Sempre me convenci que era má pessoa. Que era invejoso, mimado, com a mania que sabe tudo e que tem sempre razão. Aliás, só me faltava mesmo era uma vassoura e poderia começar a distribuir panfletos no metro a dizer que realizo macumbas e que atuo sobre qualquer campo, desde o amor, ao negócio, até à família e problemas profissionais. Contudo, com o desenrolar dos últimos capítulos da minha vida (que vocês não sabem ainda, mas podem vir a saber um dia) vejo que afinal sou é boa pessoa. Até demais. Perdoou demais. Sou compreensivo demais. Desculpo demais. Ou seja, é demais em tudo (menos na conta bancária). Há quem diga que sou um tótó, e mesmo quem o diz, esquece-se que também abusa da minha boa vontade (ou não se lembra por ser mais conveniente).
Acho que a culpa é mesmo minha (não acho, tenho a certeza, by the way) porque continuo a acreditar que a humanidade ainda tem salvação. Deixo passar pessoas à frente (no trânsito, no supermercado, etc) porque acho que devemos ser uns para os outros, sabendo porém, que se a situação fosse inversa, a malta estava-se era bem a cagar para mim.
Acho piada os meus pais criticarem-me porque estou sempre disponível para os amigos, e nunca para a família, quando eu (euzinho, né?) é que lhes faço os recados todos, porque o meu irmão está a MARIMBAR-SE literalmente para eles. E no fim quem ganha o Óscar do filho pródigo? O senhor meu irmão.
Acho piada também aos meus amigos, que consideram ter a vantagem de desmarcar, vezes sem fim, as combinações já efetuadas, mas se, por motivos de saúde, cabe-me a mim desmarcar, é o drama. O horror. Cai o Carmo e a Trindade. Sou a pessoa mais horrível do universo e mais além, sendo que esses meus “amigos” acham ainda, que se me mandarem mensagens de 30 em 30 minutos, a perguntar-me se já estou bom e se podemos ir sair para o Bairro, eu fico curado instantaneamente e como tal, já posso ir beber copos com eles “porque eles precisam MUITO de laurear a pevide, porque eles levaram uma tampa e porque eles precisam de arranjar outro gajo para esquecerem o gajo de quem levaram uma nega” – mesmo quando já me desmarcaram o “date” 5 vezes.
Depois, ainda há o caso do “outro”, que me deixou de falar porque eu namorava (e portanto não podia namorar comigo, logo eu só sirvo para namorar), mas que da noite para o dia, me enche de sms’s a perguntar se podemos tomar café, que precisa muito de falar comigo, porque precisa de conselhos, porque foi para a cama com alguém, mas não se lembra, e portanto foi violado e ficou com HIV, porque está com diarreia.
*respira*
Tipo… eu mereço.
Ai filhos, sabem o que vos digo? Da próxima encarnem em rocha magmática.
Exacto Namorado. Se fazes isso tudo como é que podes ser uma pessoa má?
ResponderEliminarRocha magmatica é boa para raspar calosidades. Pode ser antes mármore do Egipto?
ResponderEliminarJá respiraste tudo?
ResponderEliminarJá falaste com ele?
Já estás com menos mau feito?
Vai pinar. Remédio contra todas essas maleitas!
ResponderEliminar