Deram-me a ideia de escrever um texto sobre amizades gays. Ou melhor, como se podem fazer amigos na “comunidade”.
Eu acho que perguntaram à pessoa errada, porque vamos ver… não sou o sujeito
mais indicado para falar de relacionamentos (sejam eles de que índole for).
Sempre fui uma pessoa bastante carente (afetivamente falando) e sempre me senti
um incompreendido. Admito, que muitas vezes a culpa é minha, porque acho que os
relacionamentos devem ser de determinada maneira e na realidade não o são. Ou
seja, espero atitudes X da pessoa Y e fico lixado porque a pessoa Y não
manifesta atitudes X. Mas como em tudo na vida, não podemos exigir aos outros
aquilo que eles não estão dispostos a dar.
Assim e para não correr o risco de
escrever um texto cheio de considerações que apenas funcionam/funcionaram
comigo (e portanto seria quase inútil), “apresento-vos”
os meus amigos gays. E como não são
eles que escrevem este blogue e para garantir a privacidade dos mesmos, recorri
a alcunhas e “escalonei-os” alfabeticamente – para depois não me cobrarem
porque uns são mais amigos que outros (mas efetivamente tenho mais confiança com
uns do que com outros – o que é natural).
o bloguer: Há boas surpresas na
blogosfera. Este “cromo” conheci-o através do meu outro blogue que fazia
referências ao “paraíso”. Já não sei quem mandou o primeiro e-mail, mas sei que trocámos imensos e-mails depois disso. Embora a curiosidade tenha sido alguma
para saber quem estava por trás da máquina, só muito tempo depois é que nos
conhecemos ao vivo (e a cores), numa noite, no À margem em Belém (Lisboa). Não
estamos juntos muitas vezes, não saímos muitas vezes (pouco ou nada seria mais rigoroso)
mas estamos “presentes”. Eu estou sempre disponível e estou à distância de uma
chamada, mensagem, e-mail, chat, etc, e sei que ele também o está. Gosto muito
dele – mesmo muito, e com os seus gestos de carinho que ele tem para comigo
demonstra-me a sua sinceridade. O postal de natal que me manda sempre também é
um gesto delicioso.
O outro bloguer: Da outra vez
estive para lhe mandar uma mensagem do género: “Olha, afinal o que somos? Como
fica o nosso relacionamento? Será que nos podemos considerar amigos?”
Depressa desisti da ideia porque
me senti um puto a pedir atenção. Conheço-o há pouco tempo, sendo que trocámos
imensos e-mails numa fase chata da minha vida (2013/2014) e ele revelou-se um
tipo porreiro. Inicialmente achava-o com a mania, porque interagia pouco na
blogosfera, mas depois percebi que afinal ele tem muito para dar e está sempre
disponível quando preciso de desabafar. Pronto, talvez tenha um bocadinho da
mania (LOL), mas é muito simpático e é daquelas pessoas com quem tu
consegues falar sem medos.
o CP: O meu amigo mais
internacional. Conheci-o através do Mano e gosto muito dele, embora só o veja quando
o Rei faz anos. O carinho que ele mostra por mim é muito grande e é super
divertido. Aliás, por vezes até me sinto mal porque não consigo “devolver” tudo
aquilo que ele me dá.
o FN: Um dos amigos que veio com
o pacote “namorado”. Um dos amigos a quem conto muitas coisas (qualquer coisa
sobre mim é favor perguntar-lhe) e de quem gosto muito. Podia falar tanto sobre
ele, mas já escrevi muitas coisas “about” noutros posts que não vale a pena
voltar a “bater no ceguinho”.
o Madeirense: Conheci-o no gaydar
(afinal tenho uma amizade feita por lá, ufa!) embora já o conhecesse do mIRC. Ele
odiava-me (porque eu era um bocadinho chato, confesso) mas depois do
afastamento que houve entre o tempo do mIRC e o gaydar marcámos um encontro no Parque
das Nações. Houve empatia. No fim do café disse-lhe “não sei se te lembras, mas
já nos “conhecíamos” do mIRC e sempre recusaste um encontro ao vivo comigo” ao
que ele me respondeu “eras muito chato, sempre a convidar para cafés e isso faz
uma pessoa perder o interesse” (#ficaadica). Ficámos mesmo amigos e gosto muito
dele. Entretanto a relação esfriou porque ele trocou Lisboa pelo Funchal, mas
quando ele passa por cá convida-me sempre para um café.
