sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

natal

Ainda estou no rescaldo das comemorações natalícias, e a gozar a maior prenda que me deram ontem de madrugada. Uma brutal constipação que me atirou para a cama, onde estive o dia todo de hoje, cheio de febre, suores frios e dores de garganta. Já estou medicado, mas parece que esta é das fortes. E não. Não dormi de rabo ao léu. 

Sobre o Natal, devo dizer que esta é a minha altura favorita do ano. Bem sei, que muitos dizem que é uma época hipócrita, que o Natal deveria ser todos os dias, blá, blá, blá. Para mim, é sinónimo daquilo que nunca tive. Uma família enorme, onde todos se dessem bem e confraternizassem. Se é verdade, qa primeira premissa desta última frase, porque o meu avô materno tinha muitos irmãos, e que a minha avó paterna teve 3 filhos, não deixa de ser verdade também, que nos damos todos mal. 

O meu Natal, desde pequeno, sempre foi com o meu irmão, com os meus pais, com os nossos cães, e nas alturas que o meu pai não se chateava com os meus avós maternos, com o meu avô, com a minha avó Maria e a minha bisavô. Foi assim até 2003, quando faleceu a minha bisavô. Passámos a seis. Depois por causa de heranças e partilhas, instalou-se a confusão e um clima de guerrilha, promovido pelo irmão da minha mãe e a sua patética esposa, que fez amputar à minha mesa de Natal os meus avós. Ficámos reduzidos a quatro. Isto deixava-me triste porque sempre quis ter uma família enorme em redor de uma mesa, a rir, a conversar e a comungar da companhia uns dos outros. Nunca tive. Mas tive sempre inveja dos meus amigos, que diziam que ia para a "terra", e tinham os pais, os avós, os primos e demais família com eles. 

Em 2007 morre o meu avó, vítima de um cancro na próstata. Passado um ano, morre a minha avó Glória, vítima de uma complicação nos intestinos, que podia ter sido evitada se a mulher do irmão da minha mãe, a tivesse levado ao hospital a tempo. Esta partida foi uma das que mais me custou. Morreu sem que tivesse oportunidade de fazer as pazes com ela, e nem sequer tive a possibilidade de ir ao seu funeral, porque estava nos Estados Unidos da América. Também, com a sua ausência, a mesa de natal ficou mais curta, e o meu sonho natalício praticamente desapareceu, sendo que o Natal passou a ser sinónimo de uma mesa de quatro pessoas, que relembram aqueles que partiram com saudades. 

Para mim, o Natal acaba por ser isso. Os meus pais, o meu irmão e eu, mergulhados num sonho de uma mesa com a minha família, que apesar de ser enorme, nunca teve a capacidade de expurgar as diferenças e permitir que a companhia de todos fosse aquilo que realmente deveria de importar, não no Natal, mas em todos os dias do ano. 

5 comentários:

  1. Pensava que tinhas passado o Natal com uma big family mas vejo que temos isso em comum, eu também gostava de um dia ter uma grande família nesse tipo de ocasiões, já tive mas agora somos poucos, uma espécie de retalhos de uma grande árvore da vida.

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    1. Não Limite, somos apenas 4 :) Eu e o meu irmão valemos por 8 lolol, mas somos poucos :)

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  2. Pensei que guerrilhas de partilhas era uma coisa da minha família paterna (porque na materna nunca houve dramas...). Parece que não. Há coisas do género em todo o lado...

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    1. Quando cheira a dinheiro... as pessoas transformam-se. Ou então não. Só revelam o que são.

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  3. Antes poucos e bons :)

    O meu Natal sempre foi passado com poucas pessoas, a minha família nunca foi muito unida...

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