo soubesse que eu também faço parte dele, mas se eu próprio por vezes fujo dele, daí que não tenha direito a um livro de reclamações! Acho que é mais um grito de revolta estar a fazer tatuagens, a barba já não, ultimamente tem estado cortada e já não pareço um taliban ou alguém do Médio Oriente.
A opção de as fazer surgiu de repente, e desde então tenho ultrapassado
alguns complexos e deixei de dar importância ao que as pessoas pensam de
mim. Se já me julgam, que o façam também pelas minhas tatuagens. Na
verdade, dificilmente a opinião que têm sobre mim é correta, daí que nos dias
de hoje, têm carta branca para pensarem o que quiserem, até porque a
expressão “get a life” deveria de ser colada nas testas de algumas pessoas.
Namorado à Sexta-feira: O que é mais fácil para ti: dizer um amo-te ou um odeio-te?
No Limite do Oceano: Nunca disse “amo-te” e nunca disse “odeio-te”, e dificilmente as direi. O amor para mim é algo que transcende o meu “mundo” e tenho uma visão bem deturpada dele. Ando a aprender a lidar com isso, e a tentar mudar um pouco esta minha forma de ver e viver a vida. Nunca poderei odiar alguém, ficaria envenenado e há coisas que ditas pela boca fora, quando o são não há volta a dar, o mal está feito. Odiar alguém é uma semente que se planta no meio do nada dando frutos podres, e quem planta, semeia e colhe.
Namorado ao Sábado: Gostas e/ou costumas sair “à noite”? De dançar? Beber copos? Qual é o teu programa de fim de semana favorito?
Limite do Oceano: Essa era uma das questões que não queria responder por inúmeras razões, mas aqui vai. Sempre cresci sem o que os outros adolescentes tinham, habituei-me a ser “Me, Myself & I” e pela ausência de determinadas coisas, fiquei formatado para a vida. Vivi na “concha” durante muito tempo, fechado para o mundo e foram inúmeras as vezes que queria ir dançar e não o fazia. E eu adoro dançar!
À medida que a casa dos 19 anos foi ultrapassada, o meu “Eu” adolescente ficou colado a mim, e comecei a levar uma vida dentro da “concha” sem querer misturar-me com os outros, acabei de certa forma sofrer na pele uma espécie de fobia social, além de que não me identificava com ninguém e não estava para fazer fretes. Nos dias de hoje estou diferente, mas uma coisa não abdico, a minha “concha”, sem ela a vida para mim não tem sentido. Perguntas tu qual é o meu programa de fim-de-semana favorito? Não o tenho, nunca o tive, e além de dançar gosto de beber uns copos, sempre que tenho oportunidade de o fazer faço-o. Esses momentos são únicos, vivo-os intensamente como qualquer outro, como se eu fosse um pombo esganado de fome que encontra pedacinhos de pão duro na rua deixados por uma velhota.
Namorado ao Domingo: O que significa a tua família para ti? A aprovação deles sobre o que quer que seja, irá condicionar a tua decisão sobre determinado assunto? Como é a tua relação com eles?
Limite do Oceano: Tu és lixado, numa pergunta acabas por fazer 3 mas por sorte minha as respostas são mesmo para cansar o mais míope dos teus leitores. A minha família é tudo para mim, se não estão bem, eu não estou. Não sei se sabes mas eu tenho uma panca por árvores, eu vejo a minha família como uma, cada ramo, cada folha, cada raiz…Se está tombada, tombado fico.
Aprovação da parte deles? Acho que se assim fosse por exemplo, não teria feita nem a 1ª tatuagem. Não partilho tudo com eles, e quando lhes peço uma opinião é sobre algo banal. As minhas decisões partem de mim e não deles, se bem que de certa forma sou co-dependente da minha família, daí a analogia a uma árvore. Fazemos todos parte do mesmo tronco. A minha relação familiar não é fácil, imagina um daqueles puzzles para crianças, de cubos em que o desenho só fica correto se os cubos estiverem correctamente colocados .Somos assim, faces de vários cubos, e nem sempre o desenho final é o correto, pois há sempre pelo menos um dos cubos virado ao contrário, e até nisso o Prozac e a Zoe (os caninos) participam, cada um com o seu cubo!
Namorado à Terça-feira: És um dos bloguers portugueses que costuma “dar a cara” e o nome. Portanto leva-me a pensar que não tens medo de te mostrares. Ou o verdadeiro motivo dessa exposição é para esconder o que se passa no teu coração? Ou alguma coisa no passado que queres deixar escondida?
