Sempre duvidei de fenómenos “internéticos” vertiginosos, que
de um dia para o outro conseguem crescer nas Redes Sociais, e virar “influencers”.
Conheço (conhecemos), tantos e tantos casos que no passado eram “supé” famosos,
e hoje… nem vê-los. Acredito, que para se ter sucesso neste mundo virtual dos
blogues, “instagrãns” e coiso e tal, é preciso ter paciência. Pelo menos se o
objetivo final for esse. E se for, há que ser persistente. Insistente. É querer
ser alguma coisa efetivamente. É apostar na sinceridade como mote, e colocar um
bocadinho de nós em tudo o que escrevemos, desenhamos, fotografamos e
partilhamos.
Portanto, quando me perguntam “qual é segredo para ter um
blogue de sucesso?”, torço o nariz. Bom, na realidade não sei responder a isso
(até porque nunca tive nenhum projeto nesses termos), mas como leitor, aquilo
que me faz voltar a qualquer lado, é sentir, que o que foi partilhado foi genuíno.
Isso, para mim, garante êxito. A interação, sentida, entre quem comenta e quem
responde é ponto-chave. Saber que não é um robô que ali está, a tentar impingir-nos
umas “coisinhas” patrocinadas, é, na minha opinião, uma mais valia. E não perseguir
“comentários”, “visitas”, “números”, “status”, “rankings” e “competições”, é o
garante de uma sanidade mental que não nos faz desistir de ser bloggers só
porque ninguém comenta. Aliás, não existe obrigatoriedade neste campo. Para
mim, partilhamos porque queremos e se não existir um "feedback" efetivo, ou materializado,
isso não quer dizer que não nos tenha feito bem. Ou que num futuro próximo, não
possamos ajudar alguém.
Acho, pelo menos acredito nisso, que desde que criei este
espaço (no longínquo ano de 2012) consegui colocar aqui um bocadinho de mim.
Este blogue, embora parvo e irónico, sou eu. Ou melhor, é uma parte de mim que
vive através de uma personagem. De um perfil virtual, que é real. E não. Não comecei este projeto com o objetivo de ter
sucesso. De ser famoso. De querer viver “disto”. Não. Apenas quis desabafar e
partilhar parvoíces, que muitas pessoas na altura, presencialmente, não tinham
paciência para escutar. Quis apenas ser gay. Coisa, que na minha vida real era
difícil de ser. Aqui descobri-me, cresci e mudei. Sozinho, mas muitas das vezes
acompanhado. Escrevi milhares de comentários por esse universo blogosférico
fora, acompanhei blogues, vi nascer e morrer muitos espaços, e participei em
muitas iniciativas que me deram muito gozo. Obviamente, que quando [re]comecei
a ser blogger, já existia uma blogosfera fervilhante, com tantos e bons espaços, que eu acompanhava. Não fui pioneiro em nada, nem nunca o quis ser. Não queria
mudar o mundo. Queria apenas ser eu próprio.
Vi, acompanhei, mantive e perdi pessoas neste processo. Mas talvez
esse seja o propósito da nossa jornada. Talvez a vida seja isso mesmo, uma
mistura de presenças e ausências que vão penetrando na nossa alma, consoante o
nosso estado de espírito da altura. Tenho saudades de muita coisa. De muitas
pessoas. De muitos blogues. De muita interação que hoje desapareceu. A verdade,
é que fico sempre com um sorriso parvo na cara quando me lembro do ano de 2016,
dos Calendários Blogosféricos, dos Cigno e de todos os desafios de outros
blogues que participei afincadamente (adorei o Pixel do Sérgio).
Claro que nada volta a ser como era/foi. Eu próprio não sou
o mesmo. Mudei. Desleixei-me. Desliguei-me. Atirei-me para a cama, a seguir ao
jantar, para assistir séries e esperar o dia seguinte. Dia após dia. Estava cansado do meu blogue. Estava cansado
de muita coisa. De mim. Dos outros. Porque me desmotivei perante muita coisa.
Porque deixei que a desilusão, a preguiça e a inércia me conquistassem. Mas atenção!
Não procuro elencar aqui um conjunto de desculpas esfarrapadas para que a malta
fique com pena. Não. Nada disso. Simplesmente hoje apeteceu-me ter saudades do
que fui. Do que passou. E essencialmente... do que está para vir.
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