amo-te

O ano passado, sensivelmente nesta altura, estávamos aos beijos no carro quando o miúdo me perguntou se gostava dele, e o(s) porquê(s). Por vezes, sentimos essas necessidades parvas de perguntar o óbvio, talvez porque sentimos uma ponta de insegurança, sabendo desde logo, que não há insegurança possível quando duas pessoas se amam de verdade. 

Mas daquela vez fui apanhado de surpresa, porque me pediu as razões. E eu, lá tentei safar-me da melhor maneira que podia. Safar no sentido, que era difícil explicar tudo e condensar em minutos, a nossa vida em conjunto até àquele instante. Já não me lembro de tudo o que lhe disse, mas lembro-me da analogia que fiz com uma laranja. Sobre a sua unidade, e que nós, cada um de nós, era uma parte igual da mesma. Que só faríamos sentido juntos, e que ele era aquela parte que me completava e me fazia acreditar que o amor existia. Seja como for, o amor é assim. Inexplicável e imensurável, que faz apertar o coração de saudades quando sentimos a mínima alteração no outro lado, mesmo quando ela não existe. Mas só tenho a certeza de uma coisa. Que o amo. Muito.