quinta-feira, 30 de outubro de 2025

opalite | taylor swift







Não posso dizer que seja mega fã da Taylor Swift, até porque não sou, mas há sempre uma canção ou outra da qual eu gosto, e que acaba por ter algum ponto de toque com a minha vida. Aliás, esta cena de ser "dependente" dos amores do passado, de ter que saber os motivos pelo qual fui rejeitado, o querer perceber o raio do problema que tenho - para os gays fazerem de mim o que querem, só demonstra que ainda tenho um logo caminho a percorrer.

Um dia, um bloguer disse-me "também só conheces porcaria, porque ainda vives dentro do armário" - ok, os termos podem não ter sido bem esses, mas a mensagem era essa - e desde ai, que nunca mais parei de pensar no assunto. Conjugando isto, com o que a minha psicóloga disse de que "eu só gostava dos bad boys", só posso concluir que tenho o que mereço. Ou pelo menos, aquilo que procurei. Mesmo que não tenha sido de uma forma muito consciente. Ou nada consciente. 

I had a bad habit
Of missing lovers past
My brother used to call it
'Eating out of the trash'
It's never gonna last

I thought my house was haunted
I used to live with ghosts
And all the perfect couples
Said, "When you know you know."
And, "When you don't you don't.

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segunda-feira, 27 de outubro de 2025

estados

Gosto do meu blogue assim. Sem pressões. Sem ter de comentar o comentário (eu sei que tenho mensagens para publicar e responder, e vou fazê-lo, mas não agora). Sem viver na pressão "mediática" de ser assim ou assado. Gosto de saber que estou a escrever para mim, para me relembrar de tudo, de forma a nunca mais esquecer-me do que não quero, não posso e não devo ter na minha vida. Gosto de escrever palavras soltas ao vento, frases menos enigmáticas e sentir que isso não vai atingir ninguém - porque não é esse o propósito, e porque este é o meu "safe spot"

Todos os dias, mesmo quando não venho aqui, lembro-me deste blogue e de como ele é mais eficaz do que qualquer terapia. Lembro-me, que há pessoas anónimas que o podem ler, sentir-se próximas de alguém que não conhecem, mas que partilham algumas das mesmas dores, desafios, dramas ou conquistas. A vida não é estanque, e no fim, não é assim tão diferente para cada um de nós. Até porque todos nós, vamos morrer um dia. O propósito, o sentido das coisas que acontecem até esse momento, é que fará a diferença. Não na nossa vida, mas no impacto que causamos no percurso dos outros.

Esta não é uma publicação dramática, muito pelo contrário. É de gratidão por tudo o que este blogue, este espaço, vocês que estão desse lado, me têm dado. Um gigante obrigado! Podem ter a certeza que têm feito uma diferença abismal na minha existência. 

rejeições

Sempre vivi mal com a rejeição. E dentro do universo gay, pior. Será que era demasiado feio (não que seja bonito agora, mas já aprendi a ver as coisas de outra forma), chato, ter um corpo de treta, pobre ou parvo? Quando levava uma nega, queria sempre saber o porquê, e era tão chato nisso, até perceber o motivo e a sua validade, que acabava sempre por ser ignorado, ou na pior das hipóteses, bloqueado de alguma forma. Bem sei que abuso neste campo, e torno-me um bocado incómodo para o outro lado, mas como não sei lidar... com a tal rejeição, parece que tenho uma necessidade imperial de querer saber os meus defeitos, e as razões, que levam as pessoas a afastarem-me.  Também não sei se o faço, para tentar corrigir-me, mudar-me ou simplesmente perceber o quão deslocado estou do mundo. Mas a verdade, é que não devemos deixar de ser quem somos, só para agradar aos outros, porque cada um é como é. 

Neste último ano, além de estar solteiro, deve ter sido o período, que mais "negas" recebi de gajos, quando convidei para sair. Eram pessoas que já conhecia do Instagram faz anos, e que nunca tinham passado para o plano real, por motivos óbvios. Mas como havia (achava eu) algum interesse para conhecer a pessoa além das fotografias, e precisando eu de ouvir outras histórias - para me esquecer da minha, convidei alguns gajos para beber um copo ou café. Desses convites, dois aceitaram, e desses, um acabou por ficar na minha vida "real" e ser meu amigo. Se isto me tivesse acontecido aos 21, acho que teria ficado depressivo durante, pelo menos, 20 séculos, mas aos 45, há que aceitar um "não", saber geri-lo e acima de tudo desvalorizar. 

