terça-feira, 17 de março de 2015

idades

 Além da história, da qual será profissão mais velha do mundo, existem questões que persistem na nossa memória coletiva, como por exemplo, a questão da idade nos relacionamentos. Pessoalmente, não tenho nada contra (nem nada a favor) porque considero, que o que interessa é que as pessoas sejam felizes. A verdade também, é que já escrevi muito sobre isso, neste blogue, quer através de casos que conheço, quer através das considerações dos outros sobre o assunto, quer através da minha própria opinião ou ainda, daquilo que a sociedade determina como "aceitável"

O meu percurso foi/é semelhante a tantos outros... quando despertei para a questão dos relacionamentos queria alguém da minha idade. Evoluí mais tarde, para o pessoal mais velho do que eu e acabei por namorar sempre rapazes mais novos (com um máximo de 7 anos de diferença). Quando achava que deveria ter alguém da minha idade, pensava como o Aaron. Achava que deveria partilhar o mesmo caminho, que a minha alma gémea, de forma a conseguirmos construir algo os dois, sobre a premissa das mesmas experiências. Depois, nunca consegui arranjar ninguém de 1980, que quisesse ter algo comigo, mais do que umas aventuras casuais. Segui em frente. Procurei malta mais velha. Mas também a coisa não correu bem, porque muitos deles já tinham tido relacionamentos longos e queriam era brincadeira. Conheci casados, que obviamente queriam outras coisas mais "escondidas". Acabei por desistir de procurar (até porque dizem que não se procura, simplesmente, se encontra) e comecei a assumir que iria ficar sozinho. Quando me emancipei (aos 27) resolvi dar uma oportunidade a pessoas mais novas. E aos 28 comecei a namorar um rapaz de 21. Não houve um choque muito grande (a não ser na minha cabeça preconceituosa), considerando a diferença de idades, porque ele tinha uma história de vida intensa, já tinha tido muitos dramas na vida e trabalhava desde os 16. E assim a coisa deu-se. Talvez me sentisse próximo da idade dele, porque mentalmente, e embora tivesse já 28, era muito imaturo. Nunca tinha namorado, tinha pouca experiência sexual e parecia um adolescente nos assuntos do coração. Acabámos (ele acabou) porque me dizia que eu queria estar em todo o lado, com toda a gente e que isso era impossível - mas isso é outra conversa, ou não fosse a minha pessoa, um poço de defeitos. 

Hoje, se tivesse solteiro, não sei se namoraria alguém de 24. Não, porque tenha preconceito com isso, mas porque tenho medo, que a questão do patamar de maturidade se assuma como uma diferença substancial. Não me incomoda os que os outros pensam, mas não sei até que ponto... poderiam existir fricções na maneira como cada um vê o mundo. Acredito piamente, que a diferença de idades não é a razão principal para que um relacionamento dê certo, ou errado, até porque somos todos diferentes. Mas lá está, uma das coisas que a vida me ensinou nestes 34 anos é que nunca devemos dizer nunca

27 comentários:

  1. Bem, eu já foi um bocado de tudo, já fui o mais velho, já fui igual, já fui o mais novo e agora sou eu, acho que a diferença de idades pode-se sentir em determinadas alturas das nossas vidas porque temos planos de vida que podem ser diferentes, mas no amor não se manda e lá está, nunca se deve nunca.

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    1. Claro Eolo o amor mando em tudo. E é claro que a questão da idade é apenas uma barreira de preconceito que temos dentro de nós, mas com o avançar da nossa idade e crescimento pessoal também começamos a ver as coisas de outra forma e a dar valor a outras coisas, que eventualmente serão as certas.

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  2. a minha maneira de pensar é essa mas também nunca digo nunca, daí ter escrito no meu post "este é o motivo que à partida não queria namorar com alguém alguns anos mais novo ou mais velho que eu", o "à partida" quer dizer que nem sempre as coisas são como imaginamos, se eu conhecesse alguém 10 anos mais velho do que eu que me fizesse feliz e eu me apaixonasse, a idade iria ser o menos importante.

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    1. Aaron é como dizes "a idade iria ser o menos importante", mas muitos de nós a determinada altura da vida ainda vivemos de preconceitos e entre eles a questão da idade (eu vivi, pelo menos). Lembro-me ainda quando tinha 25 e um rapaz de 18 queria namorar comigo e achei isso demasiado estranho lolol

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    2. sim, eu também acharia estranho se um puto de 18 quisesse namorar comigo e caso eu também começasse a gostar dele ia ter muito cuidado pois aos 18, as vontades mudam muito facilmente (não quer dizer que todos os putos sejam iguais).
      mas também acharia estranho se um homem de 40 quisesse namorar comigo mas lá está, se eu também gostasse dele, iria deixar de ser estranho aos poucos. :)

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  3. Estava a tentar elaborar um comentário, mas a única coisa que me ocorre, como alguém que tem uma relação de 10 anos com alguém mais velho (nove, para ser exacto), é na comunicação, no respeito e na aceitação do outro que está o "truque"... não na idade!
    E sim Nunca é uma palavra cheia de reticencias!

