saídas passadas - Barcelona II

Não estivemos muito tempo na fila. Nas noites anteriores, o meu amigo português e o meu novo amigo espanhol, tinham andado à caça de "flyers" para entrarmos directamente - assim como se fôssemos pessoas com alguma importância (AHAHA) - e a um preço mais reduzido. Mal entrámos, parecia uma criança na Eurodisney. Há um ano atrás, tinha ido pela primeira vez ao Trumps, e tinha achado o espaço super pequeno e apertado. A DBOY, por outro lado, era gigantesca. Tinha uma entrada enorme, uma pista a perder de vista com música electrónica e outra pista, mais pequena, (duas ou três vezes a pista maior do T) num registo mais comercial.

Descemos as escadas, e dirigimo-nos ao bengaleiro. Ali, deixámos ficar os casacos, e já se sabe, não só para ficar mais confortável, mas também, para deixar ver mais alguma coisinha - como o pescoço (LOL). Tínhamos vindo de um bar, cujo tema daquela noite era de "sado-maso" (contarei esta aventura posteriormente), e encontrámos muitos clientes desse espaço por ali. Também reencontrei o rapazinho, a quem tinha feito olhinhos ao jantar (num restaurante também gay), e que percebi que namorava (DUH). Risquei logo do rol das hipóteses!

Começámos pela pista maior. A minha vista só alcançava gajos musculados em tronco nu. Estava cheia, cheia, mas cheia de gente. Nunca tinha visto tanto homem junto na minha vida. E podres de bons, by the way. Mas nestas coisas, já se sabe, a minoria perde, come e cala (LOL). Os meus amigos gostavam mais de outro tipo de música, e por isso, lá fomos para a zona comercial. Mal entrámos, esta pista estava mais vazia, porque ao contrário do Trumps, o pessoal aqui não curte (ou curtia) muito este género de música. Eu, que já estava bem quentinho das vodkas todas que tinha bebido, dancei, dancei, dancei e muitas das vezes sozinho.

A um canto, estava um rapaz em cadeira de rodas, e com ele, um grupo de amigos. Achei curioso, não é que considerasse que não existam gays nesta condição, mas em Lisboa, nunca me apercebi desta realidade - quer dizer, o Trumps tem uma escadaria enorme que não permite o acesso às pistas, é quase pior que o "Bom Jesus de Braga". Adiante. Mas do tal grupo, destacava-se um rapazinho. De estatura média, olhos verdes, bom corpo (definido/musculado), cabelo curto loiro (my type LOL!) e que me apanhou a olhar para ele, assim sem pudor (tenho os olhos como o Lobo Mau, lembram-se?). Fiquei uma beca encavacado, porque eu, na altura só olhava, não mexia, não era espanhol, estão a ver (LOL)? 

Ele super simpático, devolveu-me a minha "baba", com um sorriso de orelha a orelha, levantou o copo cumprimentando-me, e fez gestos de quem iria dançar. Naquela altura, só queria um buraco para me enfiar... mas desde essa "faísca", que começámos a lançar olhares, ora um, ora outro, que devolvíamos, ora um, ora outro. Entretanto, o meu amigo espanhol veio ter comigo e disse-me "olha estão ali aqueles dois rapazes e querem dançar connosco, um para ti, outro para mim, mas digo-te já que estou interessado no de verde!". Como não me interessavam crianças (nem na altura, nem agora LOL), recusei e vi que ele ficou um bocado chateado. Porque, se não o ajudasse, ele não teria sucesso naquela noite. Temos pena. Não faço fretes. E expliquei-lhe o porquê; "estou interessado naquele rapaz", e apontei. O outro, só sorria, mas foda-se, não veio ter comigo (LOL)! E já se sabe, se não dão o primeiro passo, eu também não o dou (LOL!), que o diga o "Chef" de Saragoça com quem andei embrulhado, numa noite que saí para aquelas bandas (outra história, outro dia).

Mas aquele jogo de sedução continuava, até que ele bazou. Fiquei com pena. Era mesmo giro. Passados uns minutos, os meus amigos também quiseram ir embora. Esta decidido: ninguém iria ter sucesso naquela noite. Fomos aos bengaleiro, vestimo-nos e começamos a subir os degraus. Mas de repente, olho para o lado direito e vejo o rapaz. Não sei onde fui buscar a coragem, mas fiz uma coisa que nunca tinha feito até então: cheguei-me ao pé dele, encontrei a minha boca com a dele, senti correspondência através da língua e deixámo-nos beijar por instantes. Pareceram séculos, até que interrompo e segredo-lhe ao ouvido:

- Hi! I'm "nome", from Portugal. 

Saí e nem olhei para trás.

E assim, esta viagem a Barcelona, ficou gravada na minha memória, pelo rapazinho de olhos verdes, loiro, definido/musculado, giro que se fartava. Para ele, talvez a noite tenha ficado registada pelo parvo do portuga, que beija e foge. 

Meu Deus, como era tão parvo naquela altura (LOL)! 

Ps. às 21h05m - Continuo parvo, mas é de outra maneira! (AHAHAHA)