Desvalorizar sim, porque nunca saberemos o real motivo da rejeição, até porque este, às vezes, pode ser tão fútil, como a questão de ter ou não ter cabelo. Ou porque tens os olhos castanhos, e as pessoas têm panca por olhos azuis. Ou porque querem musculados e tu és "apenas" fit. Ou então, como é o meu caso, apenas estou numa fase onde quero estar sozinho, curtir as minhas dores, viver os meus dramas em paz e tentar mudar de vida. Como diz a canção "muda de vida, se não te sentes satisfeito". É o que estou a tentar fazer. É certo que neste meu percurso, posso perder algumas pessoas fixes pelo caminho, mas também evito desilusões. E talvez, todas as respostas negativas que recebi, foi o Universo a querer dizer-me algo do género "essas pessoas não prestam para a tua vida".  

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

ódios

 Odeio pessoas. Odeio gays. Odeio gente estúpida. E odeio gays.* 

Bem ,vou de fim-de-semana. 


*Leiam isto com ironia, por favor. Mas estou a falar a sério, by the way.

constatações

Mesmo com as pessoas que foram parvas comigo, assim de uma forma gratuita e sem necessidade, quando elas estão de rastos, ou no chão, sou incapaz de chegar lá e dar um pontapé (no sentido figurado). Estou disponível para ajudar, para dar a mão e ajudar a levantar. Mesmo quando não mereçam, nem 10% dessa atitude. E isso só faz de mim boa pessoa. Ou idiota. Ou ambos. 

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

coisinhas

Há umas semanas atrás, fui à consulta obrigatória da Medicina no Trabalho. Estava na receção a fazer o check in, com o senhor que estava no atendimento, que ia confirmando se os dados que tinha sobre mim, estavam corretos ou não, quando de repente para, e olha para mim várias vezes, sempre com um ar desconfiado, que até comecei a pensar "já terei falado no Grindr ou assim"

- Peço desculpa, acho que tenho aqui a sua data de nascimento errada. Importa-se de me dizer a data correta. 

- Sem problema - respondi.  

E disse o dia, o mês e o ano.  

- Peço desculpa, 1980? 

- Sim, 1980. 

- Isso dá... 

- 45 anos. Sim, é a minha idade. Nasci em 1980. 

- Ai peço imensa desculpa, não parece nada. Estava a olhar para si e só pensava que era impossível, por isso é que quis confirmar. Nunca diria que tem 45 anos. 


Bom, os cremes que uso desde os meus 25 anos, parecem que fizeram efeito. Obviamente que aceitei toda esta conversa como um elogio, e sai dali com o meu ego nos píncaros. 

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

meados outubro

Ultimamente só tenho feito merda. E se disser que nem me reconheço, estaria a afirmar um cliché. O pior, é que sei que estou a fazer bosta, penalizo-me por isso, e nem por isso mudo de rumo. Só me apetece fugir para longe, ou como canta a Ana Moura "voar daqui para fora". Mas se sei que estou a fazer cagada atrás de cagada, e tenho consciência dos meus atos, porque não consigo parar? Estar desiludido com o mundo é motivo mais que suficiente, para isso? Será que justifica toda esta porcaria que ando a fazer? Claro que não. Sei que não. Mas não consigo parar, como se me estivesse a vingar de alguma coisa. Como se estivesse cego pelo ódio. Como se já não quisesse saber de nada ou de ninguém, mesmo que isso não seja de todo verdade. 

Neste último ano, também perdi imensas pessoas na minha vida. Uns porque se afastaram, outros porque me afastei. Uns porque nunca mais quiseram saber de mim, porque fiquei/estou solteiro. Aquelas conversas parvas de engate do Instagram mudaram de tom, e os planos para encontros ao vivo, morreram, porque o estado civil mudou. Mas com estas decisões posso eu bem. Ao fim ao cabo, estas pessoas nunca estiveram na minha vida. O que me faz não desligar a cabeça, pensar nas coisas de forma contínua, para tentar perceber o que terei feito de errado, é o comportamento de pessoas, que de uma forma ou de outra, estavam presentes. Que tinham o meu número de telefone. Que sabiam de alguns dos meus segredos mais profundos e dos meus dramas mais dramáticos. Eram pessoas, que eu sabia que podia contar com elas, desse por onde desse, mas que me provaram que afinal... não era bem assim. Sim, algumas destas pessoas desiludiram-me bastante. Outras, tentei perceber o que se passava, e mandei mensagens pelo WhatsApp, com o objetivo de entender o que poderia ter feito de errado. Mas esses esclarecimentos ficaram no vácuo. Não houve resposta. Fui, olimpicamente ignorado, e percebi, que afinal o tipo de relacionamento que tinha com essas pessoas, apenas vivia na minha cabeça. Só vivia num dos lados. 

A verdade, é que me sinto sozinho. Mas uma solidão diferente, daquela que sentia, enquanto namorava. É um estado autónomo, mas não triste, ou depressivo. Ou sem perceber os motivos. Não é uma solidão que dói, mas uma solidão que faz entender muita coisa. Que separa o trigo do joio. Que me mostrar como as pessoas são realmente. Sem máscaras. Sem filtros. Sem dó.