Estamos no início de Março. Ele manda-me mensagem a cobrar que nunca estamos juntos. Que eu não sei dar valor à amizade e que nunca tenho tempo para ele. Assumi a minha culpa sem pudor, e tentei remediar a coisa. Combinei com ele um jantar. Não quis. Queria um copo no Bairro. Não me falou em ir ao Trumps, mas eu já sabia que era o que se seguia.
Falei com o namorado, expliquei-lhe que tinha que dar atenção a uma pessoa, que é "só" um dos meus melhores amigos, e argumentei, que apesar de eles não gostarem um do outro, aquela amizade era importante para mim. Disse-lhe também que não ia o Trumps, sabendo desde logo que iria.
Na primeira sexta-feira de Março, saímos. Passei pela casa dele, apanhámos o metro e saímos no Chiado. Estava um frio do caraças e acabámos refugiados no Maria Caxuxa. Bebemos imensos "moscatéis", que até perdi a conta. Poderia ir ver no extrato bancário, a soma, mas acho que não vale a pena. Conversámos, rimos, e lembrámos que a nossa amizade já dura há 13 anos. A meio da parvoíce lá me contou que tinha arranjado um namorado. Era recente, mas era namorado. Não sabia como é que haveria de gerir a situação porque tinha medo. Os genes tinham-no feito ciumento e o passado tinha-o tornado desconfiado. Disse-lhe para ir com calma e de coração aberto para ver no que dava, e ele disse-me, que agora que namorava já não ia o Trumps.
Acabámos a noite no Trumps, onde dançámos e rimos que nem uns parvos. Disse-me que não ia dizer ao namorado que tinha ido à discoteca e eu disse-lhe que se não o fizesse, começava mal. Explicou-me que tinha dito ao namorado que ele não devia de ir a estes locais com os amigos e que se contasse, estaria a contradizer-se. Expliquei-lhe novamente que achava errado ele não contar, até porque estas coisas sabem-se sempre, porque há sempre alguém que conhece alguém, que viu. Obviamente que o meu namorado já sabia que ia, e eu antes de ir, mandei-lhe mensagem de boa noite a confirmar. Fodeu-me a cabeça durante semanas é certo, com boquinhas parvas, mas passou-lhe. O namorado do meu amigo não sei. Também não me disse mais nada sobre o assunto, e pelos vistos, o valor da amizade esgotou-se naquela noite.
Na semana passada recebo outra mensagem. O meu amigo tinha-se chateado com o namorado. O outro tinha deixado de lhe falar e foi o fim do mundo. O drama. O horror. O meu telemóvel começa a apitar como se fosse um call center, de um concurso televisivo do fim-de-semana, e tentei reconfortar o mais possível. Da melhor maneira que sabia. Tentei mostrar-lhe outras perspetivas, outros pontos de fuga, outras ideias, e ele só me dizia que tinha que o apoiar. Que o tinha que ajudar a suportar aquele desgosto. Pediu-me, ou melhor, suplicou-me, que saísse com ele para espairecer e desmarquei tudo o que tinha para ficar o fim-de-semana de apoio à "causa". Ganhei o namorado para o momento e escalonei a sexta para tomar um copo no Bairro, o sábado para um jantar e um domingo para ver o rio. Chega sexta-feira e desmarca. Está cansado. Tem dormido duas horas por dia e está exausto. Chorou a semana toda e nunca mais vais confiar nos homens. Aceito. Aproveito e coloco o sono em dia.
Chega Sábado e não me diz nada. Eu com tudo organizado, mando mensagem: "Então como é? Combinamos onde?" Nada. Nenhuma resposta. Começo a achar estranho, mas espero. Aliás, que remédio, até porque não conseguia fazer mais nada. Já quase à hora de jantar, recebo uma mensagem no telemóvel: "Estamos a falar e a ver se resolvemos esta crise. Depois ligo-te para falarmos melhor".
Ainda estou à espera do telefonema.
Pois é. Os amigos sao só para os momentos maus. Uma merda se queres que te diga. Aposto que se fosses tu a precisar dele, ele não estaria tao disponível. Mas a vida è assim. E vamos aprendendo com isso :/ beijinho
ResponderEliminarThe-not-so-girlygirl.blogspot.com
TheNotSoGirlyGirl acho que atitudes do género todos tivemos, temos ou teremos ao longo da vida, acho é que tanta "exigência afectiva" merecia pelo menos um encontro presencial para explicar tudo o que se passou. Beijinhos
EliminarE não aprendes, não??
ResponderEliminarSair com um amigo, mesmo que numa discoteca ou ambiente gay, é a coisa mais natural do mundo, mas se se faz às "escondidinhas" está tudo fod"#$. Esse é o principal conselho que o teu amigo precisa. Como tu disseste, tudo se sabe, parece que todos se conhecem (só eu não conheço ninguém, lol)
ResponderEliminarTodos precisamos de um amigo assim. "Aquele amigo" em quem confiamos, a quem podemos contar tudo, de mau, de bom de BOOMMMMMM, (you know what I mean).
ResponderEliminarDepois, acho que acontece ficarmos uns tempos sem falar (a mim acontece-me) mas é mais tipo vai aparecendo/vai desaparecendo, não do género Apareci/Desapareci, lol.
Os amigos estão ai para colocar-se disponível ao outro... inevitavelmente. espero somente que essa historia toda nao afete tua vida.
ResponderEliminarabraço.
Não sendo frequente, por vezes acontece a mim ou a meu V sairmos separadamente com amigos. Se for para ambiente gay, tas-se bem. Mas nunca sem o outro saber.
ResponderEliminarNormalmente acabamos por levar-nos um ao outro se vamos sair com amigos que não sejam comuns
Tão tipico no meio dos amigos eheheheheheheh
ResponderEliminarQuando estou mal não quero falar com ninguém, talvez seja esse o caso. Dá tempo ao tempo e segue a tua vida. Quando menos esperares, ele dará noticias.
ResponderEliminarOs amigos, por vezes, desapontam-nos. Mas, bem vistas coisas, se forem mesmo amigos, acabam por estar ali nos bons e maus momentos. Quando se namora parece um pouco mais "complicado", gerir as amizades, mas não é impossível.
ResponderEliminarQuanto ao omitir assuntos, parece-me mal. Se o meu namorado me fizesse isso, estava literalmente lixado. Detesto que me omitam cenas.
Fazer uma coisa sem o meu namorado saber é coisa que não me assiste. Sobretudo quando sei que ele não gosta. E há muita coisa que, se quisesse, bastava ficar calado que ele não sabia. Mas não consigo. Isso é minar uma relação. E não concebo relações de outra forma que não esta.
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