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    1. Pedro, o máximo que tive foi de 7 anos. Mas é como dizes, ou escreves, um relacionamento não se constrói na "idade", mas sim na partilha e em tudo o que disseste. Compreensão é em doses industriais...

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  4. Este teu post dava para uma longa conversa, até porque eu nunca tive uma relação (agora já não me importo o que possam pensar lol .. que se lixem os comentários dos outros) portanto nunca fui o mais novo, nunca fui o mais velho, nem me vejo numa relação com um puto de 24 anos e muito menos sou adulto para não dizer que há dias em que me sinto um autêntico adolescente. O que o coração me dita, não fala em idades, talvez não deva de dizer nunca, e sentir que vou acabar sozinho, mais do que isso não fico.

    Não se deve dizer nunca, mas eu digo a muita coisa. Para potencialmente sonhar com uma relação a dois, tenho que ser honesto comigo mesmo :-) ...a idade apenas marca o tempo, e não a alma meu caro Namorado!

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    1. Limite nunca namoraste e? Eu só perdi a virgindade aos 27. E? Todos nós temos o nosso tempo e cada um pensa como quiser. Aliás, nós adoramos ter uma opiniáo sobre tudo, mesmo quando não nos pedem... logo... É pah cada um com a sua e desligar de comentários menos felizes. O resto é ditado pela tua consciência.

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  5. Se hojhe estivesse solteiro.... não sei.
    Ao fim de 19 anos, costumo dizer que se ficasse solteiro transformava-me numa doida e experimentava tudo o que não experimentei mas sei que, na verdade, me apaixonaria rapidamente por alguém independentemente da idade.

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    1. Também pensei assim Leonel. Iria ser uma "senhora da vida" lolol o problema é que isso não tem nada a ver comigo... se ficasse solteiro, ou me casava com alguém ou ficaria sozinho para o resto da vida. Andar no engate puro e duro, não sei se ficaria adepto. Olha, não sei. Não adivinho o futuro.

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  6. Eu tive um relacionamento de dois anos e meio com um rapaz cerca de dois anos e meio mais velho. Passados seis, sete meses, comecei outro relacionamento, que já vai em mais de três anos, com um rapaz exatamente da mesma idade do anterior. Creio que posso dizer que somos da mesma idade. E quanto mais tempo passa, mais "da mesma idade" nos sinto :D

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    1. Sim, dois anos não é nada Horatius lol Eu tenho 3 anos de diferença do meu irmão. Há dez anos atrás fazia diferença, agora não.

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  7. Eu só tive três experiências, uma curte durante algum tempo, um namoro e uma quase relação que tenho de momento, nestes meus 21 anos de vida (aliás, 21 só agora porque é o meu aniversário lol). Nas duas primeiras experiências foram com dois rapazes mais ou menos da minha idade, eu era mais novo que eles mas era só um ou dois anos mais novo. Nada demais! Desde Novembro do ano passado que conheci um homem, num daqueles sites de encontros todos manhosos, que achei bastante atraente. O que nós tínhamos no início era algo mais de aventuras, nada demais. E eu, apesar de preferir coisas mais estáveis, só queria ter umas pequenas aventuras com ele (devido à minha antiga relação ter acabado mal) e ele também e devido ao mesmo motivo. Passado quase 5 meses juntos posso falar por mim e por ele que gostamos bastante um do outro e que temos algo estável e já não é só para ter uns momentos de prazer. E ele tem entre 10 e 11 anos de diferença. Sempre disse que não queria ter nada com ninguém muito mais velho do que eu, quanto muito só umas escapadelas, e agora aqui estou eu com um homem de quem gosto muito e pelo qual estou a apaixonar-me e com quem quero estar durante muitos anos.

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    1. Anónimo sorri a ler este comentário porque achei-o tão sincero e ternurento. A felicidade por vezes por estar à distancia de um site de encontros manhosos ou no virar da esquina, mas acima de tudo estará sempre no nosso coração. E dure o que durar, 5 meses, 5 anos, ou uma vida inteira, o importante é que seja uma pessoa que fique sempre na tua vida e que te coloque sempre no caminho do respeito e que te faça feliz :) Boa sorte! E já agora parabéns!