No Limite do Oceano: Claro que tenho medo de me mostrar, mas quando criei o meu blogue, como sabes, fiquei durante um tempo sem a opção de o comentarem, e mesmo nessa altura partilhava fotos minhas, pois se dizem que uma imagem vale por mil palavras, as que tenho partilhado ao longo destes anos todos têm um motivo e nem sempre o explico por palavras…nem quem as tirou, onde foram tiradas e o motivo. Não acho que por “dar a cara” seja uma forma de camuflar o que verdadeiramente sinto, pois já escrevi tanto sobre um determinado tema que acho que apenas uma pessoa entendeu o que queria dizer. Por vezes nas entrelinhas estou a jogar às escondidas e nas metáforas a verdade está soterrada na areia. Ou julgas que o nome do meu espaço foi criado ao calhas? Tudo pensado! A linha que conduz o que escrevo não pode ultrapassar o limite que estabeleci, e há coisas que nunca as irei escrever e sim falo algumas do passado. Da blogoesfera estão escondidas, mas já as partilhei de uma outra forma, frente a frente.
Namorado à Quarta-feira: Estás sempre a referir que nunca namoraste e que sentes que isso nunca irá acontecer. É um desejo guardado a sete chaves ou vives do medo de te tornares “vulnerável”?
No Limite do Oceano: Um desejo guardado a sete chaves? Longe disso, cada vez mais os meus desejos estão espalhados no que escrevo. Já fiquei algumas vezes vulnerável por confessar certas coisas, noto logo no olhar das pessoas, e detesto a sensação que sou estranho para eles. Tenho medo desse sentimento e é esse medo que me acompanha todos os dias e é ele que ainda me dá força para ser do contra e de não me importar de remar contra a maré. Longe de ser perfeito, sou diferente.
Fonte: No Limite do Oceano
Namorar?! Se nunca sabemos o que o dia de amanhã tem reservado para nós, eu aguardo pacientemente mas sem grande esperança, pois a desilusão mora já aqui ao lado.
Namorado à Quinta-feira: As transformações físicas que tens implementando em ti nos últimos tempos (as tatuagens, a barba) é um grito de revolta para dizeres ao mundo que estás cá? Ou uma tentativa de não permanecer invisível? A opinião dos outros sobre ti é assim tão importante?
No Limite do Oceano: Curiosa esta tua pergunta…cresci a sentir-me invisível, e ainda sinto isso em certos momentos, com determinadas pessoas e aí vou-me abaixo, mas aos poucos e poucos esse vazio está a desaparecer. Gostava que o mundo soubesse que eu também faço parte dele, mas se eu próprio por vezes fujo dele, daí que não tenha direito a um livro de reclamações! Acho que é mais um grito de revolta estar a fazer tatuagens, a barba já não, ultimamente tem estado cortada e já não pareço um taliban ou alguém do Médio Oriente.
Fonte: No Limite do Oceano
Fonte: No Limite do Oceano
Namorado à Sexta-feira: O que é mais fácil para ti: dizer um amo-te ou um odeio-te?
No Limite do Oceano: Nunca disse “amo-te” e nunca disse “odeio-te”, e dificilmente as direi. O amor para mim é algo que transcende o meu “mundo” e tenho uma visão bem deturpada dele. Ando a aprender a lidar com isso, e a tentar mudar um pouco esta minha forma de ver e viver a vida. Nunca poderei odiar alguém, ficaria envenenado e há coisas que ditas pela boca fora, quando o são não há volta a dar, o mal está feito. Odiar alguém é uma semente que se planta no meio do nada dando frutos podres, e quem planta, semeia e colhe.
Fonte: No Limite do Oceano
Namorado ao Sábado: Gostas e/ou costumas sair “à noite”? De dançar? Beber copos? Qual é o teu programa de fim de semana favorito?
Limite do Oceano: Essa era uma das questões que não queria responder por inúmeras razões, mas aqui vai. Sempre cresci sem o que os outros adolescentes tinham, habituei-me a ser “Me, Myself & I” e pela ausência de determinadas coisas, fiquei formatado para a vida. Vivi na “concha” durante muito tempo, fechado para o mundo e foram inúmeras as vezes que queria ir dançar e não o fazia. E eu adoro dançar!
