Se há coisa que me deixa fora de mim, desiludido, revoltado, deprimido e inflamado é o facto de ser traído. Sim, aquelas coisinhas idiotas que fazemos uns aos outros, sem necessidade aparente, mas que achamos que vamos ficar melhor, se prescindirmos de ser nós próprios. Não falo agora de coisas mais físicas, nem sequer da vertente do relacionamento baseado num casamento ou namoro. Não. Escrevo sim, sobre aquele abalo da confiança que nos faz ceder as nossas fundações, quando um amigo (ou neste caso uma amiga) nos tira o tapete sem obter qualquer tipo de problema de consciência.
Tendo em conta os eventos recentes, até diria que estaria calejado no assunto, mas a verdade é que doí sempre quando acontece. Principalmente por parte de alguém, que sempre nos apoiou e nos mostrou a existência de um espaço de confiança o suficiente capaz de anular qualquer traição idiota. A verdade, é que ela utilizou a nossa relação para extrair informação, assim de uma forma inocente e quase que angelical, e depois... bom, e depois, tenta passar-me a perna vendendo uma verdade que só existe na cabeça dela.
Já diz o povo, que "trabalho é trabalho e conhaque, será conhaque", mas ainda assim... não me custa menos o que ela me fez. Talvez isso derive da minha capacidade (ou incapacidade) de achar que existem boas pessoas, ou pelo menos, que naquilo a que se chama de "verdadeira amizade" não existe margem de manobra para as tais "traições idiotas", que apenas produzem uma política de "terra queimada" e onde nunca nada será como antes. E é isto que muita gente não percebe quando falamos da traição da confiança... é que por mais perdão que consigamos produzir, ficará sempre uma nódoa negra que nunca se conseguirá disfarçar.
Como geralmente dou pouco de mim, nunca fui traído. Mas é bom irmo-nos habituando. A vida é uma sucessão de traições, desilusões, desapontamentos. Li em tempos que radical, algo assim, era aquele que mantinha os pés bem firmes no ar. Viver deve ser parecido.
ResponderEliminarEpá, quando tiver quarenta /cinquenta anos serei um homem verdadeiramente interessante. Só me falta anos de vida. Às vezes sinto que ando a saltar etapas na carreira, sabes, como os anos lectivos: quando todos estão no quinto ano, eu já vou no décimo, por aí... Esquece, pensamentos altos.
Ai Mark, parece que tudo isto fará parte de um desígnio maior qualquer oculto. Não sei dar pouco de mim, ou melhor, nunca soube. Quando era mais novo era tudo ou nada. Com o passar do tempo vejo-me a dosear essa atitude, e sim, vejo-me também a ficar mais desligado das pessoas porque já vi daquilo que são capazes de fazer. E embora por mais preparados que estejamos para traições, estas apanham-nos sempre desprevenidos. E custa. Custa sempre.
EliminarQualquer traição abalada, embora a forma de reagir de cada é imprescindível.
ResponderEliminarE custa Ro. E custa. Abração.
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