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  8. Eu que sempre fui um adepto do +5/-5 por uma questão de similaridade de referências vejo-me a braços com uma situação que sempre recusei liminarmente: ter uma relação com um homem bastante mais jovem. 15 anos de diferença é muita fruta quando eu tenho 40 e ele tem 25. Está tudo muito no início, mas "so far so good". É lógico que existe aqui uma diferença de capitais de experiência e conhecimento (entre outros) mas a relação e muito . Nunca tive uma partilha tão madura com ninguém. A realidade é que é bastante maduro de sentimentos e essa é a pedra de toque nas relações. Se houver generosidade de parte a parte, as pessoas adaptam-se e crescem em conjunto. Ele tem ganho com a quantidade de coisas novas que está a aprender e eu tenho ganho com o recuperar da descontracção e simplicidade de vida. Os anos de trabalho, de cargas emocionais, de problemas deixam-nos tensos e com uma abordagem mais complexa à vida (pelo menos a mim deixaram) e ele devolveu-me uma serenidade que já não me era natural. E é simples. A nossa convivência é encantadoramente simples, porque há respeito, comunicação e generosidade para com o outro. Ambos nos alimentamos. E estas características que enumerei, diz-me também a experiência de 19 anos a namorar, não são apanágio da idade. Somos pessoas acima de tudo. O resto é contexto e circunstância, mais ou menos agrestes, que se contorna com o facto de não importa o que nunca deixar de ver/sentir o outro. Um dia de cada vez e cá estamos para o experienciar.

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    1. Silvestre és um exemplo que a idade é acessório, pois o que interessa é a felicidade que se conquista quando estão os dois. Sim, porque felicidade e amor não são clichés.

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  9. Para ser franco, isto da idade é mais uma coisa que serve para ser descriminação, seja de que forma for. Nunca foi um parâmetro que me fizesse deixar de estar com A ou B, desde que fosse legal (obviamente!) Isto para dizer que, tal como tu, já tive pessoas mais velhas, mais novas e da mesma idade. O facto é que não é pela idade que uma relação dá ou não dá certo. São as pessoas, as suas vivências, as suas personalidades e maturidades. A idade é apenas um número... por isso, nunca dizer nunca, pelo contrário: manter a mente aberta.

    Abraço

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    1. Nobody's Bitcho é verdade que o facto idade é discriminatório e muitas das vezes preconceituoso. Também acaba por ser imposto pela sociedade que nos diz que "não é certo". Para já porque as pessoas vêm malícia em tudo, e depois porque temos medo de viver. E ter idade não é sinónimo de maturidade.. conheço pessoas de 30 que ainda pensam que têm 18 e atitudes super infantis, sem responsabilidade nenhuma.

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  10. Discordo de muito do que foi aqui dito, mas não especificarei. Tudo depende. Há pessoas mais novas e com bastante experiência, muito embora a maioria não a tenha (digo eu). E no que concerne ao patamar cultural, o estereótipo ainda perde mais o vigor. Não vejo por que motivo, à partida, um rapaz de 24 anos (que é a minha idade) saberá menos do que um cavalheiro de 40s. É uma visão estereotipada. Totalmente. E a própria experiência de vida depende também ela da história pessoal de cada um. Para exemplificar: será mais experiente, à partida, um rapaz de 25 anos que começou a trabalhar com 16 do que um senhor de 35 que entrou no mercado laboral aos 30.

    No entanto, compreendo o que se disse em certa medida. Pelo que vejo ao meu redor, e exceptuando-se o capital cultural, em que, de facto, as diferenças que vejo até são em favor das pessoas da minha faixa etária, há alguma imaturidade e inconsequência a mais. E certa dificuldade em manter algo estável, em assentar, em definir projectos tendo em vista um futuro a dois.
    Caso a caso, caso a caso, é o que quero que fique.

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    1. Respondendo à tua pergunta Mark: não. Uma pessoa que tenha 25 anos que começou a trabalhar com 16 poderá ser mais maduro que um senhor de trinta. Mas na tua pergunta, vejo que também existe um estereotipo: rapaz para 25 anos, senhor para 35 lololol Não poderá ser um homem de 25 e outro de 35?

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    2. Fui irónico propositadamente. x)

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    3. ahhhhhhhhhhhhhh lol Mil perdões Mark :D

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  11. Fiquei confuso, então vamos ter um final romântico entre nós ou não ? É para eu rir ou chorar ? xD

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    1. Somos incompatíveis na "cambalhota" Ricardinho lololololol

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  12. Há uns tempos o Silvestre falava sobre o problema das idades, dos mais novos procurarem alguém "que puxe por mim" (http://nasilvadosilvestre.blogspot.pt/2014/11/e-as-coisas-sao-mais-ou-menos-assim.html) e afinal quem puxa por nós próprios? Nunca namorei com ninguém da minha idade, mas acho que teria sido tremendamente mais fácil se tivesse sido assim.

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    1. Mais fácil? Duvido. Idade não é sinónimo de maturidade, Coelho.

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Este blogue não é uma democracia e eu sou um ditador'zinho... pelo que não garanto que o comentário seja publicado. Mas quem não arrisca...