Fonte: No Limite do Oceano
À medida que a casa dos 19 anos foi ultrapassada, o meu “Eu” adolescente ficou colado a mim, e comecei a levar uma vida dentro da “concha” sem querer misturar-me com os outros, acabei de certa forma sofrer na pele uma espécie de fobia social, além de que não me identificava com ninguém e não estava para fazer fretes. Nos dias de hoje estou diferente, mas uma coisa não abdico, a minha “concha”, sem ela a vida para mim não tem sentido. Perguntas tu qual é o meu programa de fim-de-semana favorito? Não o tenho, nunca o tive, e além de dançar gosto de beber uns copos, sempre que tenho oportunidade de o fazer faço-o. Esses momentos são únicos, vivo-os intensamente como qualquer outro, como se eu fosse um pombo esganado de fome que encontra pedacinhos de pão duro na rua deixados por uma velhota.
Namorado ao Domingo: O que significa a tua família para ti? A aprovação deles sobre o que quer que seja, irá condicionar a tua decisão sobre determinado assunto? Como é a tua relação com eles?
Limite do Oceano: Tu és lixado, numa pergunta acabas por fazer 3 mas por sorte minha as respostas são mesmo para cansar o mais míope dos teus leitores. A minha família é tudo para mim, se não estão bem, eu não estou. Não sei se sabes mas eu tenho uma panca por árvores, eu vejo a minha família como uma, cada ramo, cada folha, cada raiz…Se está tombada, tombado fico.
Fonte: No Limite do Oceano
Aprovação da parte deles? Acho que se assim fosse por exemplo, não teria feita nem a 1ª tatuagem. Não partilho tudo com eles, e quando lhes peço uma opinião é sobre algo banal. As minhas decisões partem de mim e não deles, se bem que de certa forma sou co-dependente da minha família, daí a analogia a uma árvore. Fazemos todos parte do mesmo tronco. A minha relação familiar não é fácil, imagina um daqueles puzzles para crianças, de cubos em que o desenho só fica correto se os cubos estiverem correctamente colocados .Somos assim, faces de vários cubos, e nem sempre o desenho final é o correto, pois há sempre pelo menos um dos cubos virado ao contrário, e até nisso o Prozac e a Zoe (os caninos) participam, cada um com o seu cubo!
Fonte: No Limite do Oceano
E, assim ficámos a conhecer mais um pouco um dos teus seguidores :)
ResponderEliminarBoas perguntas que origiraram boas respostas e que nós leitores (falo por mim) ficámos deliciados :)
Abraço aos dois
Obrigado da minha parte Francisco!
EliminarNamorado agora ao ver tudo "organizado" e no lugar acho que as perguntas seguem todas um fio condutor. As respostas podem não ser "claras" mas está tudo lá :-) e a tua escolha musical também ficou muito bem no "conjunto".
ResponderEliminarFico então à espera dum "penetra" pois ouvi dizer que alguém muito chateado está para te fazer uma visita :-p
LOOL Já "penetrou" Limite LOOOL
EliminarA intimidade é algo demasiadamente sensível para ser tratada com leviandade, devendo ser sempre respeitada, até porque se queremos que o façam connosco, também devemos fazê-lo com os outros.
ResponderEliminarAssim conhecemos a essência de cada um ...
Paulo isso mesmo... e há que perceber os limites de cada um ;)
EliminarDepois de ler, e depois de já ter confraternizado com o Limite várias vezes, fico ainda mais com a sensação que ele é um rapaz muito especial, e de quem é impossível não gostarmos. Ainda que seja muito tímido, e que isso não esteja nem um pouco aqui espelhado...
ResponderEliminar:-) serei sempre tímido...quanto ao impossível não gostarem de mim? Depois apresento-te algumas pessoas que não gostam LOL e obrigado pelo "especial" mas isso somos todos :-) .-) :-)
EliminarNunca irão gostar de nós a 100%... isso não existe.
EliminarOk, Limite e Namorado, têm razão. Existirá sempre alguém que não gostará de nós. Existem sempre ovelhas negras... LOL
EliminarHoratius... ou pessoas sem gosto nenhum lolol
EliminarGostei muito da entrevista. Boas perguntas, grandes respostas. Fiquei a gostar ainda mais do Limite, ele é de facto uma pessoa especial no nosso universo blogosférico. Mas tu também, Namorado! ^^
ResponderEliminarMikel, e tu também (parece que estamos no "Perdoa-me" lolol), aliás, como já sabes, esta rubrica foi inspirada nas tuas entrevistas. Portanto, foste uma inspiração. Obrigado por isso!
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