veneza

A primeira viagem fora de portas, que fiz com o meu namorado; foi a Itália. Foi de facto uma aventura, onde nos aconteceu um pouco de tudo.

O voo de ida atrasou. Chegámos de madrugada. Apanhámos o comboio para Veneza, mas ficámos pelo caminho. Depois, com tudo fechado, descobri - já em desespero, que os bilhetes para Veneza Santa Lucia, eram vendidos na tabacaria. Pois está claro, ia lá adivinhar, que no sítio onde se compram as pastilhas e o tabaco, era também o local onde se adquiria o acesso à "terra prometida". 

Quando chegámos a Veneza, andámos que nos fartámos com as malas às costas, ora sobe escadas, ora desce, ora sobe, ou desce, ora arrasta a mala, ora estamos perdidos, ora estamos achados. Mas conseguimos chegar ao hotel, onde somos recebidos com bastante simpatia. A senhora olha-nos de alto abaixo, com um sorriso nos lábios, confirma os dados da reserva e diz-nos:

- Bem-vindos a Veneza. Espero que gostem. Ah primeiro de tudo, devo dizer-lhes que o teto do vosso quarto caiu, pelo que não está em condições para ser usado. Mas não se preocupem, que já arranjámos alternativa no Hotel Tro Ló Ló (tem este nome, porque já não me recordo do nome correto, ok?).

Olho para o miúdo e penso: que grande merda. Olhámos os dois para a senhora e perguntámos:

- E onde fica então o hotel?

- Ah é simples. Fica junto à Estação dos Comboios - respondeu prontamente.

 Simples. uma gaita. Toca a fazer o caminho todo de regresso. Ora arrasta a mala, ora sobre escadas, ora desce as mesmas, ora sobe, ora desce, ora anda lá mais uns metros com a mala às costas, só por causa das coisas. Lá procuramos o Hotel e o encontrámos com relativa facilidade. Difícil foi subir o "Bom Jesus de Braga" até à receção - não sabem o que é um rés-do-chão. Já estou cansado só de ler e escrever. Bom adiante. Apanhámos um senhor velhote que nos atendeu, mas que em pânico nos disse:

 - Pois, temos um pequeno problema - é pah, mais merdas para me chatear? - pensei. 

- Sim? - perguntei.

- Não sabia que eram "due razzagi", pelo que o quarto só tem uma cama de casal. Peço imensa desculpa, mas do outro Hotel ninguém nos comunicou essa situação e não temos mais quartos livres. 

- Ai sim? Pois, Que chatice. Deixe estar então, também é só uma noite, não terá importância. Cá nos arranjamos. Temos que deixar os dramas de lado e ser "modernos", nem que seja por uma noite - disse eu.

Ahhh e pensam, que acabou por aqui e tive uma noite descansada? O tanas! O quarto era ao lado do elevador e passei a noite/manhã a ouvir o dito trabalhar, bem como as conversas dos utilizadores daquela "máquina do inferno"! 

Lição a tirar: querem uma "coisa" romântica? Não saiam de casa! LOLOL