o Mano: Conheci-o em 2001/2002 no
mIRC. Conversávamos muitas vezes online nos chats e ao início não gostei muito
dele. Só nos conhecemos ao vivo em 2004 e a nossa amizade só cresceu a partir
daí. Hoje em dia é um dos meus melhores amigos e sabe coisas de mim que quase
ninguém sabe. Apesar do nosso contacto não ser diário (porque estamos longe),
quando nos encontramos parece que nos vimos “ontem”.
o NA: Conheci-o no mIRC quando eu
tinha um nick “proc_namorado”. Com a vida, percebi que os namorados não se encontram,
mas isso agora é outro assunto. Ele achou piada ao meu nick e meteu conversa
comigo para me dar “lições de moral”. Conversámos, combinámos ir ao cinema e
ficámos amigos. É um tipo de amigo que quando namora, só se lembra de mim quando
precisa, mas vai mandando sms’s a perguntar como estou e a dizer que “temos de
combinar um café” - mas que nunca acontece. Quando está solteiro fazemos mais
coisas, mas ainda assim é um puto que eu gosto muito e com quem desabafo (e ele
faz o mesmo comigo).
o NFN: O namorado do FN. É um
puto que gosto muito, que tem mau feitio. Ou melhor, tem um feitio parecido com
o meu (LOL).
o P: Veio também com o pacote “namorado”.
Não é uma pessoa fácil, mas o carinho que ele mostra por mim conquista-me.
Diria mais que é um amigo da noite, porque só consigo estar com ele se disser “Trumps”
(mentira: também consigo estar com ele durante o dia se disser “praia”). Mas lembra-se
sempre de mim, no Natal e nos anos.
o PT: É meu vizinho e já fomos
grandessssss amigos. Entretanto ele começou a namorar e afastou-se. Arranjou
outro grupo de amigos e só falamos muito esporadicamente - embora estejamos
muito perto um do outro. Foi-me apresentado pelo Madeirense.
E conheço muito mais pessoas de
quem gosto, que não falo aqui porque ainda estou em processo de evolução no
relacionamento, o que não quer dizer porém, que fiquem atrás (ou à frente)
destes que escrevi.
E assim em jeito de balanço: um
pelo gaydar, alguns pelo blogue, uns quantos pelo mIRC e muitos através de
outras pessoas.
A amizade é o que mais prezo... ter bons amigos é o melhor!
ResponderEliminarPedro mas não tenhas dúvidas disso! Embora reconheça que por vezes também é difícil encontrar os amigos certos.
EliminarBoa ideia esta ... gostei da postagem ...
ResponderEliminarObrigado Paulo pelo carinho! Abração
EliminarSim, e é o normal, a meu ver. Os meus amigos gays, embora não goste de os apelidar assim, também vieram de forma semelhante à que relatas. :)
ResponderEliminarSam e arrisco-me a completar que as melhores amizades acontecem pela apresentação de outras. Mas claro está tem de se começar por algum lado.
EliminarNão tenho amigos gays, ou melhor por causa da blogesfera acho que posso considerar alguns, mas não me dou ao trabalho de os contar pois acabarei por ficar com alguns dedos livres, mas verdade seja dita, ter amigos gays é quase como um oásis num deserto, muita gente com sede e pouca gente interessada em dar algo que não seja mais que água. E eu água tenho da torneira...bela metáfora!
ResponderEliminarNão tens? De certeza? Olha que isso não está escrito na testa.
EliminarObrigado pelo post! ;)
ResponderEliminarRevejo-me muito no primeiro parágrafo.
De nada Luís! Obrigado eu pela ideia :) Abração
Eliminar